Reunião termina no próximo dia 27
Alex Rodrigues
Em protesto contra o governo
do presidente venezuelano Nicolás Maduro, a ministra da Família, Mulher e
Direitos Humanos, Damares Alves, deixou o salão onde acontece a 43ª Sessão do
Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) quando o chanceler
venezuelano Jorge Arreaza discursava.
Ao se levantar e deixar o
recinto, Damares foi acompanhada pelos demais membros da delegação brasileira
que participam do principal encontro de líderes internacionais sobre direitos
humanos. A sessão, que começou ontem (24), em Genebra, na Suíça, e termina no
próximo dia 27, conta com a participação de mais de 100 ministros e altas
autoridades da área dos países-membros da ONU.
Em outubro de 2019, Brasil e
Venezuela foram eleitos para ocupar duas das vagas destinadas a países da
América Latina e do Caribe no Conselho de Direitos Humanos da ONU para o
período 2020-2022. A Venezuela foi eleita com o voto de 105 países-membros,
tendo ficado a frente da Costa Rica. Já o Brasil foi reeleito para mais um
mandato com 153 votos.
Mais cedo, ao discursar logo
após a abertura da sessão, Damares já tinha classificado o atual regime
venezuelano como “ilegítimo e autoritário”. Além disso, em um evento paralelo
no qual foi discutida a situação na Venezuela, a ministra já tinha declarado
que o governo brasileiro “condena com a máxima veemência as graves violações
dos direitos econômicos, sociais e culturais” ocorridas no país vizinho.
Damares voltou a manifestar o
apoio irrestrito do Estado brasileiro ao que classificou como “as forças
democráticas venezuelanas”, e também destacou o empenho brasileiro para
recepcionar e oferecer abrigo a milhares de venezuelanos que cruzam as
fronteiras fugindo à crise polícia, econômica e humanitária em seu país.
Durante sua fala, o ministro
das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, conclamou a comunidade
internacional a enfrentar medidas coercitivas unilaterais contra qualquer país.
“Devemos salvar este valioso projeto coletivo, este Conselho, da obstinada e
distorcida pretensão de alguns países de usar de forma seletiva aos
procedimentos do Conselho para atacar politicamente a alguns dos
países-membros.”
O chanceler venezuelano também
aproveitou para agradecer a reincorporação de seu país ao Conselho.
Título e Texto: Alex
Rodrigues; Edição: Valéria Aguiar – Agência Brasil, 25-2-2020, 16h32
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