Alberto de Freitas
Até consta que a causa da “caça
aos gambuzinos” ter caído no esquecimento, seja devido às “políticas”. Sempre
que tal termo aparece no “desculpatório” indígena, apetece-me (se a possuísse)
puxar pela pistola. No caso, os maus resultados olímpicos do desporto nacional;
em que grada figura – como se tornou vulgar nas gradas figuras – se
desresponsabiliza. Refiro-me a Vicente Moura, Presidente do Comité Olímpico… há
15 anos. Que na continuação do “desporto” nacional de não se falar do passado
tem a reação de quem chegou na quinta-feira passada.
E até se declara indisponível
para ministro do desporto, a lembrar como seria – se aceitasse – um ótimo
ministro do desporto. E a forma como sacode a “água-do-capote” mostra-o um
político supimpa. Mas, em abono da verdade, “entrega-se” como responsável – ao
estilo “vítima”: se querem um responsável eis-me aqui. Claro que na “confissão” todos os
pecados se devem às “políticas”…
Mas no fundo, o que se pretende não é o
desenvolvimento de um desporto massificado – esse sim, dependente de decisões
políticas - mas dinheiro para um desporto “nacionalista”… que dê medalhas. Algo
que permita o bate-boca de políticos e panegíricos penosos, como o referente à
solitária medalha de prata de uma qualquer especialidade de remo.
Treinar 6 horas por dia
durante anos, não é desporto, é profissão de fé; é sacrifício. E um país ganhar
medalhas, não quer dizer absolutamente nada, a não ser que existem “n” atletas
que se profissionalizaram no ramo. E se existem países com forte tradição no
desporto de competição, existem outros que, realmente, têm as medalhas graças
às “políticas”: caso da Coreia do Norte. A não ser que a felicidade humana seja
diretamente proporcional ao “medalheiro” Olímpico. Nesse caso, a vida é melhor
na Coreia do Norte que no Brasil, ou na Espanha; da Etiópia melhor que a Suíça
e o Quénia ultrapassa a Dinamarca e a Noruega.
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Guor Marial: “Foi muito perigoso crescer na guerra”. Foto: Saeed Khan/AFP
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Os mesmos que são a favor da “excelência” (palavra que está a
“dar”), no desporto discordam da exigência no ensino. Uma criança que desde tenra idade faça
ginástica, ao ponto de lhe retardar o crescimento, com o objetivo –
dificilmente realizado - de ganhar medalhas, é aceitável; a mesma criança
fazer exames, é traumatizante pelo risco do chumbo. E, vendo bem, o
problema poderia resolver-se se houvesse diplomas de campeão com MBA em
“recordismo”. Assim, como se vai avante sem saber escrever e fazer contas, com
doutoramentos ao estilo ementa “fast food”,
também nessa coisa do correr e saltar, deviam contar os “créditos” das
“políticas” de intenções, aquilo em que somos especialistas e… o inferno cheio.
Título e Texto: Alberto de Freitas, 13-8-2012
Grifos: JP
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