quarta-feira, 3 de novembro de 2021

[Dossiê: A Democracia] Capítulo 4: domínio virtual

Haroldo Barboza

O desejo dos administradores públicos imorais é que sua gestão seja aceita sem restrições (nem precisa de aplausos) por mais de 95% das comunidades que comandam. Desta forma, eles terão tranquilidade em executar seus planos de enriquecimento meteórico e aquisição de alto poder (para ornamentar seus egos e manipular “colaboradores” em postos chaves).  

Pelo perfil da humanidade, tal percentual é praticamente impossível de ser alcançado dentro de um cenário onde a opinião é livre. Então este plantel de mal-intencionados vem usando as ferramentas disponíveis no momento:

- pregação religiosa que orienta os fiéis a rezarem por um milagre no lugar de pressionar seus representantes;

- propaganda repetitiva de falácias que se tornam “verdades” após N anos;

- manutenção do cenário caótico da educação básica (se souber escrever nome, endereço e CPF, já está “esclarecido”);

- troca de conteúdo de livros escolares;

- mensagens subliminares (e até escancaradas) em enredos de novelas para corroer o respeito familiar;

- burocratização (para criar confusão e desestímulo) de acesso às informações reais sobre temas de interesse público (desde balancetes claros sobre uso de impostos até arquivos definidores de licitações de obras inócuas);

- enxurrada de jogos virtuais onde para “vencer” são usadas artimanhas que fazem o usuário sentir-se “esperto” e habilidoso. Com tantos atrativos nos celulares, quem vai se lembrar de agregar seu grupo de contato para planejar alguma ação cívica em defesa de seus interesses?  

As medidas acima (e outras não lembradas) são demoradas e absorvem altos custos aos gestores. Mas o uso de componentes químicos (em alimentos pulverizados com tóxicos, medicamentos para “resfriados” e vacinas criadas em 6 meses) ajudam a acelerar o plano de dominação em larga escala, criando um estado de acomodação nos ouvintes para aceitarem barbaridades sem protestos barulhentos. Pequenos resmungos pontuais são fáceis de abafar com alguma “benesse” barata.

Para um futuro próximo (menos de 15 anos?) já devem estar planejando a implantação de um chip na nuca dos nascidos a partir de uma data a ser definida pelos gestores do planeta (quase 300 famílias). Tal implantação será anunciada com “convincentes argumentos lucrativos” às vítimas. Por exemplo (Brasil):

CARACTERÍSTICAS:

- localizar em 15 minutos quem se perder numa trilha fechada, embarcação em alto mar, desabamento ou em caso de sequestro;

- feminicidas que ameaçam ex-companheiras, serão abordados em 5 minutos caso desrespeitem a distância definida pelo juiz;

- fugitivos de cadeias serão recapturados em 2 dias;

- compras e saques bancários só serão oficializados (melhor que PIX) se a pessoa tatear uma parte do corpo (a escolher) e não estiver com dores por torturas;

- exame de parentesco (DNA) em 5 minutos (sistema nuca-nuca);

- acionamento do plano de saúde em caso de internação hospitalar;

- emissão e checagem de passaporte virtual em 5 minutos;

- mensagens via WA (até 2 linhas) através do pensamento (ter cuidado para não pensar em palavrões para evitar ofender o destinatário);

- dados cadastrais básicos poderão ser usados (via bluetooth) após tateamento;

- isenção de taxas do DETRAN na compra do primeiro carro;

- obtenção de abatimento do primeiro IPTU na compra do primeiro imóvel;

- sorteio trimestral de 5.000 dólares (5 pessoas) em bancos parceiros do projeto carinhosamente chamado de “cheer-chip” (gíria: “xixip”);

- permitir que o hospital (parceiro credenciado) identifique com rapidez alguma emergência potencial em um paciente que chegue desacordado na unidade.

Até habitantes idosos serão voluntários neste projeto.

A “bula” dará destaque a todas estas “vantagens” (e outras não lembradas agora) em letras garrafais. Mas não citará que o portador do equipamento será “monitorado” a ponto de:

- ter sua capacidade de reprodução reduzida;

- receber mensagens durante o sono de interesse do gestor de sua comunidade;

- manter seus hormônios de alegria em alta, mesmo pagando impostos sem retorno equivalente.

E assim, a “democracia” vai equilibrar a humanidade durante dezenas de anos, principalmente em países em “desenvolvimento” (possuidores de minas atraentes às ávidas aves de rapina que aceleram a degradação do planeta). Centenas de “formigueiros” com alegres “operárias” servindo à opulenta “rainha” com muito esforço e orgulho, para a perpetuação de dois estilos distintos de vida:

DD (Democracia Dominante): castas governamentais usufruindo de pomposas moradias abastecidas de alimentos altamente nutritivos e regados com vinhos de qualidade elevada. Frota de carros oficiais blindados para passeios divertidos e culturais. Até para levar o cão de estimação à loja pet. Equipes de seguranças bem treinados para a família de cada membro do alto escalão do governo, bem como rede de hospitais equipados com os melhores aparelhos para tratamento de doenças diversas. Escolas preparatórias para formação complementar em universidades estrangeiras. Tecnologia padrão 5G à disposição.

dd (democracia desesperada): glebas de sacrificados residindo em localidades com incidência de deslizamentos e enchentes, obtendo alimentação após renhida disputa com animais esfomeados e lavados com água contaminada pela geosmina.

Uso de coletivos malconservados, apinhados e com horários desconexos. Regularmente alvos de balas perdidas por disputas entre meliantes urbanos. Visitando hospitais sem maca, medicamentos básicos de primeiros socorros e equipamentos de emergência. Escolas com telhas furadas, quadros e carteiras quebradas, banheiros contaminados, copa servindo pão adormecido com limonada rala sem açúcar e abnegados professores mal pagos. Instalações deprimentes que espantam alunos desmotivados que desde cedo precisam ajudar na busca da renda familiar. Tornam-se presas fáceis para ingressarem nas “universidades do crime” e/ou tornarem-se drogados improdutivos. Tecnologia 2G nos recantos do país.

Haverá um “salvador” (um hacker inesperado que tenha misturado feijoada com conhaque “paraguaio”) que possa criar ruptura neste cenário?

Título e Texto: Haroldo Barboza, 3-11-2021

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