Carlos Newton
O governo estudou formas de
punir os líderes dos clubes militares que assinaram a nota criticando a
presidente Dilma Rousseff por não ter vindo a público desmentir declarações de
duas ministras sobre a ditadura. Durante a conversa que os comandantes das Forças
Armadas tiveram com os oficiais da reserva na última quarta-feira para fazê-los
recuar do manifesto, um dos assuntos discutidos foi a possibilidade de punição
pela crítica pública à comandante suprema das Forças Armadas.
Segundo a repórter Junia Gama,
do Correio Braziliense, um funcionário da cúpula jurídica do governo disse ao
Correio que a atitude dos integrantes da reserva era uma demonstração de
desrespeito ao superior e que, portanto, merecia uma punição. “O que eles
fizeram foi um crime. Houve uma quebra clara de hierarquia”, apontou.
O que se sabe é que a
presidente Dilma Rousseff, irritada com os militares da reserva pelas críticas
polêmicas publicadas em nota contra o governo, acionou o ministro da Defesa,
Celso Amorim, para que enquadrasse o grupo.
Em plena quarta-feira de
cinzas, Amorim convocou uma reunião com os comandantes do Exército, da Marinha
e da Aeronáutica, mais o chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas,
general José Carlos de Nardi, e expressou sua contrariedade com o manifesto do
Clube dos Militares, divulgado na semana passada.
A forte reação da presidente
Dilma, materializada no puxão de orelha que Amorim deu nos comandantes
militares, surtiu efeitos rápidos e o site do Clube Militar publicou nota em
que os presidentes da entidade “desautorizam” o texto anterior, que havia sido
assinado por eles próprios.
Segundo um integrante da
cúpula do Ministério da Defesa, durante a reunião, que levou à publicação da
retratação, Amorim teria dito aos comandantes que o Clube Militar extrapolou no
direito à manifestação ao fazer referência a uma atitude da presidente Dilma
Rousseff, já que ela é a comandante suprema das Forças Armadas. “A crítica à
presidente é inaceitável. Foi um erro grave do Clube Militar”, apontou o
interlocutor do ministro.
Traduzindo tudo isso: 1) Os
governos FHC, Lula e Dilma dobraram a espinha dos comandantes, que permitiram o
sucateamento de seus equipamentos e a desmoralização das três Forças Armadas.
2) Divulgar um importante manifesto conjunto e depois voltar atrás, mostra que
já não se fazem mais militares como antigamente. 3) Militar da reserva tem
direito de se expressar politicamente. 4) Os três Clubes militares deveriam
passar a se dedicar apenas a atividades como jogar sinuca, paciência e bocha,
com incursões nas danças de salão…
Título e Texto: Carlos Newton,
Tribuna da Imprensa, 25-02-2012
Enviado por Luciano Moura
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