
Soares ameaçou o chefe de
Estado, afirmando que por menos "mataram o Rei" [D.Carlos]. Se alguma
dúvida subsistisse a respeito do carácter homicida de tais apóstrofes, dias
depois de novo voltou à velada ameaça, agora contra a totalidade do governo,
afirmando ser "necessário derrubar esta gente". Há dias, reincidente,
Soares afirmou sem rebuço que este é "um governo de homicidas".
Esta deriva homicida do bunker
da oligarquia desocupada agarrada a privilégios, velhos de décadas, esta
apologia descarada da violência e do golpe, apenas me lembra o críptico entoar
do slogan C-A-F-E, que se ouvia no fim do almoço na messe dos oficiais dos
aquartelamentos espanhóis semanas antes da eclosão do levantamento nacional de
Sanjurjo, Molla e Franco, no verão de 1936. Não, os oficiais não pediam o café,
mas sim "Camaradas, Arriba Falange Española".
O bunker imobilista está em
efervescência, deixou cair a máscara e está disposto a tudo, a aliar-se com as
mais alfurjas para garantir que o regime que trouxe Portugal a este atoleiro
fique como está, ou seja, que nada mude. Tenho para mim que se trata de
irreparável erro, pois se o regime pode subsistir, deverá passar por uma
profunda reforma, sem a qual cairá inapelavelmente. Ora, Passos Coelho, como
aqui repetidamente temos afirmado, é o último dique contra a derrocada.
Título, Imagem e Texto: Miguel Castelo Branco, Combustões,
15-11-2013
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