segunda-feira, 13 de agosto de 2012

"Políticas" – O que faz falta à malta

Alberto de Freitas
Até consta que a causa da “caça aos gambuzinos” ter caído no esquecimento, seja devido às “políticas”. Sempre que tal termo aparece no “desculpatório” indígena, apetece-me (se a possuísse) puxar pela pistola. No caso, os maus resultados olímpicos do desporto nacional; em que grada figura – como se tornou vulgar nas gradas figuras – se desresponsabiliza. Refiro-me a Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico… há 15 anos. Que na continuação do “desporto” nacional de não se falar do passado tem a reação de quem chegou na quinta-feira passada.
E até se declara indisponível para ministro do desporto, a lembrar como seria – se aceitasse – um ótimo ministro do desporto. E a forma como sacode a “água-do-capote” mostra-o um político supimpa. Mas, em abono da verdade, “entrega-se” como responsável – ao estilo “vítima”: se querem um responsável eis-me aqui. Claro que na “confissão” todos os pecados se devem às “políticas”…
Mas no fundo, o que se pretende não é o desenvolvimento de um desporto massificado – esse sim, dependente de decisões políticas - mas dinheiro para um desporto “nacionalista”… que dê medalhas. Algo que permita o bate-boca de políticos e panegíricos penosos, como o referente à solitária medalha de prata de uma qualquer especialidade de remo.
Treinar 6 horas por dia durante anos, não é desporto, é profissão de fé; é sacrifício. E um país ganhar medalhas, não quer dizer absolutamente nada, a não ser que existem “n” atletas que se profissionalizaram no ramo. E se existem países com forte tradição no desporto de competição, existem outros que, realmente, têm as medalhas graças às “políticas”: caso da Coreia do Norte. A não ser que a felicidade humana seja diretamente proporcional ao “medalheiro” Olímpico. Nesse caso, a vida é melhor na Coreia do Norte que no Brasil, ou na Espanha; da Etiópia melhor que a Suíça e o Quénia ultrapassa a Dinamarca e a Noruega. 

Guor Marial: “Foi muito perigoso crescer na guerra”. Foto: Saeed Khan/AFP
Os mesmos que são a favor da “excelência (palavra que está a “dar”), no desporto discordam da exigência no ensino. Uma criança que desde tenra idade faça ginástica, ao ponto de lhe retardar o crescimento, com o objetivo – dificilmente realizado - de ganhar medalhas, é aceitável; a mesma criança fazer exames, é traumatizante pelo risco do chumbo. E, vendo bem, o problema poderia resolver-se se houvesse diplomas de campeão com MBA em “recordismo”. Assim, como se vai avante sem saber escrever e fazer contas, com doutoramentos ao estilo ementa “fast food”, também nessa coisa do correr e saltar, deviam contar os “créditos” das “políticas” de intenções, aquilo em que somos especialistas e… o inferno cheio.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 13-8-2012
Grifos: JP

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