sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Incerteza na Síria


O país se encontra à beira de uma guerra civil
Beatriz W. de Rittigstein
Tradução de Francisco Vianna
 

Pelo que vemos ao longo do presente ano, a chamada "primavera árabe" poderá desfigurar-se numa crua estação. Embora na Tunísia, no Egito, na Líbia e na Síria as revoltas contra os seus respectivos governos totalitários tenham surgido como movimentos populares que exigem maior liberdade individual, modernidade e melhores níveis de vida para sua gente, ainda não se vê sequer a mínima transição para tal mudança. Pior ainda, o que se observa é uma desorientação que poderá levar a outro despotismo mais opressivo ainda, talvez uma teocracia islamo-fascista semelhante à existente no Irã.
Nesse torpe afã do poder vitalício, que demonstra o interesse nulo destes arcaicos autocratas pelo bem estar de suas nações, não houve a disposição desses mandatários em se converter em estadistas e em dirigir as evoluções que trazem desenvolvimento e prosperidade.
Um dos casos destacados de frustração e fracasso é o da Síria, que aguentou mais de 30 anos a ditadura de Hafez Assad, que, como militar e membro do Partido Bahal, em 1970 encabeçou um golpe de estado do ramo esquerdista contra o governo moderado, que o nomeou primeiro ministro. Em 1971 se fez eleger presidente com 99% dos votos (!). En 1973 sancionou seu poder pessoal fazendo aprovar uma Constituição de caráter autoritário.
Em junho de 2000, morreu de infarto. Sucedeu-o seu filho Bashar al-Assad. Para o pai, então, houve grandes expectativas quanto ao jovem herdeiro, formado como oftalmologista na Europa. Pensou-se que ele traria inovações democráticas. Sem dúvida, o jovem Bashar seguiu os passos de seu pai. Ante as pressões internacionais, Bashar deu um giro ao seu discurso, prometendo reformas que, na prática nunca se concretizaram; por outro lado, endureceu a repressão contra sua própria gente. Na atualidade, ele está levando a Síria à beira de uma guerra civil que parece iminente a cada dia.
Texto: Beatriz W. de Rittigstein, para o jornal venezuelano ‘EL UNIVERSAL’, 29-11-2011
Tradução: Francisco Vianna

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