quarta-feira, 3 de novembro de 2021

[Língua Portuguesa] A maioria dos ministros do STF é militante político, ou, a maioria dos ministros do STF são militantes político-partidários?


Colunas anteriores: 

'O uso de «até o» e de «até ao»' 
Como chama? 
“Piranha”? 
“Se calhar”? 
Mal ou mau 
Evoluir é o mesmo que Progredir? 
A fim ou afim?

[Dossiê: A Democracia] Capítulo 4: domínio virtual

Haroldo Barboza

O desejo dos administradores públicos imorais é que sua gestão seja aceita sem restrições (nem precisa de aplausos) por mais de 95% das comunidades que comandam. Desta forma, eles terão tranquilidade em executar seus planos de enriquecimento meteórico e aquisição de alto poder (para ornamentar seus egos e manipular “colaboradores” em postos chaves).  

Pelo perfil da humanidade, tal percentual é praticamente impossível de ser alcançado dentro de um cenário onde a opinião é livre. Então este plantel de mal-intencionados vem usando as ferramentas disponíveis no momento:

- pregação religiosa que orienta os fiéis a rezarem por um milagre no lugar de pressionar seus representantes;

- propaganda repetitiva de falácias que se tornam “verdades” após N anos;

- manutenção do cenário caótico da educação básica (se souber escrever nome, endereço e CPF, já está “esclarecido”);

- troca de conteúdo de livros escolares;

- mensagens subliminares (e até escancaradas) em enredos de novelas para corroer o respeito familiar;

- burocratização (para criar confusão e desestímulo) de acesso às informações reais sobre temas de interesse público (desde balancetes claros sobre uso de impostos até arquivos definidores de licitações de obras inócuas);

- enxurrada de jogos virtuais onde para “vencer” são usadas artimanhas que fazem o usuário sentir-se “esperto” e habilidoso. Com tantos atrativos nos celulares, quem vai se lembrar de agregar seu grupo de contato para planejar alguma ação cívica em defesa de seus interesses?  

As medidas acima (e outras não lembradas) são demoradas e absorvem altos custos aos gestores. Mas o uso de componentes químicos (em alimentos pulverizados com tóxicos, medicamentos para “resfriados” e vacinas criadas em 6 meses) ajudam a acelerar o plano de dominação em larga escala, criando um estado de acomodação nos ouvintes para aceitarem barbaridades sem protestos barulhentos. Pequenos resmungos pontuais são fáceis de abafar com alguma “benesse” barata.

Bem-aventurados os mansos

“Nos dias de tempestade, dizem os pescadores, vê-se, no oco das ondas, as pontas das flechas de suas igrejas (da cidade de Is); nos dias de calma, escuta-se subindo do abismo das águas o som dos sinos”


Péricles Capanema

Paradoxos estonteantes

“Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra” (Mt 5, 4). “Mas os mansos possuirão a terra” (Sl 36, 11). “On ne règne sur les âmes que par le calme” (só se reina nas almas pela calma). Três citações, origens diferentes, as duas primeiras da Sagrada Escritura, a última de Talleyrand (1754-1838) (cito de memória, li em texto dele, pode ter origem diversa). Sempre me impressionaram pelo paradoxo atordoante. Aos mansos, não aos violentos e aproveitadores, está destinada a terra. Contrassenso à primeira vista, a sabedoria convencional diria o contrário: mansos não possuem nada, não conquistam nada, são presa fácil de oportunistas e ferozes. Quando os mansos conquistaram alguma coisa? Nunca, dir-se-ia. A terra não é dos conquistadores? O salmista afirma igual: “Os mansos possuirão a terra”. E o domínio dos espíritos (das almas) pertence aos calmos, serenos e sossegados, nunca aos endurecidos, enfurecidos e irrequietos, é convicção de um dos grandes diplomatas franceses. E de tantos outros. Tudo à primeira vista, repito, agride a sabedoria convencional. Quanto aos dois textos da Escritura, escrevo, claro, como observador comum, não pretendo entrar em exegeses bíblicas.

Exasperação suicida.

Afundo no presente. No Brasil (de modo semelhante no mundo, “servata proportione”) fermentar exasperações de moralismo duvidoso tornou-se recurso usual dos que esperam com elas angariar adesão popular maciça. Em especial por meio das redes sociais, onde campeia a desinformação e a má-fé; o vale-tudo, enfim. “Eu vim para confundir e não para explicar”, a boutade de Chacrinha ganhou surpreendente atualidade, virou bússola para numerosos ativistas. Ficaram comuns as ondas de insultos e ataques, repito, de modo marcante nas redes sociais, em que a falta de escrúpulos, o relativismo moral, a boçalidade ufana, bem como o garganteio de argumentos toscos, a linguagem chula e a catadupa de palavrões se destacam como recurso habitual do embate político. Tudo isso pode gerar popularidade em certa faixa do público, contudo cria repulsa em outras; desprestigia. “On ne règne sur les âmes que par le calme”, advertiu o ladino Talleyrand.

O decoro esbofeteado na ânsia da popularidade.

Não só o decoro; também a correção. No sopesamento de vários fatores, tal tipo de popularidade, parece, mantém abertas as possibilidades para vitórias eleitorais em 2022. Vai valer a pena lá na frente? Não creio. Popularidade evapora fácil; sua perda pode deixar sequelas graves.

CRAP26 Summit

Jose Bento Silva

O clima substitui o COVID e torna-se na nova idiotice. O foco agora são as emissões de metano. Parece que quase tudo emite metano, mas é a flatulência das vacas o que preocupa os líderes da farsa. Eis o que vos vai acontecer num conjunto de cinco passos:

1. Quase tudo emite metano, mas não vamos atacar tudo, certo?

2. Foquemos a atenção na carne, que essa sim é que é o problema…

3. Para resolver o problema, vamos tentar diminuir o consumo de carne;

4. Para diminuir o consumo de carne, nada melhor do que taxar a carne;

5. Mas como o povo não vai deixar de comer carne assim por dá cá aquela palha, o que na realidade vai ocorrer é que os governos acabam de criar mais uma forma de extrair ainda mais impostos ao povo…

A agenda climática não passa de mais uma forma de extrair riqueza aos cidadãos. Não tem, nem nunca teve, nada que ver com o clima… reporta a Spectator que a senhora Von der Leyen [foto] e a sua equipa de comissários inúteis tem este hábito curioso de usar aviões privados para fazer distâncias de 31 milhas (leu bem… 31 milhas de avião privado!)… ver também notícia do The Telegraph sobre o mesmo assunto…

Foto: Jeff J Mitchell/Getty Images

Título e Texto: Jose Bento Silva, Blasfémias, 2-11-2021

Sindicatos atacam portaria que impede demissão de não vacinados: ‘Insegurança’

Ministério do Trabalho se manifestou a favor da liberdade individual

Cristyan Costa

Nove centrais sindicais se manifestaram contra a portaria do Ministério do Trabalho e Previdência que proíbe a demissão de não vacinados. “Cria-se um ambiente de insegurança e desproteção sanitária”, informou o grupo, em nota publicada na terça-feira, 2.

No documento, os esquerdistas defendem a compulsoriedade do imunizante anticoronavírus. “Ao contrário de uma ação autoritária, a obrigatoriedade da vacinação se baseia na responsabilidade de cada um com o coletivo, sendo, desta forma, uma ação democrática.”

Conforme o governo federal estabeleceu, “ao empregador é proibido, na contratação ou na manutenção do emprego do trabalhador, exigir quaisquer documentos discriminatórios ou obstativos para a contratação, especialmente comprovante de vacinação, certidão negativa de reclamatória trabalhista, teste, exame, perícia, laudo, atestado ou declaração relativos à esterilização ou a estado de gravidez”. O rompimento do vínculo profissional por esse motivo dá aos empregados o direito à reparação por dano moral.

Signatários da nota contra Bolsonaro

Assinam a nota contra o Poder Executivo a Central Única dos Trabalhadores, a Força Sindical, a União Geral dos Trabalhadores, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, a Nova Central Sindical de Trabalhadores, a Central dos Sindicatos Brasileiros), a Central Sindical e Popular Conlutas, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor.

Título e Texto: Cristyan Costa, revista OESTE, 3-11-2021, 7h05

Então, vamos exigir o teste HIV, é isso? Canalhas são e sempre serão.

Relacionados: 
China faz aporte milionário em sindicatos brasileiros 
Empresas estão proibidas de exigir teste de HIV

Câmara deve votar hoje PEC dos Precatórios

Texto propõe parcelar dívidas do governo

Cristyan Costa

O governo federal espera aprovar nesta quarta-feira, 3, a proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata dos precatórios. A medida está sendo analisada pela Câmara dos Deputados. Segundo o Ministério da Economia, o sinal verde ao texto vai abrir espaço no orçamento de 2022. Dessa forma, será possível liberar verbas para viabilizar o novo Bolsa Família, batizado de Auxílio Brasil.

Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados

Em linhas gerais, a PEC propõe parcelar o pagamento dos precatórios. A medida é necessária para amortecer o aumento expressivo e inesperado dessas dívidas, conforme o Poder Executivo — o valor dos precatórios a vencer em 2022 soma R$ 89,1 bilhões, ante os R$ 54 bilhões estimados para 2021. O conteúdo da PEC tem sido motivo de debate e queda de braço no Congresso.

A PEC

Em vigor desde 2016, o teto de gastos impede o aumento descontrolado de gastos do governo. Hoje, ele determina que as despesas da União só podem crescer o equivalente à inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de julho de um ano a junho do ano seguinte.

A PEC dos Precatórios muda esse cálculo. A correção continuaria sendo pelo IPCA, mas de janeiro a dezembro do mesmo ano. Como a inflação disparou em 2021, o índice de correção sobe e também o limite de despesas para o ano que vem. A alteração permitiria ao governo gastar R$ 47 bilhões no ano que vem.

Além disso, a PEC do governo estabelece um limite para o pagamento dos precatórios. Pelo texto da PEC, precatórios acima de R$ 66 milhões seriam parcelados em dez anos. Assim sendo, o Palácio do Planalto conseguiria margem de mais R$ 44,5 bilhões no orçamento em prol do Auxílio Brasil.

Facebook fecha ‘fazenda’ de posts na Nicarágua

Regime sandinista mantinha centenas de contas para uso político

Dagomir Marquezi

O Facebook anunciou a remoção de uma “fazenda de trolls” mantida pelo regime de Daniel Ortega na Nicarágua. No total, foram 937 contas no Facebook e 363 no Instagram destinadas a falar bem do governo e mal dos opositores.

A “fazenda” funcionava desde 2018, produzida no interior da Telcor, a estatal de telecomunicação nicaraguense.

No próximo domingo, dia 7, vão ocorrer eleições presidenciais no país, mas todos os principais candidatos de oposição foram desabilitados ou tiveram de fugir do país.

Título e Texto: Dagomir Marquezi, revista OESTE, 2-11-2021, 21h20   

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Experiência de vida muda comunicação entre cães e humanos, diz estudo

Animais domésticos têm troca de olhares mais intensa com os donos

Flávia Albuquerque

Um estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) mostrou que diferentes experiências de vida podem alterar a maneira como os animais direcionam o olhar e se comunicam com os humanos para conseguir objetos inalcançáveis. Ao comparar 60 cachorros de raças e idades variadas, a pesquisa concluiu que 95,7% daqueles que viviam dentro de casa usaram alternância de olhar pelo menos uma vez, enquanto os cães que vivem fora de casa se comunicaram com menor intensidade (80%).

Bill, setembro de 2021, foto: JP

Já cachorros de abrigo, que têm pouco contato com humanos, interagiram ainda menos, sendo 58,8%.

Publicado na revista Behavioural Processes e apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o estudo analisou a ação de olhar para o objeto ou alimento desejado, olhar para o tutor e voltar a olhar para o objeto, como forma de demonstrar o que queria, um tipo de comunicação muto comum entre o animal e o ser humano. Este é o primeiro experimento que avalia a diferença entre cães que convivem diariamente com humanos dentro de casa e animais que habitam apenas as áreas externas das residências e têm interação menos intensa com os tutores.

"Nós que temos nossos pets observamos muito e, para nós, parece uma coisa muito óbvia que eles se comuniquem conosco pelo olhar, que eles entendam. Mas, do ponto de vista científico, é uma coisa muito complexa, uma espécie entender os sinais comunicativos da outra, conseguir produzir sinais específicos para se comunicar conosco. Os cães são muito diferentes da maioria das outras espécies, mesmo as domesticadas. Eles são diferentes de gatos, ovelhas, porcos", disse Juliana Wallner Werneck Mendes, que realizou o experimento no Laboratório do Cão do Departamento de Psicologia da USP durante seu mestrado.

Juliana comparou cães de estimação que vivem dentro de casa com aqueles que ficam em quintais e garagens, tendo menos contato com os tutores, e cães de uma organização não governamental (ONG) de resgate de cães. "A conclusão foi os que vivem dentro de casa e têm estímulo constante com seus humanos, aprenderam que a troca de olhares é uma forma eficiente para conseguir o que querem. Os cães de quintal têm a mesma capacidade, mas não praticam como os outros."

[Livros & Leituras] Por ladrar noutra coisa – Diário de uma bitch

Zaya foi maltratada, abandonada e presa a uma árvore, resgatada e colocada no canto mais recôndito de um canil, onde os pitbulls e os outros cães "perigosos" são deixados até a morte os levar. Mas um volte-face do destino levou até aquele lugar um ser bondoso e extremamente belo*, que a adotou.

Agora, com novos donos, nova casa, nova vida… tudo mudou. As relações com outros animais, o seu ódio de estimação por gatos, a vida como influencer, o estranho modo de viver dos humanos, tudo é relatado no diário que alimenta. Já que falamos em alimentar: para ela, biscoitos e bacon são vida.

Por Ladrar Noutra Coisa – Diário de uma bitch é um registo sarcástico e bem-humorado do mundo canino e humano, segundo o ponto de vista de uma cadela que, para além de comer e dormir, gosta de escrever coisas inconvenientes.

* O humorista Guilherme Duarte. Os adjetivos usados são da Zaya, podendo ou não ter havido suborno em forma de biscoitos.

A edição é da Porto Editora, 1ª edição: outubro de 2020. O autor: Guilherme Duarte.

É um livro para amantes de cães, in fact, para muito amantes, pois que xixi na cozinha, na cama dos donos... cocô na porta... sei não... acho difícil os amantes de cães ficarem contentes e felizes. Ok, a bichinha estava no canil, sem modos nem maneiras, portadora de um passado bem triste, mas, até onde sei, é possível treinar um cão a fazer as necessidades fora de casa, sem assustá-lo, muito menos maltratá-lo. Em menos de um ano.

No mais, só lembranças comparativas com o meu Bill. Que em casa é bem comportadinho – talvez mais do que alguns humanos que conheci 😉 –, na rua é uma Zaia: cães, de qualquer marca, são proibidos de circular. De existir até, porque só o odor de dois deles, já ativa os alto-falantes da ladração. 🐕

21 DE OUTUBRO Quarta-feira

Hoje apanhei os meus donos a chorar por causa de um filme. Era sobre um labrador muito malcomportado, chamado Marley, que (spoiler alert) morre no fim, e lá ficam os meus humanos num pranto de choradeira, que parecia que tinha morrido alguém da família, tipo eu. Até se agarraram a mim a chorar e tudo, feitos maricas.

A culpa não é do Brasil

Nada é tão falso como o teatro das conferências mundiais que culpam o país por todos os males na questão climática

J. R. Guzzo

O Brasil tem uma folha corrida ruim em matéria de tratamento do meio ambiente, desmatamento e outros itens da agenda ecológica? Tem. Mas a verdade, nunca dita — principalmente aqui mesmo, no próprio Brasil — é que ruim, mesmo, é o prontuário do mundo desenvolvido em cada uma dessas questões. Europa, Estados Unidos e outros lugares de primeira classe são maravilhosos, hoje, para dar aulas altamente edificantes de boa conduta ambiental ao Brasil (e de fazerem ameaças cada vez mais agressivas para serem ouvidos, e ouvidos já), mas foram horríveis com as suas próprias naturezas. Conclusão: não são exemplo de nada, para ninguém.

Desgraçado do Brasil, aliás, se fosse seguir o mundo desenvolvido em matéria de preservação ambiental — a Amazônia estaria reduzida ao tamanho do Passeio Público de Curitiba, e o resto da superfície do país seria um deserto de asfalto, autoestradas e outros portentos da infraestrutura. O país tem muito o que fazer, é claro; também é muito urgente que faça. Mas nada é tão falso como o teatro montado nessas conferências mundiais onde se celebra a correção ecológica, fala-se em carbono zero e se joga no Brasil a culpa por tudo o que existe de errado com a natureza do “planeta”. O Brasil não é o problema. É, ao contrário, onde se pode estudar, aprender e encaminhar soluções.

Nenhum país do mundo preservou tanto as suas florestas quanto o Brasil. Em nenhum país do mundo os proprietários rurais são obrigados por lei a manterem intocadas, e reservadas à natureza, 20% de suas propriedades, sem nenhuma compensação por isso. Nenhum país desenvolve tanto a sua produção de alimentos sem tocar em áreas de floresta. Nenhum país do mundo tem quase 15% do seu território ocupado por reservas indígenas — o cenário de sonho dos ecologistas que vivem em países onde não existe índio.

MJ arrecada mais de R$ 100 milhões com leilões de bens apreendidos

De janeiro a outubro deste ano, foram feitos 184 leilões

Karine Melo

Um acervo de 3.567 itens, entre veículos (mais de 2 mil), aviões (16), barcos (18), fazendas e mansões (25) e até sucata, são apenas alguns dos exemplos de bens que renderam aos cofres públicos, nos últimos dez meses, cerca de R$ 105 milhões. Os bens, apreendidos em operações federais, foram leiloados.

Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, somente no período de janeiro a outubro de 2021, quando houve um salto no número de leilões, foram realizados 184 pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad). O número deve chegar a 200 até dezembro, mas nem sempre foi assim. Em 2018 foram realizados apenas seis leilões pelo órgão. Em 2019, esse número subiu para 11, que resultaram em R$ 4 milhões. O ano passado fechou com 122 leilões, 11 vezes mais que no ano anterior, e R$ 39,9 milhões arrecadados.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O aumento expressivo nessa modalidade é resultado do redesenho da Senad, que passou a contar com o apoio de leiloeiros cadastrados e comissões com funcionários públicos nas unidades federativas, que ajudaram a agilizar as ações. “A Senad promove uma inovação, ao propor o conceito de círculo virtuoso da política de redução da oferta de drogas: os recursos obtidos são disponibilizados, em sua maioria, para projetos de modernização, capacitação, pesquisa e avaliação voltados ao aperfeiçoamento das atividades dos órgãos de segurança pública, responsáveis pelo combate ao narcotráfico”, explicou à Agência Brasil o secretário nacional de Políticas Sobre Drogas e Gestão de Ativos, Luiz Beggiora.

Como exemplos desses investimentos ele citou a aquisição de viaturas, drones, equipamentos de inteligência, de comunicação e de perícia, além de uniformes e de computadores de alta performance para a Polícia Federal, financiamento de grandes operações policiais, a exemplo da Operação Narco Brasil. No caso de leilões de bens relacionados ao tráfico de entorpecentes, os recursos são direcionados ao Fundo Nacional Antidrogas (Funad), que financia projetos que reforçam a segurança pública e o combate às drogas no país.

[Estórias da Aviação] Umas férias de sonhos

José Manuel

O ano era 1971, o mês, julho e eu voando para cima e pra baixo os AVROS, com aquele barulho infernal dos dois turboélices, rosnando em minha cabeça como um teste a longo prazo para ver se a minha audição aguentaria, e por quantos anos ainda poderia ouvir sem aparelhos!

Não era só aquele baixinho nervoso e barulhento que incomodava. Havia outro!

O que mais me deixava incomodado eram aquelas madrugadas infindáveis, sete dias por semana mais uma reserva e prontidão no meio.

– Alô, sim é José Manuel. Quem fala?

– Aqui é o Plínio da escala, Zé Manuel, assim, numa intimidade plena sem que eu a houvesse outorgado em nenhum momento da minha curta vida de aeronauta.

O sujeito gostava mesmo de mim, e como ninguém dava o telefone, pois não poderia ser obrigatório ele arrumou um jeito de conseguir o meu.

Daí para a frente foi só bullying comigo o tempo todo, durante os próximos 10 "dez" anos!!!

Acabou em 81. Depois eu conto!

– Amanhã, você tem uma Conexão para São Paulo com decolagem prevista para as 6h e condução na tua casa às 4h30.

Aquilo se repetia dia sim outro também e passei a odiar aquele telefone preto e o cara do outro lado da linha.

Aquele recadinho, significava acordar às 3h30, fazer barba, tomar banho, café e ficar dormindo em pé na portaria do meu prédio, de uniforme até que aquela linda kombi azul e branca freasse aos meus pés, enquanto o planeta inteiro ainda dormia!

Naquela época, era escolher entre vida social ou o emprego. Nada mais do que isso.

Andei tanto de madrugada naquelas kombis, que hoje em dia, 50 anos depois tenho uma na minha garagem, por hobby de colecionador e para não me esquecer do... Plínio!

Verdade... é só perguntar ao Fernando Vieira Dutra, que ele confirma.

Aliás o meu trauma foi tamanho, que tive duas: a primeira, linda, era americana até com ar-condicionado que comprei do Comandante Marcelo Branco, (in memoriam), e marido da Gláucia, lá pelo ano de 85. Depois vendi para o João Nepomuceno que não largava do meu pé querendo aquela kombi a todo o custo.

[Aparecido rasga o verbo] No ápice dos finalmentes...

Aparecido Raimundo de Souza

O JOVEM POLICIAL MILITAR
arranjara uma amante. Namoravam via Internet nas folgas dele. Depois de quase oito meses, num chove não molha dos diabos, ora trocando palavras melosas e juras de amor, ora carícias e vídeos, via câmeras de seus celulares, pintou o primeiro encontro num apartamento que pediu emprestado de um amigo da corporação. No dia aprazado...
Ele, meloso.
— Vamos, meu amor, estou pronto...
Ela, trêmula e pronta para a entrega.
— Eu também, meu amado. Saí do banho limpinha e cheirosinha. Passei aquele perfume que você disse que gosta tanto. Sou toda sua... todinha, dos pés à raiz dos cabelos
Ele, partindo para o ataque.
— Como pode ver, já tirei tudo: distintivo, colete à prova de balas, farda, algema, porta faca de perna, arma e quepe. Fiquei só de cuequinha... seu policial está completamente desarmado...

Ela, ensandecida.
— Eu só não me desfiz da calcinha. Você me disse que nos nossos encontros adoraria tirar a pecinha com os dentes... Quanto a estar desarmado!... que volume é este?
Ele, tresloucado e com fome de mandar brasa na beldade.
— Deixa de brincadeira, amor. Vamos começar. Por favor, apague a vela...
Ela, longe da realidade e espantada.
— Vela? Que vela?
Ele, soltando uma gargalhada.
— Você esqueceu de apagar a vela. A que está no pires do criado-mudo, ao seu lado. Por azar, meu parceiro não pagou a conta... lembra que lhe falei que ficaríamos à mercê de uma quase escuridão?
Ela, também, sorrindo brejeira.
— Desculpe, amor. Havia esquecido. Estou afobada, doida pra começar a nossa primeira viagem... olha como estou... ponha a mão em meu coração...

Ele, pondo a mão no coraçao dela.
— Uau! Eu me sinto pior e mais excitado que você. Subindo pelas paredes, desde que marcamos...
Ela, se abrindo feito mala velha.
— Pronto. Apaguei...
Ele, atônito pelo inesperado negrume.
— Diabos, que breu! Cadê você?
Ela, arteira.
— Aqui, amor, bem ao seu lado.
Ele, pronto para iniciar a briga de foice.
— Vamos em frente. Vou arrancar a sua calcinha
Ela, suando em bicas. Quase às raias do desespero.
— Depressa, amor... anda logo... tira, tira... que cueca difícil esta sua. Quero ver o recheio...
Cinco minutos depois.
Ele, pedindo, indecoroso.
— Minha linda. Você e eu, agora, estamos como viemos ao mundo. Por favor, venha por cima... amo esta posição.

Elvis Presley got erection filming ‘Girls! Girls! Girls!’ — and it wasn’t edited out

Ben Cost

Elvis Presley was well-known for making the women swoon with his moves

However, the King of Rock and Roll apparently turned himself on as well after getting “excited” while shooting a dance scene with actress Laurel Goodwin during the 1962 musical comedy “Girls! Girls! Girls!” The steamy scene was described in “Good Rockin’ Tonight,” a memoir by Presley’s former manager, Joe Esposito.

“Damn pants were rubbing me the wrong way and I couldn’t stop the feeling,” the “Burning Love” singer supposedly told Esposito of the tentpole moment, the Mirror reported.

The spontaneous arousal occurred while Presley was grooving with Laurel to the song “The Walls Have Ears.”

“The dance scene with Laurel was complicated … at some point during all the wiggling and jumping, those pants really rubbed him the wrong way, and Little Elvis, as he called it, became erect,” Esposito recalled. 

The Mississippi-born star was apparently so shocked at the manhood-moving moment that he ran over to Esposito and exclaimed, “Did you see that? Did you see what happened below the belt?” 

“Geez, I hope they don’t have to reshoot this,” Presley supposedly lamented, while his manager was certain “Little Elvis” wouldn’t make the final cut.

However, when the “Blue Suede Shoes” crooner sat down to watch the rough cuts, he noticed that the incident was left in. Despite the scene’s inappropriate nature, “Girls! Girls! Girls!” director Norman Taurog had decided to use the existing cut because of how complicated the scene was to shoot, according to the Express.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

De calcinha, homem chama atenção ao pedir ajuda com carro enguiçado na Linha Amarela

O vídeo que mostra o homem pegando o triângulo de sinalização está circulando pelas redes sociais nos últimos dias e viralizando entre os internautas

Altair Alves

Uma cena inusitada chamou atenção de motoristas que passavam pela Linha Amarela, uma das principais vias expressas do Rio, neste domingo (31/10). Um motorista que quebrou com o carro na via pedia ajuda trajado com uma calcinha vermelha e camisa regata.

O vídeo que mostra o homem pegando o triângulo de sinalização está circulando pelas redes sociais nos últimos dias e viralizando entre os internautas. Veja abaixo.

“Meu irmão, o Rio de Janeiro não é conversa fiada. Eu falo e ninguém acredita. Para sobreviver aqui, tem que ser sujeito homem. Olha isso”, disse o autor do vídeo.

Incrédulo com a situação, o motorista continuou a narrar o fato. “O homem enguiçado, na Linha Amarela, vai pedir socorro e desce de calcinha, amigo. Filho da mãe. Olha isso, cara. Como é que pode uma situação dessas? Rio de Janeiro, pau quebrando, bala voando, e o cara a uma hora dessas desce de calcinha pra pedir socorro”. 

Título e Texto: Altair Alves, 1-11-2021

[Observatório de Benfica] Boa noite, Professor!

Mário Florentino

E se o professor Marcelo, comentador político, tivesse feito um comentário televisivo na noite de ontem sobre a atualidade política em Portugal. Seria mais ou menos assim:

“- Boa noite, Professor!

- Boa noite, Judite. Então hoje temos muito para falar da atualidade política nacional. Mas você está muito elegante, parabéns. Então avancemos que isto foi uma semana de muitos acontecimentos. Já falámos na semana passada sobre o chumbo do orçamento, vejamos hoje a crise nos partidos da direita e o que pode o Presidente Marcelo fazer a seguir.

- Primeiro, o CDS. Ora bem, o CDS parece um saco de gatos em que ninguém se entende. Já sabemos que o Chicão fez aquele número de, primeiro queria antecipar o congresso, agora já quis adiar o congresso, enfim, uma grande trapalhada, que as pessoas não endentem. E depois há aquela gente toda à volta do Nuno Melo, que está a debandar e a deixar o partido. Mas, ó Judite, deixemos por agora o CDS, que já não conta muito, pois as sondagens só lhe dão um por cento, e por este andar – e com muita pena minha – parece que vai mesmo desaparecer.

E passemos para o PSD, o meu partido, partido do qual fui líder, há muitos anos. Ora bem, aqui o problema é o seguinte. O PSD estava preparado para ir a eleições em 2023, e não estava à espera disto. E haveria eleições normais, para a liderança do PSD, regulares, já marcadas. Ora Paulo Rangel, recorde-se, apresentou a candidatura normalmente, tudo regular, a essas eleições. E depois é que apareceu a crise política – um pouco precipitada pelo Presidente Marcelo, em minha opinião mal, mas já lá vamos. Ora, num contexto de crise política, e havendo quem se tenha candidatado, não faz sentido não haver disputa interna, e Rui Rio deve ir a votos. Deve deixar os militantes se pronunciarem, ó Judite, é assim, porque se não for assim ficará sempre a suspeita: “olha, o tipo não quis eleições, porque tinha medo de perder”, e fica fragilizado. É assim, em política é assim, é assim, é assim. Deve sempre dar-se a palavra aos militantes. Olhe quando eu fui líder do PSD, lembra-se? Quantas vezes é que eu fui a votos internamente? E fiz muito bem, porque depois saí sempre dos congressos reforçado. Rui Rio deve fazer o mesmo agora. E eu acho que o Rui Rio ainda não percebeu isso, dá um pouco a ideia – e isso é mau – que ele está agarrado à cadeira. Olhe, ele aí está um pouco a lembrar-me o António Costa, que também é muito agarrado ao poder, olhe, já desde o tempo da associação de estudantes de direito ele era assim…

A guilhotina do bem

Maurício Souza, campeão olímpico em 2016, teve a cabeça cortada em uma ação injusta

Ana Paula Henkel

A Revolução Francesa foi um divisor de águas na história europeia moderna, que começou em 1789 e terminou no final da década de 1790 com a ascensão de Napoleão Bonaparte. Durante esse período, os cidadãos franceses redesenharam o cenário político do país, desenraizando instituições centenárias, como a monarquia e o sistema feudal. Maximilien de Robespierre, o arquiteto do Reino do Terror da Revolução Francesa, encorajou a execução dos inimigos da revolução que prometeu liberdade, igualdade e fraternidade.

O rei Luís XVI, condenado à morte por alta traição e crimes contra o Estado, foi enviado à guilhotina. Sua esposa, Maria Antonieta, teve o mesmo destino nove meses depois. Após a execução do rei, a guerra com várias potências europeias e intensas divisões ideológicas conduziram a Revolução Francesa à sua fase mais violenta e turbulenta. Em junho de 1793, os jacobinos tomaram o controle da Convenção Nacional dos girondinos mais moderados e instituíram uma série de medidas radicais, incluindo o estabelecimento de um novo calendário e a erradicação do cristianismo. Aqui, foi desencadeado o sangrento Reino do Terror, um período de dez meses em que os inimigos suspeitos da revolução foram guilhotinados aos milhares.

Eu não poderia deixar de visitar esse período bárbaro da história mundial e, guardadas as devidas proporções, abordar o assunto da semana envolvendo o jogador de vôlei Maurício Souza. Ele foi “cancelado” pela turma da tolerância e do amor por expor sua opinião sobre um desenho em quadrinhos.

O campeão olímpico teve o contrato rescindido unilateralmente pelo Minas Tênis Clube depois que os patrocinadores do time sofreram pressões dos atuais jacobinos virtuais que tentam de todas as maneiras tirar de circulação aqueles que não rezam a cartilha progressista da turba do Beautiful People. Em tempos em que questionar virou crime inafiançável, opinar contra o politicamente correto virou crime hediondo, com pena de prisão perpétua nos calabouços dos revolucionários de butique. E opinar, sem ofensas, foi o que Maurício fez.

Em seu Instagram pessoal, Maurício já havia criticado o uso da chamada “linguagem neutra”, mais uma página rasa da agenda de identidade de gênero que cancela sem dó nossa linda língua portuguesa. Nessa postagem, Maurício colocou na legenda: “O céu é o limite se deixarmos! Está chegando a hora de os silenciosos gritarem”. Na semana passada, alguns dias depois da repercussão do lançamento da história da DC Comics em que o filho do personagem Super-Homem se assume bissexual, o jogador postou: “É só um desenho, não é nada demais. Vai nessa que vai ver onde vamos parar…”. Mesmo sendo duramente criticado pelo terrível crime de opinião sobre um desenho — um de-se-nho, vale frisar —, Maurício voltou ao seu perfil e comentou mais um capítulo da agenda nefasta da esquerda radical: a exclusão de mulheres com a inclusão de homens biológicos em esportes femininos. Para isso, Maurício publicou uma foto de Gabrielle Ludwig [foto], atleta transexual que faz parte de uma equipe feminina de basquete universitário. A foto, uma afronta às mulheres, já foi usada por mim em palestras sobre o assunto para mostrar — em claras e gritantes imagens — o absurdo que as mulheres estão sendo obrigadas a suportar caladas para não serem guilhotinadas. Homens biológicos, visivelmente formados com todos os resultados de anos de testosterona, competindo com meninas.

Política POP

O povo percebe o jogo sujo, sente que sua liberdade está ameaçada, e não aceitará passivamente ver o Brasil virar uma nova Venezuela

Rodrigo Constantino

Minha colega de revista Ana Paula Henkel comentou comigo após o 7 de setembro, quando milhões foram às ruas numa manifestação patriótica, que mal conseguia andar pela Avenida Paulista e que nunca vira nada igual, nem em seus tempos de atleta olímpica. A multidão a parava pedindo fotos, agradecendo por seu trabalho, por dizer a verdade. Em nossa conversa sobre o episódio, ficamos refletindo sobre a demanda reprimida por posicionamentos mais conservadores na mídia nacional, e como a simples coragem de dizer o óbvio se transformou em heroísmo em nosso país.

Estava havia um ano sem vir ao Brasil. Pode-se alegar que no dia 7 de Setembro a multidão nas ruas era alinhada, ou seja, há um viés de amostra aqui. Mas fiquei espantado com a mudança em um ano. Os taxistas e motoristas de Uber me reconheceram, o garçom do restaurante se disse meu fã e o chef quis tirar uma foto comigo. O cortador de grama do condomínio dos meus pais no Rio disse que me acompanha, e circular nas ruas ou no shopping hoje é impossível no anonimato. Em suma, um comentarista de política virou uma espécie de celebridade, tratamento reservado antes aos atores globais. Como foi que isso aconteceu?

É preciso compreender o fenômeno, pois ele não é natural. Jornalistas são reconhecidos, claro, e recebem elogios ou críticas. Faz parte. Mas o que está se passando é algo bem diferente. A própria Ana Paula escreveu uma coluna após o 7 de Setembro usando a alegoria platônica da caverna para mostrar o despertar do povo, que resolveu deixar a ignorância política de lado. O feedback mais comum que recebemos é justamente o de que damos voz a essa gente toda, conseguimos concatenar seus pensamentos de forma concisa, ajudar nas reflexões.

Os 14 anos de petismo foram cruciais para esse despertar. A democracia quase foi destruída, e a economia mergulhou numa crise sem precedentes. O povo buscou mais informações, confiou em quem havia alertado para esse risco desde o começo. As redes sociais furaram a bolha da hegemonia esquerdista na imprensa, e uma maioria até então silenciosa se descobriu maioria, e com voz. A defesa de valores morais, a luta pela liberdade, a verdadeira resistência democrática, tudo isso uniu uma multidão até então dispersa, que se sentia órfã não só na política, como também nos debates públicos.

Conclusões da CPI da Covid

A Controladoria de Pilantras e Impostores resume verdades que Renan e seus parceiros tentam esconder

Augusto Nunes

No mesmo dia em que foram escalados titulares e suplentes da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada no Senado para investigar delinquências ocorridas durante a pandemia de covid-19, a direção de Oeste entendeu que aquilo merecia atenções especiais. A lista de convocados parecia chamada oral em pátio de cadeia. A surpresa virou espanto com a escolha do relator: Renan Calheiros, um notório prontuário ainda em liberdade. Sim, no faroeste à brasileira produzido pela Era PT é o vilão que persegue o xerife. Mas incumbir Renan de investigar patifarias é algo como instalar Marcola, o chefão do PCC, no Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Uma CPI desse calibre exigiu a montagem na redação desta revista de uma Controladoria de Pilantras e Impostores, formada por jornalistas que nunca tratam a verdade a socos e pontapés. Assim nasceu a CPI da CPI. A orientação repassada aos investigadores limitou-se a dois lembretes: 1) ver as coisas como as coisas são; 2) contar o caso como o caso foi. Honrado com o cargo de relator, tive a missão facilitada pelo esforço dos engajados na força-tarefa e, sobretudo, por constatações feitas por J.R. Guzzo e Silvio Navarro. O resumo das conclusões traduz o bom trabalho da CPI da CPI. Aos fatos.

Renan Calheiros, montagem com foto de Edilson Rodrigues/Agência Senado

A origem

Os inimigos de Jair Bolsonaro jamais aceitaram o resultado das eleições de 2018. Assim que a apuração dos votos terminou, os devotos do derrotado tentaram impedir a posse do vitorioso, com o pretexto de que teria feito mau uso das redes sociais durante a campanha. De lá para cá, o governo federal não conheceu um só minuto de sossego. Mesmo nos fins de semana, feriados e dias santos, continua a luta da tropa formada pela esquerda parlamentar, por políticos que só têm compromissos com os próprios interesses, por figurões do Judiciário que enxergam um imperador quando contemplam o espelho e por uma imprensa que vê na derrubada do presidente da República a razão de sua existência. Os conspiradores fazem o diabo para impedir que o governo funcione. A mais recente ofensiva ficou por conta da CPI instaurada pelo Senado, por ordem do Supremo Tribunal Federal, para provar que o vírus chinês, no Brasil, não matou ninguém. Os mais de 600 mil mortos foram vítimas do genocídio praticado por Jair Bolsonaro.

O G7

Os partidos que deveriam defender o governo conseguiram quatro vagas no time titular. Apenas Marcos Rogério, de Rondônia, soube enfrentar com competência a ferocidade dos sete oposicionistas, escolhidos entre o que há de pior no Senado. Já na sessão inaugural, o relator Renan Calheiros, de Alagoas, o presidente Omar Aziz, do Amazonas, e seu vice Randolfe Rodrigues, do Amapá, deixaram claro que o parecer estava pronto e as conclusões estavam concluídas. Mas ficariam seis meses em campo para que a torcida brasileira conhecesse melhor os integrantes do que ficaria conhecido como G7. Má ideia. Quem ainda ignorava o caso ficou sabendo que Aziz foi anexado à fila de investigados no Supremo Tribunal Federal por ter tripulado um desvio de verbas destinadas à saúde que somaram R$ 260 milhões. Envolvidos no mesmo caso de polícia, foram presos a mulher e dois irmãos do agora conselheiro. Em julho, Arthur Virgílio Neto afirmou que Aziz só escapou de uma CPI da Pedofilia instaurada pela Assembleia Legislativa graças à interferência do ex-senador e ex-prefeito de Manaus. “A pedido de sua mãe, respeitável e querida senhora, livrei-o de uma dura condenação penal e da desmoralização completa”, contou Virgílio. 

Foto: Edilson Salgueiro/Agência Senado

O Brasil que pensa e presta foi apresentado aos chiliques e faniquitos de Randolfe, uma voz de castrato à procura de ministros do STF interessados em aumentar a confusão. A plateia entendeu também que as semelhanças entre o relator e o presidente não apareceram agora. Faz tempo que os dois são casos de polícia. Ganharam notoriedade ou voltaram ao palco outros integrantes do G7. (Nada a ver com o grupo das equipes que lideram o campeonato brasileiro de futebol. Esse G é de Gangue, com maiúscula.) O senador Otto Alencar, da Bahia, é médico formado, mas não veste um jaleco há muitas décadas. Para mostrar que ainda lembra que o antibiótico chegou depois da sulfa, resolveu animar o auditório com pegadinhas. Por pouco não perguntou a alguma Vossa Senhoria se sabia a diferença entre um vírus e um ovário. O senador Humberto Costa, de Pernambuco, mostrou-se tão preparado para socorrer algum doente quanto Otto Alencar. Mas meio mundo lembrou que o mais aflitivo soprano do PT foi aquele ministro da Saúde que se meteu no escândalo dos sanguessugas e acabou ganhando do Departamento de Propinas da Odebrecht o codinome Drácula. 

A polícia das ideias

De todas as palavras disponíveis no mercado, nenhuma foi expropriada de forma tão radical para uso político quanto a soma do substantivo “notícia” com o adjetivo “falsa”

J. R. Guzzo

As tiranias, em todas as épocas, sempre capricham na tarefa de criar o seu próprio dicionário. Montam uma coleção de palavras e de combinações de palavras que têm de significar, obrigatoriamente, só aquilo que interessa aos donos do poder; é como se tivessem tirado uma patente, com direitos autorais, sobre porções específicas da linguagem. A partir daí, as palavras selecionadas não podem ser utilizadas por quem está fora do grupo — adquirem, ao mesmo tempo, o significado político estabelecido por seus proprietários e não podem mais voltar ao seu sentido natural.

De todas as palavras disponíveis hoje no mercado, possivelmente nenhuma foi expropriada de forma tão radical para uso político quanto a soma do substantivo “notícia” com o adjetivo “falsa”. É obrigatório falar isso em inglês, naturalmente — fake news. Ao que parece, só em inglês elas têm significado legal; o Supremo Tribunal Federal, onde o uso do português, teoricamente, deveria ser obrigatório (trata-se do idioma oficial do Brasil, segundo a Constituição), só fala na forma inglesa. Tem, até mesmo, um monumental inquérito sobre fake news, que mete gente na cadeia e paira como uma grave ameaça, 24 horas por dia, sobre a cabeça do presidente da República. O mundo político, de um extremo a outro, fala em fake news como se estivesse operando em Washington. A mídia, então, não pensa em outra coisa. Em suma: virou ideia fixa, e tem tudo para substituir, a partir de agora, a obsessão com a CPI da Covid.

A pretexto de salvar a humanidade dos perigos da má informação, o que eles fazem é censurar o pensamento livre

Normalmente seria apenas mais uma bobagem, entre tantas outras que são produzidas, em compasso de linha de montagem, pelo STF, pelos políticos e pela imprensa deste país. Mas não é assim. Fake news, acima de qualquer outra coisa, é hoje uma arma contra a liberdade; na verdade, a sua manipulação permanente, articulada e agressiva é possivelmente o principal recurso usado no momento pelos inimigos do direito de expressão para impor a sua visão de mundo a todos os demais. A pretexto de defender a virtude e de salvar a humanidade dos perigos da má informação, o que eles fazem, na prática e todos os dias, é censurar o pensamento livre. Fake news, na vida real, não quer dizer notícia falsa. É, isso sim, tudo aquilo com o que a polícia das ideias, hoje presente em todos os aspectos da vida em sociedade, não concorda — ou não quer que seja publicado. O significado da expressão não é mais o original; foi sequestrado por facções políticas e ideológicas para reprimir qualquer ponto de vista que não seja o seu.

Ameaça à democracia

As agressões à liberdade se repetem com frequência cada vez maior, e pegam cada vez mais gente

J. R. Guzzo

O Brasil vive um tempo escuro para o exercício da liberdade política – um dos piores, possivelmente, que já teve em sua história moderna. Não estão mais em vigor o AI-5 e outras leis de repressão à atividade pública, mas constrói-se com empenho no Poder Judiciário, no Ministério Público e no Congresso Nacional, dia após dia, um sistema de perseguição oficial aos adversários políticos, às ideias não aprovadas nos consórcios onde se decide hoje o que é o bem e o mal para a sociedade e a tudo aquilo que, de uma forma ou de outra, pode ser considerado como conservador, ou “de direita”.

Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, STF

As garantias constitucionais e os direitos individuais do cidadão são cada vez mais ignorados nessa ofensiva. Ou, mais precisamente, está sendo criado no Brasil um sistema legal com duas faces, em que as regras são aplicadas de acordo com as atitudes políticas de cada um. Uma parte dos cidadãos, por este ordenamento, tem direito à proteção da lei; outra, aquela que o mecanismo judicial-parlamentar (e seus aliados) considera “nociva à democracia”, não tem. Ou melhor: pode ter ou não ter, conforme o caso, mas isso não dá segurança legal para ninguém – ou a lei vale sempre, e de forma igual para todos, ou não vale.

As agressões à liberdade se repetem com frequência cada vez maior, e pegam cada vez mais gente. No presente momento, seis deputados no pleno exercício de seus mandatos, e legalmente protegidos por imunidades parlamentares, estão indiciados como réus na investigação da “CPI da Covid” – uma violência grosseira do sistema contra representantes eleitos do povo que não cometeram nenhum crime, mas são inimigos políticos. Há um deputado federal e o ex-presidente de um partido na cadeia – sem culpa formada, sem data para sair e sem que tenham sido presos em flagrante. Pede-se a extradição de um jornalista, que se refugiou nos Estados Unidos para escapar à uma prisão política imposta pelo STF, como se fosse um criminoso procurado pela Interpol. Prendem um motorista de caminhão como ameaça à democracia.

Janaina, sobre Alcolumbre: se tivesse questionado vacinas, ‘já teria caído’

Seis mulheres denunciaram o ex-presidente do Senado por prática de 'rachadinha' em seu gabinete

Fábio Matos

A denúncia envolvendo o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) [foto], ex-presidente do Senado e atual comandante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, segue repercutindo no mundo político. A deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) usou as redes sociais para cobrar desdobramentos sobre o caso.

Foto: Pedro França/Agência Senado

Segundo reportagem publicada pela revista Veja, seis mulheres denunciaram o parlamentar por prática de “rachadinha” em seu gabinete. Marina Santos, Érica Castro, Lilian Braga, Jessyca Pires, Larissa Braga e Adriana Almeida, moradoras do entorno do Distrito Federal, foram contratadas como assessoras, mas jamais trabalharam para Alcolumbre. O esquema, iniciado em 2016, teria desviado ao menos R$ 2 milhões.

As mulheres tinham vencimentos mensais entre R$ 4 mil e R$ 14 mil, mas devolviam parte do montante ao gabinete de Alcolumbre. De acordo com a Veja, os extratos das contas das funcionárias mostram que o salário era depositado e imediatamente sacado.

E o caso do Alcolumbre? Vai ficar por isso mesmo?”, questionou Janaina em seus perfis no Twitter e no Instagram. “Se ele tivesse questionado vacinas obrigatórias, ou se tivesse criticado desenho, a casa já teria caído. Mas como, segundo consta, tomou o salário de mulheres vulneráveis, ninguém se importa. Vai seguir poderoso, presidindo a CCJ.

Como noticiado por Oeste, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentou na sexta-feira 29 ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime na qual pede apuração do caso.

Título e Texto: Fábio Matos, revista OESTE, 1-11-2021, 9h15

Brasil sediará reunião de líderes do G20 em 2024

Ano que vem, evento será em Bali, na Indonésia

Wellton Máximo

O Brasil sediará o encontro anual de presidentes e primeiros-ministros do G20, grupo das 20 maiores economias do planeta, em 2024. O anúncio foi feito durante a divulgação do documento final da reunião do grupo, que terminou hoje (31) em Roma.

Foto: Reuters

A cidade brasileira para sede do encontro ainda não foi definida. Esta é a primeira vez que o Brasil é escolhido como anfitrião para uma cúpula de líderes do G20 desde a criação do grupo, em 1999. Em 2008, ocorreu um encontro de ministros das Finanças do G20 em São Paulo.

No próximo ano, o encontro de líderes do G20 ocorrerá na ilha de Bali, na Indonésia. Em 2023, a sede será Nova Délhi, na Índia.

Documento final

O documento final do G20 foi assinado por todas as vinte maiores economias do planeta: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia.

Neste ano, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, não compareceram ao encontro, mas enviaram representantes.

Título e Texto: Wellton Máximo; Edição: Nélio Neves de AndradeAgência Brasil, 31-10-2021, 19h12

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