Ministro do Trabalho do Brasil
demite-se e Dilma perde o sétimo ministro
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Foto: Agência Reuters |
O ministro do Trabalho
brasileiro, Carlos Lupi, pediu a demissão neste domingo ao fim de semanas de
pressão por denúncias de irregularidades que já tinham levado a Comissão de
Ética a recomendar a sua exoneração. É o sétimo ministro que a Presidente Dilma
Roussef perde em menos de um ano de mandato e o sexto a sair por denúncias de
corrupção.
Carlos Lupi enfrentava
denúncias desde o início de Novembro, uma das quais revelada pelo jornal Folha
de São Paulo, alegadamente por ter acumulado dois cargos públicos durante anos,
antes de aceitar ser ministro do Governo de Lula da Silva, em 2007.
O caso remonta, segundo aquele
jornal, ao período de Dezembro de 2000 a Junho de 2006, altura em que terá sido
“funcionário-fantasma” da Câmara dos Deputados, enquanto exercia actividades
como vice-presidente e presidente do Partido Democrático Trabalhista (PDT).
O responsável pela pasta do
Trabalho de Dilma transitou do executivo de Lula e ainda é, actualmente, o
líder do PDT.
O Ministério do Trabalho
divulgou um comunicado a justificar a saída de Lupi com a “perseguição política
e pessoal” dos media, nos últimos dois meses.
A Comissão de Ética da
Presidência da República já recomendara a sua demissão, quando considerou que
as explicações de Carlos Lupi sobre uma das situações em que era suspeito não
foram satisfatórias.
A renúncia foi acertada neste
domingo com Dilma Roussef. No comunicado, Lupi referiu-se à decisão da
comissão, lembrando que o órgão o “condenou sumariamente” com base na imprensa
e sem “dar direito de defesa”.
Até ao momento a Presidente do
Brasil já tinha perdido seis ministros, alguns implicados em diversos casos de
corrupção: Antonio Palocci (ministro da Presidência), Alfredo Nascimento
(Transportes), Wagner Rossi (Agricultura), Pedro Novais (Turismo) e Orlando
Silva (Desporto).
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, também renunciou ao cargo, mas por divergências com o Executivo.
Os ministros que perderam
cargos sob suspeitas de corrupção foram mantidos no cargo após a saída do
ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antecessor e padrinho político de
Dilma.
As demissões no governo de Rousseff
começaram a 7 de Junho, quando o poderoso ministro chefe do governo, Antonio
Palocci, caiu após três semanas de polémicas e denúncias pelo seu súbito
enriquecimento fazendo consultorias enquanto era deputado e coordenador da
campanha de Dilma.
Palocci – que tinha sido
ministro da Fazenda do governo de Lula – foi substituído por duas mulheres
próximas de Dilma e membros do Partido dos Trabalhadores: Gleisi Hoffmann (nova
ministra-chefe do governo) e Ideli Salvatti (ministra das Relações Institucionais).
A 6 de Julho foi a vez de
Alfredo Nascimento renunciar, após denúncias de desvio de dinheiros públicos e
alegados subornos a empresas construtoras.
Pouco mais de um mês depois, a
17 de Agosto, demitiu-se o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, também por
alegado desvio de dinheiros públicos e alegado favorecimento de uma empresa
agrária.
No mês seguinte foi a vez do
ministro do Turismo , Pedro Novais, acusado de pagar com dinheiro do Congresso
aos funcionários da sua casa.
Em finais de Outubro foi a vez
do ministro do Desporto, Orlando Silva, responsável pela organização do Mundial
de Futebol 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Silva foi acusado de desvio de
dinheiros públicos para si próprio e para o seu partido (Partido Comunista do
Brasil) através de uma ONG e de um programa para promover o desporto entre os
jovens mais pobres.
Jornal “Público”, 05-12-2011
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