Ex-presidente quer usar a Justiça brasileira para fazer censura contra críticas que receber durante a campanha eleitoral, ou para calar os seus adversários
J.R. Guzzo
O ex-presidente Lula, depois
de muitos desgostos com as varas criminais deste País, mudou mesmo de vida:
hoje é o fã número 1 da Justiça brasileira. É compreensível. Nossos
magistrados, principalmente os que ocupam cargos supremos, introduziram uma
doutrina até então desconhecida no direito universal; segundo essa nova
vertente da ciência jurídica, se um cidadão se chama “Lula”, e se é candidato à
Presidência da República, todas as decisões judiciais devem ser a seu favor. O
resultado é que Lula desandou a correr para a Justiça a cada vez que tem uma
contrariedade, ou simplesmente quer alguma coisa em seu favor. Por que não, se
há uma lei não escrita dizendo que ele sempre tem razão?
A Justiça já anulou as quatro ações penais que havia contra Lula, inclusive a da sua condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, decisão tomada em três instâncias e por nove juízes diferentes. Declarou que o culpado, em seu processo, não é ele — é o juiz que o condenou, por infração à doutrina mencionada acima. Puniu com o pagamento de indenização o procurador que teve a incumbência legal de fazer a denúncia contra ele. Liberou a utilização, contra ambos, de material obtido através de atividades criminosas. Enfim: tornou-se um crime, no Brasil, processar e condenar Lula.
O ex-presidente, nessa balada,
vai crescendo a cada dia — quer, agora, usar a Justiça brasileira para fazer
censura contra críticas que receber durante a campanha eleitoral, ou para calar
os seus adversários. Por exemplo: está processando por “propaganda eleitoral
antecipada negativa”, delito do qual ninguém jamais tinha ouvido falar até hoje
no Brasil e no mundo, a não ser no TSE, os autores de postagens nas
redes sociais que reproduzem trechos de depoimentos da Lava Jato com a sua
musiquinha “Lula Lá” ao fundo. Não pode, segundo seus advogados. Como assim? Os
depoimentos são públicos. Estão querendo proibir a realidade?
É uma aberração. Se for
proibido publicar vídeos, áudios ou fotos da Lava Jato, como se quer nesse
caso, falar da roubalheira na Petrobras e na corrupção confessa nos governos
Lula-Dilma também vai ser declarado ilegal. O argumento de Lula, aí, é um
fenômeno. Ele sustenta que não se pode falar de corrupção a seu respeito, ou de
seu governo, porque foi “absolvido”. É mentira em estado puro. Absolver é
declarar que alguém é inocente de uma acusação — e Lula, até agora, não foi
inocentado de absolutamente nada. Tudo o que fizeram para anular a sua
condenação foi citar um erro de endereço — não houve uma única sílaba sobre
culpa ou inocência. Mas não basta a mentira. Lula quer que seja proibido dizer
a verdade.
Título e Texto: J.R. Guzzo,
O Estado de S. Paulo em 29 de maio de 2022, via Revista Oeste, 29-5-2022, 18h
Em país de ladrões e corruptos, se espera o quê?! Que Lula continue sujo diante de seus asseclas? As leis são podres, os juízes são vendidos, os ministros são comprados... as leis existem para os ricos e poderosos... pobre tem mais é que morrer na cadeia. Esse é o nosso 'paizinho' de merda. Mas as coisas todas vão mudar. N U N C A.
ResponderExcluirCarina Bratt
do Rio de Janeiro
Antes que me esqueça: Lula não quer só mentir ou provar que 'quer proibir a verdade'.Lula quer provar que sabe roubar mais que os outros. Esta é a diferença.
ResponderExcluirCarina Bratt
Vila Velha ES