terça-feira, 6 de setembro de 2016

Primeira quinzena eleitoral para prefeito do Rio. Parte 2: o segundo bloco

Cesar Maia      
1. Olhando as últimas pesquisas informadas pelas campanhas eleitorais, vemos que se formou um segundo grupo com Bolsonaro, Pedro Paulo e Índio. Bolsonaro, que vinha colado a Freixo, depois da queda de sua pressão no debate da BAND, perdeu uns dois pontos. Saiu da campanha para se recuperar e evitar cobranças nas ruas.
     
2. Abriu forte com o tema segurança e armar a Guarda Municipal e fez uma interrupção após o debate na BAND. Suas inserções e programas na TV ficaram sem brilho, ou talvez sem recursos. Suas aparições no RJTV-2 da mesma forma. No último fim de semana voltou com seu pai, Jair Bolsonaro, a Copacabana e recomeçou sua campanha.
    
3. A comunicação de Pedro Paulo, com o maior tempo na TV e maiores recursos, optou por temas que possam sensibilizar as mulheres: clínica da família, educação infantil e escolas do amanhã e, com isso, amenizar a memória do noticiário sobre supostas agressões à sua primeira esposa. Cresceu dois pontos e passou para o nível dos 8%.
    
4. Seus programas repetem os velhos clichês, falando dentro de um carro e conversando com usuários dos serviços de educação, saúde e área portuária. Na educação e na saúde enfrenta o que diz com o que a população sente. Entra numa das clínicas da família sem nenhuma fila. Tudo asséptico. Fala de construção de escolas, mas o número de matrículas na educação fundamental teve sensível queda. Nos dois casos Crivella tem aproveitado para mostrar as contradições.
     
5. Pedro Paulo, treinado para mostrar expressões de tranquilidade e leves sorrisos sempre colados, passam artificialismo. Ele vai andando e conversando com seus interlocutores e carrega um permanente sorriso “Renata Vasconcelos”. Olimpíada entrou e saiu como tema. O prefeito Eduardo Paes, nas últimas entradas na TV, veio a ancorar Pedro Paulo, passando a sensação de que está correndo em seu socorro.

6. A comunicação de Índio da Costa (com uns 7%) apostou na fixação de sua imagem, com sua camisa Steve Jobs, repetindo que há 25 anos se prepara para ser prefeito e que se especializou em gestão pública.
      
7. Nos últimos três dias a comunicação de Índio da Costa resolveu usar uma metralhadora giratória e bateu forte em todos os demais candidatos. Numa eleição em dois turnos, só se justifica esses tiros para todos os lados com a hipótese que com Crivella garantido, os apoios virão compulsoriamente. Será?
      
8. O que passou para os eleitores atentos foi um gesto desesperado de Índio de quem se acha numa situação fragilizada e muito difícil. Se não for assim, pelo menos parece. Melhor teria sido afirmar a imagem de gestor público, conforme a análise do GPP dos preditores de voto.
       
9. Supondo Crivella com 25%, Freixo/Jandira com 20%, Não Voto 20%, sobram 35% para os demais. Hoje, os demais, incluindo Molon, somam 25%. E restam 10% flutuantes, que hoje fazem Crivella estar com 30% mas que podem descolar e ficar à disposição dos demais.
       
10. Supondo também que atravessando a fronteira dos 15% se estará no segundo turno, a luta entre todos tenderá a sangrar.
Título e Texto: Cesar Maia, 6-9-2016

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