terça-feira, 7 de agosto de 2012

As Olimpíadas dos “apoios”


Foto: Jim Young/Reuters
Alberto de Freitas
Pedro Fraga e Nuno Mendes são dois atletas do remo. Conquistaram – tal como os partidos nas eleições, nunca se admite a derrota – um glorioso 5º lugar nas Olimpíadas. Evento, onde muitos atletas “prata” metem as mãos à cabeça pelo desgosto da derrota.
Nos “festejos”, em vez da “ameaça”: “vamos trabalhar para na próxima fazermos melhor”, de imediato surgem as carpideiras, na penosa choraminguice pela “moribundez” do apoio. Já não há “saco”… nem dinheiro para os "apoios"
Li algures sobre Cristiano Ronaldo que, quando em miúdo, com família paupérrima e pai alcoólico, aumentava o valor nutricional das refeições, com a duplicação dos pratos de sopa. A isso acrescentava a ambição, algo que move os humanos na direção do objetivo almejado.
Em Portugal assiste-se à lamúria recorrente da falta de apoio. Não se espera que os “apoios”, postos perante o esforço ilimitado de alguém, decidam apoiar. Devia-se perguntar aos atletas do topo, originários de países africanos miseráveis, em que a própria sobrevivência do ser humano é já um ato de coragem, quais os apoios que obtiveram, antes – com a notoriedade obtida com os resultados – dos apoios se aproveitarem deles.
Muitos entendem os apoios como essenciais à realização de desejos; desde fadistas a corredores de fundo, ninguém lá vai sem apoio… do Estado. Como parte contribuinte do pecúlio Estatal, farto-me de “remar” com parcos resultados, mas também sem apoios. E não estou só, no que é recomendado: se o “remar” não chega, pois então remem mais.
O que se recomenda aos remadores: remar mais… até conseguirem remar melhor. E, depois, remar mais ainda, até não haver mais ambição.
E não se amofinem os fãs dos remo, pois não existem apoios que cheguem, para tantas modalidades a precisar de apoio.
Ou talvez optar pelos Paraolímpicos. Assim, vai o atleta e… o apoio.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 06-8-2012

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