A lista subiu de 8 para 16 países e inclui
Itália, França e Alemanha
Luciano Nascimento
Após a confirmação de casos do
novo coronavírus na Itália, o Ministério da Saúde informou hoje (24) que
aumentou de 8 para 16 a lista de países para a definição de casos suspeitos
para o novo coronavírus no Brasil. Na sexta-feira, o ministério divulgou que a
lista de países para a consideração de casos suspeitos contava com Japão,
Singapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja, além da
China.
Nesta segunda-feira, a Itália
registrou cinco mortes pelo novo coronavírus. Dois idosos, um de 84 e outro de
88 anos, são as mais recentes vítimas da pneumonia viral. O país já o terceiro
com mais casos no mundo, depois da China e da Coreia do Sul.
Com a nova atualização, a
lista agora inclui, além da Itália, Alemanha, França, Austrália, Filipinas,
Malásia, Irã e Emirados Árabes. Com isso, agora, estão enquadradas dentro desta
definição de casos suspeitos as pessoas que viajaram para esses países nos últimos
14 dias e que apresentarem febre e mais um sintoma gripal, como tosse ou falta
de ar.
"Não estamos fazendo nada
diferente do que vínhamos fazendo com outros países. O que estamos fazendo é
ampliar a capacidade de identificação do vírus no território nacional a partir
do histórico de pessoas que foram para esses países", disse o secretário
de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira [foto]
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Foto: Erasmo Salomão/Ministério da Saúde |
Oliveira disse ainda que a
transmissão interna de casos nos países motivou a ampliação da lista que ela
vai continuar passando por atualizações, podendo o número de países aumentar ou
diminuir, a depender da evolução epidemiológica do vírus no local.
Segundo secretário, a partir
da atualização da lista, os profissionais que trabalham em locais de entrada de
pessoas no país, como portos e aeroportos devem prestar mais atenção nas
pessoas que chegam desses locais e venham a apresentar sintomas de doenças
respiratória. Oliveira disse que não há recomendação do governo para que as
pessoas não viagem para esses países, como no caso da China, que está em
quarentena.
"Se alguém vem destes
países é importante que o profissional de saúde esteja atento para os
sintomas", disse.
"Não estão proibidas
viagens para estes locais, mas a gente reforça as recomendações de que se a
pessoa apresentar algum sintoma [similar ao do novo coronavírus], não viajar,
não ir a locais públicos, trabalhar ou ir à escola e procurar uma unidade de
saúde", afirmou.
G-20
A expansão do vírus para
outros países provocou reação do G-20, grupo que reúne os países com as maiores
economia do mundo. Ontem (23), os ministros das Finanças do G-20 e presidentes
de bancos centrais declararam que coronavírus constitui novo risco para a
economia global e concordaram em adotar políticas adequadas.
Casos do novo coronavírus
Os dados mais recentes da
Organização Mundial de Saúde (OMS) registram 79.407 casos do novo coronavírus,
em 32 países, com 2.622 óbitos. A grande maioria dos casos se concentra na
China.
No Brasil, o Ministério da
Saúde informou que descartou 54 casos e que está investigando atualmente quatro
casos, dos quais um no Rio de Janeiro e três em São Paulo.
Questionado se o Brasil
deveria adotar medidas mais restritivas, o secretário disse que todas as
medidas recomendadas para a prevenção da doença estão sendo tomadas.
"É preciso deixar claro
que o nosso sistema de saúde está preparado", disse Oliveira.
Com o surgimento do novo
coronavírus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Ministério
da Saúde atualizaram os critérios de doação nos bancos de sangue como uma ação preventiva
em todo país.
A triagem clínica já incluía a
verificação de dengue, Chikungunya e Zika. A atualização deste ano incluiu o
Covid-19 e outras variações como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) e a
Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers).
Pessoas que estiveram em
regiões com casos confirmados de coronavírus não poderão doar sangue pelo prazo
de 30 dias, a contar do retorno das áreas afetadas pela epidemia. O prazo
também será aplicado a quem teve contato com paciente infectado ou com suspeita
da doença.
Aqueles pacientes que tiveram
a doença, só poderão doar sangue 90 dias depois da completa recuperação. A
regra não se aplica a doadores que tiveram resfriado comum.
Quarentena em Anápolis
Ontem, o grupo de 58
repatriados da China que estava em quarentena na Base Aérea de Anápolis
foi liberado. Antes de embarcarem em aviões da Força Aérea
Brasileira (FAB), em Anápolis, para as suas cidades, os repatriados
participaram de um café da manhã de despedida e de uma cerimônia, com a
presença do ministro da Defesa, Fernando Azevedo; do governador do Estado de
Goiás, Ronaldo Caiado; e do prefeito de Anápolis, Roberto Naves.
Título e Texto: Luciano
Nascimento; Edição: Liliane Farias – Agência Brasil, 24-2-2020, 19h34
80 289 casos em 27 países + o navio "Diamond Princess";
ResponderExcluir2 704 óbitos.