Carina Bratt
MINHAS AMIGAS E LEITORAS da ‘Grande Família Cão que Fuma.’ Faltam menos de quinze ou dezesseis dias para o Natal. Nas minhas ‘Danações’ de hoje, me aterei a falar sobre ele. A descrever poesias, versinhos e trovas que nos tragam à lembrança um dia tão lindo e maravilhoso e, ao mesmo tempo, triste e melancólico. Se olharmos com mais acuidade e atenção para a multidão vastíssima e robusta que sofre horrores à nossa volta, chegaremos, ou melhor ficaremos boquiabertas e estarrecidas, em saber, ou pior, em descobrir, tem gente (aos borbotões) que nunca ouviu falar em Natal.
Aliás, existem criaturas que além de não saberem o que significa o 25 de dezembro, não dispõem do que comer. Uma infinidade de vidas ao descaso (e ao sabor da mais infame das desgraças) morre à mingua. Outras tantas padecem pelas calçadas das ruas, praças e avenidas espalhadas pelos centros das mais nobres e respeitadas capitais. Num desfecho trágico, cruel, avassalador e funesto, logo chegaremos à conclusão que o Mundo está se perdendo, se matando, se desfazendo aos poucos. O Planeta inteiro se meteu... mergulhou de cabeça numa carniceira e desapiedada UTI. Possivelmente, euzinha, acredito, ele nunca sairá de lá com vida.
Apesar de minhas ideias em contrário, no sentido de amenizar um pouco o quadro que vejo diante dos olhos, elenquei algumas pérolas que falam do Natal com maestria. São seres divinos que ainda abonam um amanhã menos degradante. Vidas anônimas que seguem afiançando piamente que o nosso ‘Universo-Terra’ não sucumbirá, ainda que às portas de doenças estranhas, guerras diabólicas, minas destruindo cidades inteiras, como as da infame Braskem, no Mutange, em Maceió, entre outras barbáries que os jornais de fim de noite não mostram. Por assim, apesar dos pesares...
‘Mifori’ magistralmente encabeça a minha lista, reverenciando que:
‘Natal! Tempo de harmonia
de repensar seu agir,
de perdão, com alegria,
De Marina Bruna, de São Paulo, escolhi:
‘Sentados juntos à mesa
filhos, pais, irmãos, avós...
E o Natal mantém acesa
a chama do amor em nós.’
De Arlindo Tadeu Hagen, lá das Minas Gerais, pincei:
‘Seria o Natal, agora
de valor mais consistente,
se a luz que brilha por fora
brilhasse dentro da gente.’
Do Rio Grande do Sul, Dercy Canales faz um pedido:
‘Papai Noel, por favor,
no Natal, afasta os medos,
e coloca mais amor
no meio dos teus brinquedos’.
Héron Patrício, de São Paulo, observa:
‘O Natal, por mais profano
que em festejos venha a ser,
terá sempre, ano após ano,
Jesus Cristo a renascer!
José Lucas de Barros, do Rio Grande do Norte promete veementemente:
‘Neste Natal do Senhor,
vou rezar ao pai dos pais
para que os círios do amor
não se apaguem nunca mais.’
Flávio Roberto Stefani, do Rio Grande do Sul, atesta:
‘Embora rudes e escassos
os bons atos, em geral,
o Natal recria laços
num simples “Feliz Natal.”’
A poeta Vânia Ennes, de Curitiba, no Paraná faz um apelo sincero que vale ser trazido à baila:
‘Vou pedir com insistência
neste Natal, um presente:
Amor e Paz com urgência,
para este mundo carente.’
O Aparecido Raimundo de Souza, meu patrão, do Rio de Janeiro, como sempre, criativo e risonho, termina com uma tirada engraçadinha:
‘O 25 de dezembro, para mim, é super legal. Passo voando entre nuvens brancas como a neve caindo silenciosa sobre o mar infinito... sempre enlaçado aos aconchegos da Carina (minha secretária), num Boeing 777 estrepitoso da Matam -, perdão -, da L A T A N.’
Título e Texto: Carina Bratt, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 10-12-2024
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