Aparecido Raimundo de Souza
DE REPENTE, UMA INESPERADA DESILUSÃO chegou de mansinho e atrapalhou
nossos planos mais tenebrosos e satânicos, perdão, mais endiabrados e
mefistofélicos. Foi, senhoras e senhores, como se um filho da puta sem pai nem
mãe, tivesse jogado um balde de água fria, com pedrinhas de gelo em nossa
euforia excitadamente jubilosa.
Estávamos crentes, é bem verdade, e dando como certa e definitiva, que a
nuvem de gafanhotos que se aproximava da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul,
vinda da Argentina, não mudasse de rumo. Ou melhor, que mudasse sim, todavia,
que viesse com toda força meteórica para o Brazzzil e, que uma vez aqui,
tomasse o rumo do Grande Avião Pousado, ou seja, da Capital do “capital” do mundo, a linda e
esfuziante Brazzzilia.
Temos plena certeza que esses gafanhotos iriam se dar bem com os insetos
que por lá abundam faz tempo, notadamente com os irmãos e primos obnóxios que
vivem e se propagam como varejeiras de merdas mal cheirosas cagadas nas
latrinas dos pardieiros da Câmara, do Senado, do STF (esse principalmente),
entre outros puteiros que não é de hoje,
fazem, ou melhor, continuam transformando numa tresloucada babel-bordel
desenfreada, a sonhada cidade idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e
inaugurada pelo então presidente Juscelino Kubitschek.
Apesar de terem se passado seis décadas, desde (21 de abril de 1960),
Brazzzilia é, desde que foi fundada (ou afundada, melhor nos expressando),
apesar de se transformar na terceira capital deste rincãozinho sem eira nem beira, de galgar o troféu do
país das maracutáias, a medalha de ouro das infindáveis cachorradas, o bronze
das trocentas mumunhas e dos mil acertos
por debaixo dos panos e tapetes palacianos, apesar de toda essa bosta jogada no
ventilador, ainda é um bom lugar para se roubar, perdão, para se morar.
Brazzzília, senhoras e senhores é hoje o único lugar no planeta Terra
onde mais se cultiva, ou onde mais se perpetua essas pragas conhecidas como os
ortópteros cafajestes, descendentes da imunda família dos Celífaros pilantras
e, de roldão, da linhagem dos ladrões e cachaceiros da consanguinidade dos
Acridideanos.
Brazzzilia, enfim, apesar de nossos protestos mais veementes, se abriu
como mala velha num vastíssimo e tenebroso mar de lama, passando a ser, desde
então, o chiqueiro pobre e podre do mundo.
Hoje, sem dúvida alguma, o Berço das Grandes Decisões Nacionais (decisões ou indecisões??!!) é, sem
tirar nem pôr, um avultado porqueiro.
Como diria o apresentador Danilo Gentili, “um suntuoso cercado de
suinários famintos, grunhindo, uns mais
altos que os outros, numa vã tentativa de comunicação tetrálica e chula, lingua
que ninguém entende, a não ser, claro, os próprios seres quadrúpedes da casta
dos artiodáctilos não ruminantes”.
Apesar dos ventos estarem soprando contrários, estamos torcendo de unhas
e dentes, para que essas ventanias
deixem para trás as frentes frias e permitam que os gafanhotos cheguem,
sem mais delongas na capital do país. Obviamente será uma guerra imperdível.
Esperanos, pois, que esses insectas
aportem por aquelas paragens com fome, bastante fome, como a de um bando
de leões enjaulados e, literalmente, essas criatutas voadoras se manifestem e
devorem... Devorem, destruam... Aniquilem... Botem pra foder...
Bem entendiso, não as nossas lavouras, mas os vermes peçonhentos que proliferam pelas ruas,
praças, boeiros, cantos, cantinhos e cantões, palácios e mansões, entre outros cubículos imundos
onde os microbios amaldiçoados, as lombrigas e parasitas se fazem em números cada vez mais avultosos.
As ascárides e as bicheiras que
tendem unicamente a desgraçarem, não as nossas lavouras, ou as nossas
plantações, repetindo o óbvio, mas que esses infelizes mandem para as suas respectivas barrigas
todos os desprezíveis e asquerosos, os tiriços e as larvas que usam gravatinhas
de grifes e ternos de costureiros caros, mandando toda a nuvem (não a dos
gafanhotos, pelo amor de Deus) para os quintos do inferno. E, de sacanagem, que
levem as pústulas grudadas que querem aparecer mamando intermitentemente nos
colhões do presidente.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito
Santo. 27-6-2020
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