O Brasil vem passando por
transformações políticas desde o golpe militar de 1964, a primeira delas se deu
logo após o fim da ditadura, em 1984, com a eleição de Tancredo Neves, via
Colégio Eleitoral. Infelizmente, com a morte inexplicável de Tancredo seu vice,
José Sarney, teve que assumir e seu sucessor, Fernando Collor de Melo, que
surgiu como um salvador da pátria, sofreu impeachment dois anos depois de
assumir a presidência, acusado de corrupção. Sua renúncia se deu em 29 de
dezembro de 1992.
Durante este período e mesmo
nos governos de Fernando Henrique Cardoso-PSDB (1994/1997 e 1998/2002) o
metalúrgico e líder sindical, Luiz Inácio Lula da Silva, se colocava como uma
alternativa à esquerda para assumir o país. Depois de três tentativas
frustradas, eis que em 2002, finalmente, Lula ganha a eleição e assume o
governo (2003) com o discurso de fazer um governo diferente de todos os seus
antecessores, com discurso da moralidade, sob a égide da ética, prometendo um
governo mais plural, menos desigual e que beneficiasse trabalhadores e os mais
pobres.
O governo Lula-PT (2003/2006 e
2007/2011) assim como o poste que o sucedeu, Dilma Rousseff-PT (2011/2014 e
2015/2016) que também foi impedida de governar por práticas ilícitas em 2016,
mostrou que tudo não passou de um golpe contra o povo que votou neles, contra a
nação e suas instituições, quando formou uma composição política com partidos
que iam da extrema-esquerda à extrema-direita (famoso centrão), aliando-se na
época ao que havia de mais retrógado, reacionário, fisiológico e corrupto na
política e no segmento empresarial, sempre apoiados pelo PCdoB, PSB, PDT, partidos
que, como o PT, tanto combateram estas coligações e práticas de governanças
nefastas ao País.
Durante todo o governo de Lula
o PT se notabilizou por fazer o mesmo do mesmo durante sua governança, com a
compra de votos (mensalão), corrupção, fisiologismo, aparelhamento da máquina
administrativa do Estado e da Petrobras, Eletrobras e todas as estatais, se
apropriaram dos fundos de pensões da Caixa, Banco do Brasil e Correios, além de
usar o dinheiro público para beneficiar seus apaniguados: ONGs, lideranças de
movimentos populares e sindicais, UNE, MST, MTST, blogs, alguns jornalistas,
pseudointelectuais e artistas de esquerda que se apropriaram do ministério da
cultura e da Lei Rouanet em benefício próprio. Isto sem falar do assalto aos
cofres da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Social-BNDES para
encherem os bolsos dos donos das empresas amigas e dos amigos bolivarianos:
Cuba, Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Angola, Moçambique e outros. Toda essa
tramoia contou também com apoio do maior partido brasileiro e não menos
corrupto que é o PMDB, hoje MDB.
Esta festa com o dinheiro
público deu origem aos maiores escândalos, denominados como mensalão, petrolão,
e na maior operação movida pelo TRF4, que deu origem à Lava-Jato e que culminou
com indiciamentos e prisões de dezenas de políticos, fulminando com a prisão de
seu líder maior e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e nas prisões de
dezenas de outros políticos e empresários por formação da maior quadrilha já
montada para assaltar os cofres públicos dos governos municipais, estaduais e
federal, deixando uma herança maldita nas contas do povo brasileiro.
Este é um breve roteiro de
acontecimentos políticos (sem falar da estranha morte do ex-prefeito Celso
Daniel-PT, Santo André-SP, que ameaçava mostrar um dossiê envolvendo políticos
do partido na administração desta cidade) que pode nos levar a um retrocesso
político e que agora, com a tentativa de assassinato do candidato a presidente
pelo PSL Jair Bolsonaro-RJ, em Juiz de Fora-MG, no dia 6 de setembro, ameaça
nossa jovem democracia e joga por terra tudo que fizemos pelo fim da ditadura
militar em nosso País.
Quem quer que seja ou esteja
por trás deste atentado não sabe o que é um Estado Democrático de Direito, onde
qualquer um tem o direito de se manifestar, de se posicionar, mesmo que não
concordemos com ele, isto é democracia, o contrário disto é o que não queremos
e que não devemos alimentar e que já se mostrou danoso aos direitos
individuais, coletivos e que só servem aos interesses de uns poucos que acham
que o Estado pode ser propriedade de seu grupo político onde o governo do povo
ou governo popular, que é o que pressupõe democracia, pode ser menosprezado.
Extremismos de esquerda ou de
direita mais a alienação de um povo pela imposição de ideias fascistas e
alimentação do ódio do eu contra eles, podem nos levar de volta a regimes
autoritários e isto ameaça nossa democracia.
Título e Texto: Juarez Cruz, Escritor e cronista, Salvador-BA,
21-9-2018
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