Desde há alguns meses, o
conceito de “ultradireita” está na moda entre os jornalistas franceses, que
parecem ter encontrado um novo inimigo a abater. Um bicho-papão destinado a
mobilizar um público demasiado habituado ao termo “extrema-direita”, a “ultra-direita”
pode ter o efeito contrário ao pretendido: normalizar ainda mais o discurso
dissidente.
Em França, o termo
“extrema-direita” (extrême-droite) é tradicionalmente utilizado há décadas para
designar o partido fundado por Jean-Marie Le Pen, a Frente Nacional. Durante
muito tempo, a Frente Nacional foi rotulada de “extrema-direita” nas sondagens
de opinião, nos programas televisivos eleitorais, na Assembleia Nacional, e
representada por uma cor azul escura, por vezes tendendo para o preto. Desde o
Presidente socialista François Mitterrand, existia um cordão sanitário que
separava os partidos aceitáveis da “extrema-direita” – com a qual não era
possível qualquer aliança nem qualquer participação política, quer a nível
local quer nacional.
Mas depois da entrada de
Jean-Marie Le Pen na segunda volta das eleições presidenciais de 2002 – um
verdadeiro trauma para os partidos de esquerda – muita água correu debaixo da
ponte. Jean-Marie Le Pen deu lugar à sua filha Marine Le Pen e, desde 2018, a
Frente Nacional tornou-se o Rassemblement National – um termo que foi escolhido
precisamente para ser mais mainstream e tranquilizador.
(…)
Après l’extrême-droite, voilà l’ultra-droite. À quand la méga-droite ? La supra-droite ? La giga-droite ?! On joue avec les mots pendant que d’autres meurent. Le ridicule (NDLR : le mépris) ne tue pas. Quoique… #Crepol #Thomas
— Jean-Frédéric Poisson (@jfpoisson78) November 29, 2023
(…)
Até apetece dizer um palavrão.
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