Os jornalistas dos principais veículos de
comunicação criaram uma espécie de clubinho, de patota onde ninguém solta a mão
de ninguém
Rodrigo Constantino
Não tenho a pretensão de ser um ombudsman da imprensa, mas muito antes de virar um comentarista político eu já era bastante crítico a duas posturas que me incomodam muito na maioria dos jornalistas: o viés ideológico mascarado de imparcialidade e o excessivo corporativismo. É verdade que esse “espírito de corpo” não é exclusividade da imprensa e existe em várias áreas, mas nunca vi nada igual nesse setor.
Os jornalistas dos principais
veículos de comunicação criaram uma espécie de clubinho, de patota, de tribo
onde ninguém solta a mão de ninguém. Uma vez parte desse clubinho, você será
protegido pelos colegas, estará blindado de críticas, até mesmo quando
confundir coisas óbvias, como aquilo que está escrito em nossa bandeira
nacional. Você vai receber prêmios que são enaltecidos apenas pelo próprio
clubinho, terá afagos constantes no ego, trocando elogios mútuos com seus
pares.
O personagem de humor mais
famoso das redes sociais, Joaquin Teixeira, resumiu bem: “Para quem não gosta
de responsabilidades, eu indico o jornalismo: você pode falar o que quiser e
quando é questionado sobre algo é só alegar que foi agredido”. Ele se referia
ao novo ato de vitimização da jornalista Vera Magalhães, que mentiu dizendo que
foi agredida pelo deputado Douglas Garcia, alegando que precisou até de escolta
para sair do local onde estavam.
As imagens mostram fatos bem distintos: o deputado pode ter sido inconveniente ao cobrar explicações da jornalista naquele momento e daquela forma, mas jamais a atacou. Já Vera apertou o queixo do deputado, que é negro e gay, e chamou seguranças. Um colega seu da TV Cultura, Leão Serva, arrancou o telefone da mão do deputado e o arremessou longe, xingando-o de F.D.P. e o mandando para a P.Q.P. Quem foi agressor no caso?
Podemos trocar de personagens num cenário hipotético para deixar mais claro o absurdo. Vamos imaginar que um parlamentar do Psol resolve questionar um “blogueiro bolsonarista” sobre seus ganhos públicos. Um colega blogueiro arranca seu celular e o arremessa longe, xingando-o e mandando-o para aquele lugar. O parlamentar é negro e gay. Qual a reação da velha imprensa? Sabemos a resposta a essa pergunta retórica: seria uma histeria sem tamanho contra os jornalistas, não contra o deputado!
Não obstante, todo o clubinho
midiático embarcou na narrativa de que Vera Magalhães foi agredida, e o
ministro Alexandre de Moraes, o imperador onipresente, chegou a determinar que
a “ofensa” do deputado fosse analisada pela procuradoria eleitoral de São
Paulo. O sistema tucanopetista se protege, não é mesmo? Eu adoraria que alguém
me explicasse onde consta a ofensa ou o ataque na simples opinião pessoal de
que determinado jornalista representa uma vergonha para o jornalismo nacional…
Eis a triste verdade: esse
clubinho corporativista de jornalistas se acha acima do bem e do mal, pois
exala empáfia e arrogância com sua visão de que são missionários numa cruzada
moral, guias que devem apontar o rumo para o progresso a uma horda de
ignorantes e bárbaros — sua própria audiência, formada por um monte de Homer
Simpsons, segundo eles. Esses jornalistas jamais aceitariam ser cobrados na
mesma moeda em que cobram os outros. Eles não entenderam que a bolha estourou
com as redes sociais. Ou entenderam, e por isso mesmo fazem de tudo para censurá-las.
O antibolsonarismo histérico,
seja por viés ideológico ou por corrupção, tem sido a cola que une essa patota
corporativista. É assim que uma simples opinião vira “ataque”
Quando há no Congresso em Foco,
uma eleição dos melhores parlamentares escolhidos por jornalistas,
invariavelmente temos a turma da esquerda radical como preferida. Uma
reportagem de Bruna Komarchesqui na Gazeta do Povo mostrou
estudo que aponta o viés: “Em sua edição mais recente, uma das maiores
pesquisas feitas com jornalistas brasileiros mostra que a maioria esmagadora
(81%) dos que responderam sobre convicções políticas se declarara de esquerda
(52,8%) ou centro-esquerda (29%). Por outro lado, apenas 4% dos jornalistas
disseram ter posicionamento mais à direita (sendo 1,4% de direita e 2,5% de
centro-direita). Até mesmo os que se identificam como extrema esquerda (2%)
superam os que os que se dizem de direita”.
Mas, se você aponta o óbvio, o
viés esquerdista da patota, você é recebido com pedras. Eles precisam manter as
aparências, afinal, o ideal de isenção e imparcialidade aprendido na faculdade
de jornalismo. Eles são JOR-NA-LIS-TAS, não esquerdistas ou militantes. Não
importa que todos possam perceber o duplo padrão escancarado de quando
entrevistam um petista ou um bolsonarista. Nossa mídia virou partido de
oposição, os entrevistadores se acham debatedores quando o “alvo” é de direita,
e, quando são cobrados da mesma forma com que cobram os políticos, bancam a
vítima e alegam que foram “atacados”.
Não custa lembrar que são os
mesmos que dizem que os atos patrióticos pacíficos e ordeiros do 7 de Setembro
representam “ataques” às instituições democráticas. Estão todos unidos num
esforço conjunto para derrubar Bolsonaro, mesmo que para tanto seja preciso
trazer o ladrão de volta à cena do crime. São “jornalistas” que não se importam
quando jornalistas, tratados como “blogueiros bolsonaristas”, são presos pelo
arbítrio supremo. São “jornalistas” que pregam a censura a veículos de
comunicação independentes e plurais, como a Jovem Pan — que possui mais
petistas em seu quadro de comentaristas do que qualquer concorrente possui de
conservadores.
A mais nova investida do
clubinho foi justamente contra a emissora de rádio que virou TV e faz enorme
sucesso por romper com essa “omertà” mafiosa, a espiral de silêncio
imposta pelo clubinho. Guilherme Fiuza comentou: “A resistência democrática
encontrou seu plano genial: capar a audiência dos Pingos nos Is na
internet. Bravo! A censura é a alma da democracia. Ainda assim, considerem a
possibilidade de um dia sair do armário. Vocês vão ver como é bonita a vista
aqui fora”. Fiuza passou a chamar essa mídia corrompida de “consórcio”, e
lamenta profundamente no que se transformou a velha imprensa. Resta a ironia
mesmo: “Sobe para 99,9% o índice de jornalistas em transe dispostos a tudo para
eleger um ladrão”.
A militância é tão bizarra que
esses jornalistas precisam apagar o passado recente. Bolsonaro passou a
representar a maior ameaça à liberdade de imprensa, sendo que não moveu uma
palha contra o trabalho da mídia, enquanto Lula fala abertamente em controlar a
imprensa e, quando esteve no poder, criou o famoso “PIG”, Partido da Imprensa
Golpista. Sua tática consistia em ataques machistas e blogs “chapas-brancas”
para radicalizar os ataques à imprensa independente.
O antibolsonarismo histérico, seja por viés ideológico ou por corrupção, tem sido a cola que une essa patota corporativista. É assim que uma simples opinião vira “ataque”, enquanto os constantes ataques contra o presidente viram mera opinião — ou pior, “reportagem”. Mas todos fora da bolha notam, e por isso a credibilidade da velha imprensa só faz desabar. Dentro da bolha, porém, ninguém larga a mão de ninguém, e um fica bajulando o outro. É constrangedor…
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Globo anuncia os veículos que fazem parte do chamado “consócio de imprensa” | Foto: Reprodução/Youtube |
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Revista
Oeste, nº 130, 16-9-2022
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