A Europa detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África possuía 11% e agora tem menos de 4%
Evaristo de Miranda
“Há 8 mil anos, o Brasil
possuía 9,8% das florestas mundiais. Hoje, o País detém 28,3%. Dos 64 milhões
de quilômetros quadrados de florestas existentes antes da expansão demográfica
e tecnológica dos humanos, restam menos de 15,5 milhões, cerca de 24%. Mais de
75% das florestas primárias já desapareceram. Com exceção de parte das
Américas, todos os continentes desmataram, e muito, segundo estudo da Embrapa
Monitoramento por Satélite sobre a evolução das florestas mundiais.
A Europa, sem a Rússia,
detinha mais de 7% das florestas do planeta e hoje tem apenas 0,1%. A África
possuía quase 11% e agora tem 3,4%. A Ásia já deteve quase um quarto das
florestas mundiais, 23,6%, agora possui 5,5% e segue desmatando. No sentido
inverso, a América do Sul, que detinha 18,2% das florestas, agora detém 41,4%,
e o grande responsável por esses remanescentes, cuja representatividade cresce
ano a ano, é o Brasil.
Se o desflorestamento mundial prosseguir no ritmo atual, o Brasil – por ser um dos que menos desmatou – deverá deter, em breve, quase metade das florestas primárias do planeta. O paradoxo é que, ao invés de ser reconhecido pelo seu histórico de manutenção da cobertura florestal, o País é severamente criticado pelos campeões do desmatamento e alijado da própria memória.”
*Trechos de capítulo
publicado no livro do autor: Quando o Amazonas corria para o Pacífico – Uma
história desconhecida da Amazônia. Ed. Vozes, Petrópolis, 2007. 253p.
Título e Texto: Evaristo de
Miranda, revista
OESTE, 26-9-2021, 11h53
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