Salafistas querem a lei
islâmica inscrita na nova Constituição do Egipto
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A lei islâmica impõe um código
de vestuário e a separação dos sexos nos transportes
Foto: Yannis Behrakis/Reuters
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Os ultra-conservadores
islamistas defendem que a sharia, a lei islâmica, seja parte integral da futura
Constituição do país.
Na primeira fase das eleições
legislativas após a queda de Hosni Mubarak, e de acordo com as últimos
resultados divulgados, os islamistas moderados da Irmandade Muçulmana e os
radicais salafistas obtiveram a mair parte dos assentos no parlamento do Cairo.
De acordo com a Comissão
Eleitoral, que especificou que há ainda votos por contar mas que foram às urnas
62 por cento dos eleitores, o braço político da Irmandade Muçulmana, o Partido
Liberdade e Justiça, tem o maior número de votos. Em segundo lugar está o
ultra-conservador Al Nour (salafista) que poderá chegar aos 30 por cento dos
votos e cujo porta-voz, Yousseri Hamad, citado pelo jornal The Guardian, disse
ir defender a introdução da lei islâmica na Constituição.
O Al Nour tem a sua principal
base de apoiantes entre os meios rurais mas também na sua antiga praça forte, a
cidade de Alexandria.
Hamad disse que o seu partido
(cujos resultados estão a ser a grande surpresa das eleições) está disposto a
colaborar com as forças islamistas moderadas na governação "se isso servir
os interesses da nação". Porém, notam os analistas, não é claro que papel
terá o parlamento uma vez que a Junta Militar que assumiu o controlo do país
após a queda de Mubarak ainda está no poder.
A câmara baixa do parlamento
tem 498 lugares e será a sua nova formação, saída das eleições, que irá
escolher cem representantes para redigirem uma nova Constituição.
Os grupos salafistas foram
claros, durante a campanha, na sua intenção de tornar o Egipto num Estado onde
as liberdades pessoais, incluindo a liberdade de expressão, o código de
vestuário, a separação de sexos nos transportes públicos e os direitos das
mulheres obedeçam à sharia.
"Na terra do Islão, não
podemos aceitar que as pessoas decidam o que é permitido e o que é proibido. É
Deus quem dá as respostas sobre o que está certo e o que está errado",
disse Hamad. "Se Deus te diz que podes beber o que quiseres menos álcool,
não vais ignorar o que é permitido para perguntar sobre o que é proibido".
Os islamistas emergiram como
principais ou fortes forças políticas nos países da Primavera árabe - Egipto,
Tunísia e Iémen, estando por averiguar os seus resultados na Líbia onde ainda não
se realizaram eleições.
Segundo a BBC online, esta
declaração do porta-voz do Nour tem potencial para criar novos focos de
conflito na Praça Tahrir.
Subtítulo e Texto: Público, 03-12-2011
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