domingo, 31 de dezembro de 2023

[As danações de Carina] Chegou a hora de arrancarmos a velha página

Carina Bratt

MINHAS QUERIDAS AMIGAS E LEITORAS da grandiosa ‘Família Cão que Fuma.’ Chegou o momento, o instante exato e propício de virarmos a página. De arrancarmos, literalmente, mais uma parte nevoenta e toldada de acanhos e estorvos de nossas vidas. É bem verdade, todas sabemos, de cor e salteado, existem pequenas situações que nós, mulheres ativas e cheias de problemas cotidianos, seguiremos carregando nos costados como uma espécie de fardo volumoso para o ano que daqui a pouco se fará real. Óbices que por algum motivo levaremos na longa caminhada até o final de nossos dias aqui na Terra. 

Faço referência aos amigos e vizinhos, aos parentes chatos e familiares inescrupulosos, bem ainda aos sentimentos tresloucados pelos amores desfeitos... alguns deles que só se romperão em definitivo, se cortarmos os laços ou quebrarmos as alianças de compromissos. Entretanto, para todos esses contratempos, euzinha prometo me ajoelhar no silencio de meu quarto e orar, fervorosamente, para que num tempo pequeno me deixem em paz e para sempre. O ‘Para sempre’ deve fazer parte de todas as nossas horas no correr fluente do dia, desde que acordamos até a noite, quando voltarmos a cair na cama. 

Mesma pedra apoquentando meu calo de estimação no sapato apertado, as dívidas e doenças, as lutas e pelejas que se fizeram desiguais e marotas, ‘usque’ folgadas e impertinentes, atreladas numa batelada de sofrimentos e exacerbações as mais diversas. Suplícios que só tiveram o condão de nos incomodar das formas mais diversificadas. Penso e acredito que todas nós seremos livres de criaturas recheadas de intenções diabólicas, notadamente de empenhos às avessas. Esses empenhos às avessas carecem sumir do mapa sem deixar rastros. De preferência, numa cissura maior que o buraco de ozônio, que aliás, tem uma goela enorme.  

Devemos nos desapegar, de roldão, das bugigangas que só nos serviram como uma espécie de fornalha para aprimorarmos a nossa paciência e também para testarmos o nosso amor e a nossa resistência. Por assim, minhas amigas e leitoras, ao virarmos a página velha do livro terminado, que realmente sejamos livres e libertas, abjungidas das tranqueiras e estorvos, dos impedimentos e tralhas que, repito, para o nosso engrandecimento, deverão permanecer nos quintos do Passado. 

Ressaltando, a todas vocês, essas feridas e úlceras, sem convites de ingresso, ou seja, sem passaporte para seguirem fazendo parte do nosso futuro, sem que tenhamos medo de atendermos o interfone da portaria, o telefone ou a campainha da porta. Incluo nesses cacarecos e badulaques, todos sem privilégios, com as respectivas recovas que potencialmente tiveram a capacidade de nos ferirem, de nos magoarem, de nos deixarem entristecidas, nos causando incômodos e dores, muitas vezes até lágrimas amargas. 

Que todo o mal mergulhe de cabeça e fique estático, acorrentado no Passado. Lembrem sempre, que o ‘Ontem’ passou. Aconteceu. Se foi, escafedeu, virou pó. O vento bondosamente levou para outras paragens. Nada do que se foi, voltará para nos aperrear os caminhos e trilhas que estão à nossa frente. Nada que se dilapidou deve ter convite para dar as caras, mostrar o rosto, tirando de nós a capacidade soberana de sermos felizes. 

Como seres humanos, temos a mania, o hábito, a burrice cavalar de sermos inconsequentes. Nos deixamos ser levadas pelas aparências enganosas. Remoemos, vivificamos, alimentamos o que nos fez ficar de cabeça quente, os nervos em frangalhos e à beira de um ataque de loucura. Volto a lembrar, esses inconvenientes e dissabores não precisarão ter uma nova vida, ou dito de forma mais simples e abrangente, uma nova oportunidade de existência ou de ação em nosso Futuro. 

Se nos policiarmos energicamente, seguiremos o caminho seguro do Apostolo Paulo que, em Filipenses, capítulo 3, Versículos de 12 a 14, observou com sabedoria imorredoura o seguinte: ‘A plena identificação com o sacrifício de Cristo se refere a uma vida exemplar, perceptível aos outros, porque apresenta as características do Fruto do espírito.’ Que em 2024, o Deus Maior e Eterno nos conceda forças hercúleas para que os dias do Novo Ano venham repletos e combustados de boas lembranças e excelentes momentos. 

Em paralelo, que possamos receber a capacidade, o dom, a magia, de deletarmos, apagarmos, extirparmos, todos os entraves perniciosos e degradantes que serviram apenas para nos tirarem o foco ou corroboraram para que o ano de 2023, ‘morto e enterrado’ nos colocou para baixo, às rés do chão. Que nesse novinho, daqui a pouco aportando, surja bailando a todo vapor. Comece exatamente alimentando o oposto, ou seja, sem distinção, nos permita encararmos mais fortalecidas e robustas, corajosas e indestrutíveis o que está por criar vida e forma. Consequentemente para (mesmo tom afetuoso) abraçarmos, com realeza magistral e brandura perficiente o futuro. 

Mas calma lá. Abraçarmos qual futuro?!  Não outro, senão o Amanhã que aí está, prestes a nos envolver em suas raízes. Que essas raízes se façam indestrutíveis e fecundas, atulhadas e exuberantes, empanzinadas de total FELICIDADE E INDIZÍVEL ENCANTAMENTO. No mais, desejo, de coração aberto, BOAS ENTRADAS PARA TODAS AS AMIGAS E LEITORAS QUE ME PRESTIGIARAM EM 2023. 

Título e Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 31-12-2023  

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