domingo, 7 de julho de 2013

"o aludido Meritíssimo Magistrado não parece ser exemplo de quem combate gastos no Judiciário"

Sidnei Oliveira

Excelentíssimos Senadores da República:
Senador Paulo Paim (PT-RS)
Senador Alvaro Dias (PSDB -PR)
Senadora Ana Amélia (PP-RS)
Assunto: Caso AERUS

Os assistidos VARIG-AERUS agradecem o total empenho a favor da nobre causa  que  Vossas Excelências têm dispensado, ao longo desses anos, desde 2006, quando o fundo de pensão AERUS teve a sua intervenção efetivamente decretada em virtude de uma série de irregularidades administrativas entre governo e mantenedora, considerando ser esta, legalmente, empresa concessionária do Poder Público e, como tal, sujeita à fiscalização pelo órgão do  Estado competente.  

Informados através da mídia informatizada, ficamos todos estupefatos com a decisão do Meritíssimo Ministro Dr. Joaquim Barbosa, Presidente do STF, indeferindo a "tutela antecipada" em benefício  do universo dos 8 000 aposentados assistidos não inclusos os dependentes, o que somaria cerca de 30 000 pessoas. Sua Excelência, que ora preside a Egrégia Corte, desconsiderou todas as evidências que constam nos autos do processo, e que tem causado o calvário desses assistidos, cuja maioria esmagadora é composta de idosos com idade avançada, agindo de forma atroz, derramando por terra toda expectativa que tínhamos de um Servidor sensato, firme e  inegavelmente justo. 
"Assim como um austero capitão de uma antiga caravela em alto mar, repleta de marujos doentes e imprestáveis para prosseguir nas tarefas internas da embarcação, revolve despojá-los no meio da espuma do oceano. Senhor de tudo, covardemente  ordena que os marujos enfermos sejam lançados ao mar, ficando a embarcação livre da carga indesejável."
Entretanto, como podem Vossas Excelências observar, o  aludido Meritíssimo Magistrado não parece ser exemplo de quem combate gastos no Judiciário, conforme divulgado através da grande imprensa, cuja matéria está abaixo transcrita (Fonte: Folha de São Paulo - online)

 ================================
Barbosa recebeu R$ 580 mil em benefícios atrasados
Rubens Valente
De Brasília
Crítico dos gastos do Judiciário, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, recebeu R$ 414 mil do Ministério Público Federal por conta de controverso bônus salarial criado nos anos 90 para compensar, em diversas categorias, o auxílio-moradia concedido a deputados e senadores.
Chamado de PAE (Parcela Autônoma de Equivalência), o benefício já foi repassado para 604 membros do Ministério Público Federal, incluindo Barbosa. O pagamento consumiu R$ 150 milhões.

Embora legalizados, auxílios do gênero provocaram polêmicas ao longo dos anos. A mais recente é travada no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), presidido por Barbosa. Em breve, o conselho vai analisar uma proposta que pede a suspensão do pagamento de auxílio-moradia a juízes trabalhistas.
No mês passado, o CNJ autorizou o pagamento de cerca de R$ 100 milhões a oito tribunais de Justiça nos Estados relativos a auxílio-alimentação. Barbosa foi contrário, e sua posição contra os penduricalhos salariais ganhou amplo destaque. Ele chamou de "esdrúxula" e "inconstitucional" a resolução do CNJ.
O ministro ironizou o benefício ao dizer que "não cabe a cada Estado estabelecer auxílio-moradia, auxílio-funeral ou auxílio-paletó". 

Em 2010, o próprio Barbosa foi relator de pedido da Associação dos Juízes Federais que buscava reconhecimento do direito dos juízes ao auxílio-moradia em ação no STF.
Ao negar a liminar, o ministro escreveu que o auxílio "não serve para complementar a remuneração do magistrado federal, mas sim para indenizá-lo por despesas que surgem da sua designação para o exercício em localidade distante".
Em 2000, a Procuradoria-Geral da República estendeu aos procuradores os efeitos de resolução do STF que determinava o pagamento da PAE aos ministros do tribunal. Em 2002, a resolução virou lei.
Além desse auxílio, o presidente do STF recebeu, em 2007, R$ 166 mil (ou R$ 226,8 mil, em valores corrigidos) mediante a conversão em dinheiro de 11 meses de licenças-prêmio não gozadas.
Esse benefício, não mais em vigor, permitia que um servidor recebesse três meses de folga a cada cinco anos de vínculo empregatício. A ideia era estimulá-los a efetivamente tirarem as folgas, mas muitos, como Barbosa, preferiram não usá-las, deixando que elas se acumulassem. 

Em outubro de 2007, o Conselho Nacional do Ministério Público autorizou a conversão em dinheiro, no ato da aposentadoria, das licenças-prêmio e férias não gozadas.
Somando os dois benefícios, o presidente do STF recebeu do Ministério Público Federal R$ 580 mil referentes ao período em que ele foi procurador. Corrigido pelo IPCA, o total atinge R$ 704,5 mil.

OUTRO LADO
A assessoria do STF informou que Barbosa, após ser empossado na corte, "viu-se impossibilitado" de tirar licenças a que tinha direito e "requereu, com êxito, ao procurador-geral da República" o pagamento delas, o que teria sido feito também "por antigos membros do MPF que ingressaram na magistratura".
A resposta é diferente da fornecida pela Procuradoria-Geral da República, que afirmou: "A conversão do saldo de licença-prêmio não foi feita a pedido do servidor, mas por decisão administrativa".
Sobre a PAE, o STF informou que "o presidente esclarece que não recebeu nada ilegal, e nada além do que foi recebido por todos os membros do Judiciário do país, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União".
Título e Texto: Rubens Valente, Folha de S. Paulo, 07-07-2013, 02h59

=================================================================

Respeitosamente, 
Sidnei Oliveira
Assistido  VARIG- AERUS
Rio de Janeiro – RJ

Relacionados:
[Varig/Aerus] Globo News, Jornal das 10, 05 de julho de 2013

Um comentário:

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-