O material se decompõe em 180 dias e é comestível
Artur Piva
Uma cientista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
desenvolveu um produto biodegradável semelhante ao ‘plástico’. O material ainda
é feito com matérias-primas renováveis.
“A fonte principal é a gelatina, de origem bovina, derivada de tendões e cartilagens”, disse Liliane Leite [foto], responsável pela pesquisa. Em entrevista a Oeste, a inventora afirmou que o material também leva nanocristais de celulose extraídos do eucalipto e uma resina de pinus que evita micróbios. De acordo com a cientista, a novidade pode chegar ao mercado em dois anos.
O Laboratório Nacional de Nanotecnologia para o Agronegócio, sediado na Embrapa Instrumentação, está abrigando a pesquisa. O tempo de decomposição do produto é estimado em 180 dias. Além disso, o “plástico” biodegradável é comestível.
“Existem diferentes embalagens
de alimentos, com diferentes características e propriedades, destinadas aos
mais variados tipos de produtos”, explicou Liliane. “Os filmes de gelatina desenvolvidos
por nós podem apresentar como características alta barreira ao oxigênio,
propriedades antioxidantes e antimicrobianas, que impedem a degradação do
alimento.”
A pesquisa que deu origem ao
produto durou cinco anos. Ela surgiu como resultado do doutorado de Liliane,
que foi realizado uma parte no Brasil, em parceria com a Embrapa Instrumentação
e com a Ufscar e, outra parte na França, na Universidade Grenoble Alpes.
Título e Texto: Artur Piva,
Revista Oeste, 16-7-2022, 11h32
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