As manifs de ontem tiveram uma
grande adesão, ninguém pode negar. Porém, começou a circular por aí um valor de
500 mil pessoas em Lisboa e eu comecei a desconfiar, pois aprendi aqui há uns
anos a duvidar destes números colossais, que rapidamente são avançados pelas
organizações que promovem os protestos e depois, pelos media. Não vou dizer que
não estiveram 500 mil pessoas (ou mais até) na capital. Daí dizer que duvido e
não que discordo. E o motivo é o facto de ter assistido a uma conferência dada
por um professor americano da Universidade do Arizona - Steve Doig de seu nome,
Prémio Pulitzer for Public Service, à altura professor de uma cadeira do
mestrado de jornalismo na Universidade Nova de Lisboa - na qual transmitiu aos
presentes um método para contar o número de manifestantes numa manifestação. O
método é explicado aqui, nesta notícia do Expresso de Novembro de 2010, e o objecto de estudo é uma manif
anti-NATO (na altura, realizava-se em Portugal, uma cimeira da Aliança
Altântica).
Já agora, deixo aqui 2 artigos
de dois blogs diferentes - insuspeitos por serem referenciados neste contexto -
que peroraram sobre este assunto. Um texto do (in)confidências
e outro do Da Literatura . Estou certo que hoje, 16 de Setembro de 2012, cerca de
dois anos depois e após estes números, os autores dos textos continuam a
lembrar-se do método de Steve Doig.
Como diria Eduardo Pitta no
texto supracitado: "Fica como matéria de reflexão."
Título e Texto: Alexandre Poço, blogue “Forte Apache”,
16-9-2012
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