sábado, 27 de junho de 2020

[Aparecido rasga o verbo] Eram insetos os gafanhotos?

Aparecido Raimundo de Souza

DE REPENTE, UMA INESPERADA DESILUSÃO  chegou de mansinho e atrapalhou nossos planos mais tenebrosos e satânicos, perdão, mais endiabrados e mefistofélicos. Foi, senhoras e senhores, como se um filho da puta sem pai nem mãe, tivesse jogado um balde de água fria, com pedrinhas de gelo em nossa euforia excitadamente jubilosa.

Estávamos crentes, é bem verdade, e dando como certa e definitiva, que a nuvem de gafanhotos que se aproximava da Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, vinda da Argentina, não mudasse de rumo. Ou melhor, que mudasse sim, todavia, que viesse com toda força meteórica para o Brazzzil e, que uma vez aqui, tomasse o rumo do Grande Avião Pousado, ou seja,  da Capital do “capital” do mundo, a linda e esfuziante Brazzzilia.

Temos plena certeza que esses gafanhotos iriam se dar bem com os insetos que por lá abundam faz tempo, notadamente com os irmãos e primos obnóxios que vivem e se propagam como varejeiras de merdas mal cheirosas cagadas nas latrinas dos pardieiros da Câmara, do Senado, do STF (esse principalmente), entre outros puteiros que  não é de hoje, fazem, ou melhor, continuam transformando numa tresloucada babel-bordel desenfreada, a sonhada cidade idealizada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada pelo então presidente Juscelino Kubitschek.

Apesar de terem se passado seis décadas, desde (21 de abril de 1960), Brazzzilia é, desde que foi fundada (ou afundada, melhor nos expressando), apesar de se transformar na terceira capital deste rincãozinho  sem eira nem beira, de galgar o troféu do país das maracutáias, a medalha de ouro das infindáveis cachorradas, o bronze das trocentas  mumunhas e dos mil acertos por debaixo dos panos e tapetes palacianos, apesar de toda essa bosta jogada no ventilador, ainda é um bom lugar para se roubar, perdão, para se morar. 

Brazzzília, senhoras e senhores é hoje o único lugar no planeta Terra onde mais se cultiva, ou onde mais se perpetua essas pragas conhecidas como os ortópteros cafajestes, descendentes da imunda família dos Celífaros pilantras e, de roldão, da linhagem dos ladrões e cachaceiros da consanguinidade dos Acridideanos.

Brazzzilia, enfim, apesar de nossos protestos mais veementes, se abriu como mala velha num vastíssimo e tenebroso mar de lama, passando a ser, desde então, o chiqueiro pobre e podre do mundo.  Hoje, sem dúvida alguma, o Berço das Grandes Decisões  Nacionais (decisões ou indecisões??!!) é, sem tirar nem pôr,  um avultado porqueiro.

Como diria o apresentador Danilo Gentili, “um suntuoso cercado de suinários  famintos, grunhindo, uns mais altos que os outros, numa vã tentativa de comunicação tetrálica e chula, lingua que ninguém entende, a não ser, claro, os próprios seres quadrúpedes da casta dos artiodáctilos não ruminantes”.

Apesar dos ventos estarem soprando contrários, estamos torcendo de unhas e dentes, para que essas ventanias  deixem para trás as frentes frias e permitam que os gafanhotos cheguem, sem mais delongas na capital do país. Obviamente será uma guerra imperdível. Esperanos, pois, que esses insectas  aportem por aquelas paragens com fome, bastante fome, como a de um bando de leões enjaulados e, literalmente, essas criatutas voadoras se manifestem e devorem... Devorem, destruam... Aniquilem... Botem pra foder...  


Bem entendiso, não as nossas lavouras, mas os vermes  peçonhentos que proliferam pelas ruas, praças, boeiros, cantos, cantinhos e cantões, palácios  e mansões, entre outros cubículos imundos onde os microbios amaldiçoados, as lombrigas e parasitas  se fazem em números cada vez mais avultosos.

As ascárides e as bicheiras que  tendem unicamente a desgraçarem, não as nossas lavouras, ou as nossas plantações, repetindo o óbvio, mas que esses infelizes  mandem para as suas respectivas barrigas todos os desprezíveis e asquerosos, os tiriços e as larvas que usam gravatinhas de grifes e ternos de costureiros caros, mandando toda a nuvem (não a dos gafanhotos, pelo amor de Deus) para os quintos do inferno. E, de sacanagem, que levem as pústulas grudadas que querem aparecer mamando intermitentemente nos colhões do presidente.  
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de Vila Velha, no Espírito Santo. 27-6-2020

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