sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

[Aparecido rasga o verbo] Um pouquinho de muitas coisas

Aparecido Raimundo de Souza

DO BAÚ DE CACARECOS
“O homem superior fala com modéstia, mas age com audácia” – já dizia o filósofo e pensador chinês Confúcio. Por seu turno, o grego Aristóteles achava que “a grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las.” Enquanto o chinês tentava definir ousadia e o grego o mérito, a escritora Cida Santos em seu livro “Zona Leste Fazendo História,” foi um mais além na sua busca e acabou sentindo de perto, na cara, ou melhor, no nariz, “O cheiro de Deus.” do escritor Roberto Drummond e o descreveu assim: 
“... Este Deus 
Tão verdadeiro, 
Que vejo a cor 
E sinto o cheiro, 
É o Deus 
Do infinito, 
Do amor 
Sem desespero...”

Versos simples, bonitos e singelos. Contudo, de profundo sentido filosófico. O mais importante: sem rebusques, sem palavras complicadas. Apenas a trajetória da autora e o seu jeito bucólico de se expressar.

Em senda oposta, a funcionária pública aposentada Maria Odete Moschen trilhou uma caminhada de ventos e montanha diferentes. Não era de hoje, essa jovem simpática e cheia de esperança e amor no coração se dedicava a encontrar a cura definitiva de um mal hereditário genético que amedrontou a sua família (infelizmente ainda sem cura por nossas bandas). Uma doença que teria vindo da Itália para o Brasil no ano de 1895).

Acreditava ela, trazida por um de seus consanguíneos. Em seu livro “A trajetória de um sangue” – tentou desvendar tal situação, contudo, a sua luta redundou em vão. Maria Odete Moschen veio a óbito em 25 de agosto deste ano, aos 75 anos de idade. A frase que ela sempre empunhava com veemência: “Morrer se necessário. Deixar de lado aquela ideia pela qual lutamos bravamente dia após dia, deve ficar eternamente avivada dentro de nossa alma. Mesmo que estejamos enterrados num cemitério de periferia.”

Em trilhar paralelo, o escritor Edson Almeida Valadares explica em seu livro “Contos do Sertão,” que “No sertão, bodega é denominação equivalente a venda, tenda, botequim, taberna, tasca, baiuca ou birosca.” Mais adiante, completa: “no nosso povoado sertanejo havia duas ou três dessas humildes casas de comércio, onde eram vendidas uma gama variada de mercadorias e produtos das fazendas, tais como: feijão, farinha de mandioca, milho para ração dos animais, rapadura, mel e fumo de rolo que servia para as pessoas “mascarem” ou fazerem cigarros de palha. O produto mais solicitado se fundava na tradicional cachaça, caninha ou pura, fabricada e envelhecida nos toscos alambiques da região.””

Pois bem: no entender de Spencer Johnson –, em seu livro “Quién se há llevado mi queso,” – apregoa que “O Presente precioso não é uma coisa que alguém lhe dê. É um presente que você se dá a si mesmo.” Noel Rosa ironizava a própria morte com maestria e o fazia com elegância ímpar e uma ternura rasgada guindado, obviamente pelas coisas e nas mil facetas e nuances do samba. Isso ficou bastante claro em...
“... Quando eu morrer
Não quero choro nem vela,
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela...

Se existe alma,
Se há outra encarnação,
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão.

Não quero flores
Nem coroa com espinho,
Só quero choro de flauta,
Violão e cavaquinho...””

Roberto Carlos, segundo a “Revista Quem” foi o artista que mais distribuiu flores aos fãs, em seus shows, Brasil e mundo afora. Aos 82 anos, o capixaba resolveu parar com os gestos considerados fiéis ao público presente, atirando centenas e centenas de rosas com seus beijos adocicados em cada uma das pétalas endereçadas à multidão.

O artista fez até uma música nova (não compunha nada fazia mais de dez anos), melodia, por sinal, inédita que, aliás, será o tema chave do seu “Especial de Final de Ano,” pela Rede Globo. A audição recheada de grandes nomes do cancioneiro popular será exibida na próxima sexta-feira, 22, quando a emissora levará ao ar o tão esperado “EU OFEREÇO FLORES.

Abaixo, a letra.
“... Eu quero agradecer
Por tudo o que você
De bom me faz sentir

Por tantas emoções
Você me viu chorar
Você me fez sorrir

E as vezes que eu sofri
Você estava aqui
Me dando a sua mão

Seu ombro, o seu afago
Eu agradeço e trago
No meu coração

Olhares e sorrisos
Me dão o que preciso
Sentir nesses momentos

No coração e na alma
O aplauso que me acalma
E alivio aos sofrimentos

E olhando pra vocês
Eu vejo esses sorrisos
Que enfeitam minha vida
De alegrias e cores

De todo coração
Por tudo isso então
Eu ofereço flores...””

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 15-12-2023

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