Cristina Miranda
Não é a primeira vez que o
Polígrafo, a partir de apenas um vídeo ou imagem, tenta colar a um partido uma
ideologia que não defende. Na minha crônica “O Polígrafo tem de ir ao Polígrafo” já o tinha denunciado com o VOX (leia aqui). Repetiram
a mesma artimanha com o CHEGA ao detectarem um indivíduo a fazer, supostamente,
a saudação nazi num jantar do partido. Mas desde quando é que por haver
alguém que vai ao engano, isso significa que o partido partilha
esses ideais?
Vou lembrar que, com tamanha
desinformação constante, ataques sucessivos, manipulação de discursos,
adulteração e distorção de factos numa campanha difamatória sem igual da
comunicação social, por parte de comentadores políticos (veja aqui Constança Cunha e Sá a combinar “fazer frente ao CHEGA”) e
políticos, é perfeitamente normal que haja muita gente equivocada sobre o que
defende o CHEGA. Por isso, até me surpreende é que não haja muito mais gente
enganada por aí.
Como diz o Polígrafo – mas não
faz o que diz –, vamos aos factos, que eu ao contrário deles, fui
averiguar:
1 – O gesto que podia efetivamente
ser feito por um patriota (a fazer saudação patriota romana), ex-combatente ou
um infiltrado da esquerda, foi intencional e era mesmo uma saudação nazi;
2- O indivíduo foi
confrontado logo ali – por pessoas que partilhavam a mesma mesa –
num total desagrado quer pela atitude quer pelo discurso profundamente
radicalizado durante o jantar, e que motivou críticas severas e
desconforto por parte daquele grupo (informação dada por um amigo que estava
nessa mesa);
3 – O partido tomou
imediatamente providências pedindo ajuda no sentido de identificar o indivíduo
em causa e poder agir em conformidade tendo-lhe eu mesma fornecido esses dados
conseguidos com a minha pesquisa;
4 – Tratou-se efetivamente
de um caso isolado, impossível de controlar ou evitar;
5 – Um ato isolado não
define um partido.
Agora pergunto a esse órgão de
desinformação: Por que não se faz o mesmo com o gesto do braço em riste com
punho fechado? Em que difere o Comunismo do fascismo?
O braço de punho fechado é
o símbolo soviético de Lenine, utilizado na Revolução Russa
(1917-1921) como saudação vermelha. Vemo-lo ainda hoje em todos os
comícios do PCP, BE e PS. Em Portugal aceita-se os punhos fechados ao som do
hino da internacional comunista nos encontros da extrema-esquerda. Isso
incomoda alguém? Não. Muito estranho. Ou talvez não. Dizia João Brás num
comentário no Facebook: “Esta é a resposta de um Gustavo Sampaio diretor
e funcionário do Poligrafo quando questionado se a notícia sobre a festa dos
nazis numa reunião no Porto (um indivíduo de braço estendido) não era
exagerada. Fala de vários motivos por que não gosta do Chega, e conclui
com o parágrafo que se lê aqui:”
E continua: “Um indivíduo que
escreve e pensa assim não é só funcionário de uma agenda ideológica, é outras
coisas. Diz-me um bom amigo que se queremos pensar com a lógica deles damos em
malucos. Porque isto não tem lógica, nem argumentos racionais, nem factos. É
apenas o funcionário do partido a defender a doutrina do politburo”.
Vamos lá ser coerentes: se é
para condenar, condene-se tudo e não só o que nos dá jeito. E chamar os “bois
pelos nomes”, também: BE e PCP não são esquerda moderada, logo
é preciso acrescentar “extrema” sempre que se fala neles. “Extrema” porque
defendem o totalitarismo de Estado, apoiam ditadores e até emitem votos de pesar no Parlamento quando estes morrem. Sejamos sérios.
Em contrapartida, é preciso
urgentemente repor a verdade e dizer que em Portugal NÃO HÁ partidos aprovados
pelo Constitucional que sejam FASCISTAS. Logo, não temos nenhuma “extrema” à
direita em terras lusas. Mais: querer controlo de imigração não é
extrema-direita de coisa nenhuma. Quem foi o idiota que inventou isto?
Extrema-direita, caso
existisse, seria aquela que transformaria um país numa anarquia, onde a
liberdade individual e coletiva seria absoluta. Perceberam? O extremo à direita
é o oposto do extremo à esquerda: esquerda radical versus totalitarismo;
direita radical versus anarquismo. Fascismo é um subproduto do
socialismo. Estudem.
Mas vamos lá analisar – já que
a imigração é a justificação do jornalixo para chamarem de “extrema”
– o que diz o Chega sobre imigração e racismo:
Por que então, tanto
esforço em desacreditar junto da opinião pública um partido que nada tem de
xenófobo? Medo, muito medo dos políticos e serviçais do sistema com as
sondagens a subir.
O Establishment não tem
medo da xenofobia, que sabem ser inexistente no André. Tem claramente
receio da sua ascensão e, por isso, tal como nos EUA e no Brasil, da noite para
o dia transformaram milhões de eleitores em “fascistas e xenófobos”, para
travar desesperadamente essa ascensão semeando o “terror ideológico”. Vai
correr mal para eles. Vai correr bem para o país. Portugal está a
“acordar”.
O que esta comunicação social
está a fazer nas pessoas de alguns jornalistas e comentadores políticos nas Tevês
é crime de difamação. E num Estado de Direito deve ser severamente
punido.
O CHEGA tem de começar a
processar sem dó nem piedade todos os “jornalixos” e “comentadeiros
políticos de televisão”, obrigando-os a fundamentar sempre que falam e a repor
toda a verdade sempre que falham. Porque os jornalistas não fazem opinião,
informam. E mentir, manipular, distorcer, inventar não é informar. É
crime de difamação.
Título, Imagens e Texto:
Cristina Miranda, Blasfémias,
3-2-2020
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