Cesar Maia
1. Olhando as últimas pesquisas informadas pelas campanhas
eleitorais, vemos que se formou um segundo grupo com Bolsonaro, Pedro Paulo e Índio.
Bolsonaro, que vinha colado a Freixo, depois da queda de sua pressão no debate
da BAND, perdeu uns dois pontos. Saiu da campanha para se recuperar e evitar
cobranças nas ruas.
2. Abriu forte com o tema segurança e armar a Guarda Municipal e
fez uma interrupção após o debate na BAND. Suas inserções e programas na TV
ficaram sem brilho, ou talvez sem recursos. Suas aparições no RJTV-2 da mesma
forma. No último fim de semana voltou com seu pai, Jair Bolsonaro, a Copacabana
e recomeçou sua campanha.
3. A comunicação de Pedro Paulo, com o maior tempo na TV e maiores
recursos, optou por temas que possam sensibilizar as mulheres: clínica da
família, educação infantil e escolas do amanhã e, com isso, amenizar a memória
do noticiário sobre supostas agressões à sua primeira esposa. Cresceu dois
pontos e passou para o nível dos 8%.
4. Seus programas repetem os velhos clichês, falando dentro de um
carro e conversando com usuários dos serviços de educação, saúde e área
portuária. Na educação e na saúde enfrenta o que diz com o que a população
sente. Entra numa das clínicas da família sem nenhuma fila. Tudo asséptico.
Fala de construção de escolas, mas o número de matrículas na educação
fundamental teve sensível queda. Nos dois casos Crivella tem aproveitado para
mostrar as contradições.
5. Pedro Paulo, treinado para mostrar expressões de tranquilidade e
leves sorrisos sempre colados, passam artificialismo. Ele vai andando e
conversando com seus interlocutores e carrega um permanente sorriso “Renata
Vasconcelos”. Olimpíada entrou e saiu como tema. O prefeito Eduardo Paes, nas
últimas entradas na TV, veio a ancorar Pedro Paulo, passando a sensação de que
está correndo em seu socorro.
6. A comunicação de Índio da Costa (com uns 7%) apostou na fixação
de sua imagem, com sua camisa Steve Jobs, repetindo que há 25 anos se prepara
para ser prefeito e que se especializou em gestão pública.
7. Nos últimos três dias a comunicação de Índio da Costa resolveu
usar uma metralhadora giratória e bateu forte em todos os demais candidatos.
Numa eleição em dois turnos, só se justifica esses tiros para todos os lados
com a hipótese que com Crivella garantido, os apoios virão compulsoriamente.
Será?
8. O que passou para os eleitores atentos foi um gesto desesperado
de Índio de quem se acha numa situação fragilizada e muito difícil. Se não for
assim, pelo menos parece. Melhor teria sido afirmar a imagem de gestor público,
conforme a análise do GPP dos preditores de voto.
9. Supondo Crivella com 25%, Freixo/Jandira com 20%, Não Voto 20%,
sobram 35% para os demais. Hoje, os demais, incluindo Molon, somam 25%. E
restam 10% flutuantes, que hoje fazem Crivella estar com 30% mas que podem
descolar e ficar à disposição dos demais.
10. Supondo também que atravessando a fronteira dos 15% se estará
no segundo turno, a luta entre todos tenderá a sangrar.
Título e Texto: Cesar Maia, 6-9-2016
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