Esta opacidade pavorosa, que
por ora paira no horizonte político sem que saibamos a realidade que está sendo
desenhada, nos deixa inquietos e apreensivos. Nenhum dos três principais
postulantes ao cargo de Presidente da nação nos inspira confiança. Suas altissonantes
propostas de governar para o povo demonstram apenas um discurso flatus vocis, um discurso vazio de reais
propósitos factíveis. Nenhum deles, até agora, foi capaz, nesta reta final da
campanha, de traçar as diretrizes de como vai governar, respeitando a voz do
povo.
O mais simples dos cidadãos
sabe que o bom governo é aquele que transmite confiança e coragem no
enfrentamento dos problemas sociais, que joga limpo com o povo pelo qual tem
responsabilidade quanto ao seu bem-estar, pois participante do processo de
engrandecimento da nação.
O objetivo dos três
candidatos, me parece, é chegar lá, chegar ao topo do poder e, para isso,
valem-se de um discurso distante do que o eleitor quer ouvir. Estas promessas
mirabolantes que os candidatos vociferam em alto e bom-tom denunciam suas
fragilidades de um bom governo no futuro. O foco da campanha não visa o
cidadão, mas tão somente a conquista do poder, e é por isso que se atacam
mutuamente expondo o que cada um tem de podre, tanto moral como politicamente.
Seus supostos programas de
governo são pífios, ilusórios, complexos e sem clareza.
Aos cidadãos o que interessa é
se o futuro presidente respeitará os ideais democráticos de nossa República,
simples assim. A presidente em exercício – e candidata à reeleição – não foi
capaz, durante seu mandato, de deixar-se orientar por tais ideais. Quis
centralizar o poder para si, enfraquecendo o poder legislativo e judiciário. A
Dilma não merece ser reconduzida ao poder, sob o perigo de surgir no Brasil uma
democracia capenga nos moldes da venezuelana em que a liberdade é uma fachada
ilusória.
É importante nesta eleição que
avaliemos os candidatos quanto ao perfil democrático que cada qual se diz
imbuído. O verdadeiro democrata deixa-se revestir pelos poderes constantes na
Carta Magna aos quais submeterá seu governo. A Dilma não faz isso, ela é centralizadora.
É oportuno que seja alijada do poder. É melhor apostarmos na incógnita dos
outros candidatos do que sermos engolidos pelo abismo da ditadura bolivarianesca.
Quem sabe não é hora de
reinventar o Estado - que o petismo contaminou com a falsa socialização -, para
que se aprume na direção da democracia plena? Transcrevo aqui um trecho da
entrevista da ministra juíza Carmen Lucia na revista Veja que explicita bem o
descompasso entre a voz do povo e governo:
“...Temos
de saber qual o ritmo de exigência da sociedade e como, dentro da lei,
promoveremos a reinvenção do Estado, que é a palavra a ser pregada. É preciso
uma reinvenção institucional para dar uma resposta eficaz ao cidadão que nos
põe lá para que se faça o que é preciso ser feito. O Estado brasileiro é
devedor e, sendo devedor, cada vez mais vira alvo de insatisfações. A vida é
tão passageira que digo que meu lema é felicidade já, justiça já. Ninguém está
com paciência de esperar. O cidadão trabalha e quer ter educação, saúde e justiça
rápida, não aceita mais essa realidade que lhe é oferecida...”
Sábias palavras!
Que o digam os milhares de
ex-trabalhadores aposentados do Aerus o quanto são penalizados pelo governo
pela falta de uma resposta e resolução eficaz concernente ao pagamento dos
proventos que têm direito.
FELICIDADE JÁ! JUSTIÇA JÁ!
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 15-09-2014
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