Boulos, o nababo das invasões
de propriedades públicas e privadas, era o líder da patuscada
Reinaldo Azevedo
Guilherme Boulos, o chefão do
MTST, o dito Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, e a CUT organizaram nesta
quinta, em São Paulo, uma marcha “contra a direita e por mais direitos”.
Boulos, MTST e CUT são meros esbirros do PT. Ah, sim: eles também protestavam
contra um suposto “golpe”. O coxinha radical mandou brasa: “Estamos aqui para
mostrar que, enquanto eles reúnem mil pessoas para defender causas caras ao
povo brasileiro, como a volta da ditadura e o ódio a nordestinos, nós reunimos
cinco vezes mais por causas como reformas política e tributária”. Será mesmo?
Então vamos ver.
Os petistas querem colar em
gente decente, com o auxílio de setores da imprensa, a pecha de “golpista”. Há
manifestações de protesto contra o governo Dilma marcadas para este sábado, dia
da Proclamação da República, em várias cidades do país. A retórica truculenta
de Boulos, um quadro que está sendo preparado por setores radicais do petismo,
busca intimidar os que têm saído às ruas para protestar contra a roubalheira.
Que coisa! Até parece que ele e sua clientela — e já explico por que recorro a
essa palavra — representam a maioria no Estado ou na cidade. Não! As ideias que
este senhor representa foram fragorosamente derrotadas. Se é de números que ele
quer falar, então já perdeu.
Mas eu prefiro falar de
vergonha na cara. Boulos, o autointitulado líder dos sem-teto, tornou-se o
chefão da indústria de invasões de São Paulo, que está sob investigação do
Ministério Público. Boa parte dos que compareceram ao evento são invasores de
propriedades públicas e privadas que estão sob o controle do MTST. As pessoas
são obrigadas a comparecer a atos assim porque ganham “pontos”. É… Existe até
chamada! É preciso ser promovido na hierarquia da militância para se candidatar
ao imóvel invadido.
Boulos opera hoje em parceria
com a Prefeitura de São Paulo e com o governo federal. É um dos interlocutores
do ministro Gilberto Carvalho. É com esses “movimentos” que o PT pretende
intimidar os adversários e o Congresso para impor a sua reforma política. É a essa
turma, que se comporta como tropa de choque, que o petismo pretende apelar se o
seu governo for atropelado, como parece que será, pela leis.
Golpe
Os vigaristas ideológicos
acusam os que protestam contra o governo Dilma de “golpistas”. É mesmo? E quem
daria o tal golpe? Onde está a força armada? Quem vai tomar de assalto o poder?
É ridículo!
Digamos que houvesse mesmo — e
não há! — uma direita organizada no país. Por que seria legítimo “marchar”
contra ela? Imaginem se alguém propõe uma marcha “contra a esquerda”. Logo, na
imprensa, o ato seria chamado de “fascista”.
Distorção
A pantomima do senhor Boulos
nasce, infelizmente, de uma distorção lamentável. Um único cartaz pedindo
intervenção militar num ato de protesto bastou para que se tachasse o evento de
“pregação golpista”. Repórteres da Folha e do Estadão conseguiram a proeza de
entrevistar a mesma pessoa.
Ah, sim: li tudo o que a
imprensa publicou sobre a manifestação de Boulos e da CUT. Vocês acreditam que,
em meio a 7.500 pessoas — segundo a PM —, não havia um só cartaz inconveniente
ou manifestante que dissesse uma bobagem? Nada disso! É só em protesto contra
Dilma que se encontram pessoas dizendo coisas estranhas…
O tratamento dispensado a
manifestantes que, volta e meia, saem literalmente botando fogo por aí é
reverente e respeitoso. É essa a “mídia” que as esquerdas dizem ser
“conservadora e de direita”.
Mera sugestão
Não tenho vocação para Boulos.
Não sou pregador nem candidato a chefão de partido. Só opino. Protestem os que
queiram protestar. É um direito assegurado pela Constituição. Façam-no sem
hostilizar os que divergem do seu pensamento, respeitando a propriedade privada
e pública, preservando o direito de ir e vir e dentro dos limites da
legalidade. Coloquem na conta de sabotadores os que eventualmente procurarem
encrenca ou defenderem intervenção militar.
Golpistas são aqueles que se
apoderaram do Estado brasileiro ou para se locupletar ou em nome de seus
delírios totalitários. Golpistas são aqueles que estão destruindo a Petrobras,
que já foi, sim, patrimônio do povo brasileiro e hoje serve à causa privada de
um partido.
Só para encerrar: nesta
quinta, os esquerdistas já estavam na rua antes do fim da tarde. Um dos
promotores era o MTST, que se diz “dos trabalhadores sem-teto”. O outro era a
CUT, uma central de… trabalhadores. Pergunta de resposta óbvia: ninguém
trabalha?
Vocês querem ver trabalhadores de verdade na rua? Talvez aconteça neste
sábado.
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 14-11-2014
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