Famosa avenida que beira o Mercadão de Madureira é tomada por camelôs ilegais e a desordem é tamanha que até o comércio regular resolveu jogar as posturas municipais para o alto. Ordem Pública culpa a presença do crime organizado na região
Amanda Raiter
Os camelôs tomaram conta de
vez da tradicional Avenida Ministro Edgar Romero, em Madureira,
e mais que disputam espaço com os lojistas: passaram a ser os verdadeiros
protagonistas do comércio do bairro, que vem decaindo e se acabando frente à desordem.
A via é totalmente tomada por clandestinos vendendo itens que vão desde frutas
a acessórios, sem sequer respeitar a proximidade com o concorrente direto, sem
procedência, sem garantia e sem pagar impostos e gerar emprego.
É fruteiro em frente ao supermercado, venda de pão de forma, e até produtos que demandam refrigeração ficam ali sob o sol escaldante como pizzas e iogurtes. Não há nenhum controle sanitário. Tudo isso sem serem incomodados; é como se o poder público houvesse sido abolido na região.
Camelôs vendem itens sem refrigeração a preços desleais bem em frente ao supermercado, no meio da calçada, sem serem incomodados. Foto: Daniel Martins |
Há lojista que aproveita até a estrutura do próprio camelô vizinho para apoiar a prateleira externa com itens domésticos: sim, já que os camelôs fazem o que querem, tem lojista que, pra não falir, vira uma espécie de quase-camelô. Os preços dos ilegais são – claro – sempre bem mais em conta do que no mercado oficial. “Tem itens que eu só compro no camelô e complemento com o que não encontro no mercado”, diz a dona de casa Maria Falcão, de 59 anos.
Ao passarmos em frente de
alguns dos camelôs, há quem peça para o fotógrafo do DIÁRIO DO RIO fotografar
o momento, como se estivesse tudo dentro da lei. Na passarela do trem, mais
desordem – e os camelôs que tomam a estreita passagem são mais frequentes do
que passageiros às 15h.
Questionada, a Secretaria
Municipal de Ordem Pública (Seop) declarou, em nota, que realiza
operações de ordenamento frequentes em Madureira, inclusive na Edgard Romero,
mas destaca que a região sofreria forte influência do crime organizado, o que
serviria como uma espécie de licença para a desordem absoluta.
A Seop também declarou que,
nas ações realizadas em 2023, foram apreendidos milhares de itens como bebidas,
artigos de vestuário, botijões de gás, grandes estruturas, entre outros,
inclusive mais de 100 mil itens falsificados em um depósito clandestino de
ambulantes irregulares. O órgão da Prefeitura ainda garante
que novas ações seguirão sendo realizadas na região.
Título e Texto: Amanda
Raiter, Diário do Rio, 16-12-2023
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