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Sede do FED em Washington |
Francisco Vianna
A estrutura do Sistema de Reserva Federal é composta por um Conselho de Governadores (Federal Reserve Board), pela Comissão Federal
de Mercado Aberto (Federal Open Market
Committee - FOMC) e pelos doze presidentes dos Bancos Regionais do Sistema
(Regional Federal Reserve Banks),
localizados nas maiores cidade do país, além de numerosos representantes de
bancos privados dos Estados Unidos (porque até antes de Obama não existia
capitalismo estatal isolado nos EUA) e diversos conselhos consultivos. O FOMC é
o comitê responsável pelo estabelecimento da política monetária ditada pelo
governo americano e é formado por todos os sete membros do Conselho de
Governadores e pelos doze presidentes dos bancos regionais, embora somente
cinco presidentes desses bancos votem.
O Sistema de Reserva Federal
tem aspectos de natureza pública e de natureza privada, tendo sido concebido
para servir tanto aos interesses do público em geral como aos dos banqueiros
privados. Disso resulta uma estrutura considerada única entre os bancos
centrais nacionais.
O FED controla toda a emissão
de moeda americana, e não é usual que uma entidade de fora do banco central – o
Departamento do Tesouro dos Estados Unidos – emita moeda, como vem fazendo a
administração democrata para cobrir os ‘bailouts’
(empréstimos de resgate a bancos financeiros privados), e que tanto vem
desagradando a classe média americana (e com razão).
De acordo com o Conselho de
Governadores, o Fed é independente dentro do governo, de modo que
"suas decisões não têm que ser ratificadas pelo Presidente ou por nenhum
outro membro do Poder Executivo ou do Legislativo", embora sua autoridade derive
do Congresso dos EUA (Capitólio) e está sujeita a supervisão parlamentar. O
Congresso tem o poder de embargar o FED, embora até hoje isso nunca tenha
acontecido. Além disso, os membros do Conselho de Governadores, incluindo seu
presidente e vice-presidente, são escolhidos pelo Presidente da República e
confirmados pelo Congresso. O governo também exerce algum controle sobre o Fed
ao indicar e estabelecer os salários dos funcionários de mais alto nível do
sistema.
O Governo dos Estados Unidos
recebe todos os lucros anuais do sistema, após o pagamento de dividendos
estatutários de 6% sobre o investimento em capital dos bancos membros, e a
retirada uma parte do excedente como reserva. Em 2010, o Fed realizou um
lucro de 82 bilhões de dólares e transferiu 79 bilhões para o Tesouro
americano.
As funções do Sistema da
Reserva Federal incluem, além da formulação e execução da política monetária, a
fiscalização dos Federal Reserve Banks regionais, a emissão do Livro
Bege (Beige Book), um relatório sobre
a situação econômica dos Estados Unidos, oito vezes por ano, e faz a regulação
e supervisão dos bancos membros.
A política monetária é posta
em prática através da compra ou venda de títulos e mediante o aumento ou
redução da taxa de desconto, da taxa de juros básicos dos empréstimos feitos
pelo Sistema de Reserva Federal aos bancos. Portanto, fica evidente que o Federal Reserve é, sim, um sistema
estatal, embora não tenha um poder ‘socialista’ de fazer o que bem entende.
É claro que os americanos
cuidaram – e ainda cuidam – de evitar que o capitalismo de estado se desenvolva
e passe a influenciar negativamente a economia como ocorre no resto do mundo,
mas, em certo grau esse mal acontece, mesmo assim. Foi graças às pressões do
governo democrata de Bill Clinton que o sistema foi pressionado a “facilitar” a
aquisição da casa própria por americanos que não tinham ‘condições de mercado’
para fazê-lo e quando esses americanos se tornaram inadimplentes, o estado
forçou as financeiras estatizadas (Fannie
Mae e Freddie Mac) a
“refinanciarem” a parte paga das hipotecas, criando uma sucessão de ‘créditos
podres’ ou ‘tóxicos’, cujos títulos foram vendidos em todo o mundo (muito pouco
por aqui, para a nossa sorte) formando a imensa “bolha do subprime”, como eles chamam lá o mercado de crédito imobiliário.
Se bancos e financeiras
tivessem seguido suas próprias normas – CAPITALISTAS PRIVADAS – ao invés de
ceder às pressões demagógicas da Casa Branca ‘democrata’, tal crise do crédito
imobiliário, que afetou profundamente a Europa e alguns países da Ásia (China
inclusive), não teria existido.
É famosa a frase francesa que se utiliza para desvendar crimes: “cherchez la femme”. Pode-se usar essa
mesma frase para as crises econômicas mudando-se apenas o objeto direto: “cherchez l’état”...
Título e Texto: Francisco
Vianna, 17-12-2011
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