José António Rodrigues Carmo
Paulo Rangel [foto] perdeu as eleições do PSD e o Chega adotou como slogan uma versão do "Deus, Pátria, Família... e Trabalho", o que motivou um bruááá mediático, com a generalidade dos jornalistas a denunciar em altos berros a origem salazarista do slogan.
Em ambos os casos, na minha
opinião, existe um erro e uma causa semelhantes:
O erro do Doutor Rangel, para
lá das táticas e das conversetas sobre carisma e patati patatá, foi ter
acreditado que sair do armário e fazer saber urbi et orbi, a sua
tendência sexual, lhe dava uma vantagem.
O erro dos media é acreditarem
que encostarem o Chega ao Salazar provocará danos a este partido.
Estes erros partem do fenômeno
das bolhas.
Certas elites urbanas, sempre
cavalgando as modas e as narrativas prafrentex, tendem a presumir que aquilo
que eles acham bem é também aquilo que os outros acham bem.
Ora, no caso do Doutor Rangel
o eleitorado do PSD não é tão "progressista" como ele acredita.
Quem vive nas bolhas da bempensância não faz a mais pequena ideia de que muitos eleitores fora das suas bolhas, embora não o digam, porque é "feio" e "discurso de ódio", etc., encaram no mínimo com um riso para dentro, as "mariquices" do Dr Rangel ou de qualquer outro notável que se apresente surfando essa tendência.
Note-se que não estou aqui a fazer qualquer juízo de valor, mas apenas a salientar aquilo que me parece ser um fato da crua realidade. De resto, o Rui Rangel tinha, ao que consta, o apoio do "aparelho", lá está, os seus parceiros da bolha, mas não o dos eleitores fora da bolha "bempensante", razão pela qual, em minha opinião, se tramou.
Tivesse ele guardado para a
sua vida privada, as informações sobre com quem prefere compartilhar a cama, e
provavelmente ganharia.
No caso do Chega, mais uma vez
o pessoal da bolha dá um potente tiro no pé.
Porque, se bem que o António
das Botas, tenha péssima imagem dentro da bolha, rezam as crônicas que foi
considerado o "português do século", há uns anos, numa votação
televisiva, para grande espanto e consternação dos habitantes da bolha.
Isto das bolhas faz-me lembrar
umas declarações que li num jornal americano, de uma senhora de Nova Iorque,
"liberal" (esquerda, no sentido americano do termo), após Bush ter
ganho as eleições. A senhora dizia que tinha havido um cambalacho qualquer
porque, dizia " não conheço ninguém que tenha votado nele".
Temos de reconhecer que,
embora o pessoal da bolha se ache supinamente esclarecido e inteligente, é, na
verdade, francamente estúpido...
Título e Texto: José
António Rodrigues Carmo, Facebook,
29-11-2021, 18h23
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-