Jonathas Filho
Eu tinha 17 vidas. Desde Abril de 2006, venho perdendo uma
por ano. Não por problemas de saúde ou desgaste físico acentuado. É por pura
decepção. A decepção já me matou
oito vezes.
Como “souvenir” destas “viagens” mortais só ficaram as marcas
na minha face, também descolorida pela indignação. Sobram-me nove vidas que eu
espero continuar vivendo de forma pragmática mas, com um sabor muito
especial... do modo que eu quero agora. Parece-me aí que aparece esse escudo, a Égide da Loucura. Essas nove
vidas serão distribuídas na média de uma vida para cada seis anos e então na
exata ciência matemática viverei por mais 54 anos. Nada mal para quem já
acumula muito mais do que isso e é certo que dará para viver uma nova vida com
tudo que eu tenho direito! Sei que sou um louco
meio equilibrado e por isso sigo nesse rio por vias tortas, porém, sem
ultrapassar as margens perigosas e em consonância, não me aventurarei em traiçoeiras
corredeiras. Aprendi muito nesses oito anos de sofrimento; tive o conhecimento
exaustivamente acumulado de desilusões, desenganos e desapontamentos. Para ser
sincero, aprende-se mais na dor, na tristeza e na falta, do que quando vivemos
num tempo de “mar de rosas”.
Vivendo nessa loucura... que tem sido a nossa vida, precisamos
a todo instante de “tarjas pretas”,
sejam nas veias, nos braços ou nas lapelas, demonstrando que um colega muito kirido se foi ou fazendo uso daquela
constante na caixa do remédio que
nos reduz a amargura e a raiva causadas pela frustração ao se escutar novamente
que “ainda não é agora, mas espere um
pouco mais...”
![]() |
A Cura da Loucura, por Hieronymus Bosch. Óleo sobre tela, 48 x 35 cm; Museo del Prado, Madrid |
Digo isso por ter a certeza de que as cartas estão marcadas,
as armadilhas armadas, os árbitros seduzidos; tudo isso ensaiado teatralmente para
parecer certo o que é errado e manter um compasso de
espera interminável ou melhor dizendo, exterminável...
pois a espera cria ansiedade que cria expectativas, e a cada frustração vê-se
que essa espera foi em vão e aí
então enlouquecemos e morremos mais um pouco. Até o dia em que acabamos com
nossos créditos divinos e puff...
As vezes é preciso ser louco
para aguentar tanto blá-blá-bla!!!
A loucura bem equilibrada é uma vacina que prepara o nosso
estado emocional e que cria um escudo invisível, para a proteção do nosso bem
maior que é a paz de espírito.
Por um instante, como demonstração... vou viajar na minha
loucura, pois faz parte do meu merecimento e pelo que vejo... a estrada é
grande, larga e muito bem pavimentada. Concluí que passo a passo, posso num louco devaneio viajar no vagão das
recordações, sem pagar um centavo. Nessa vã loucura eu continuarei viajando...
entretanto, nunca irei visitar qualquer sentimento de culpa, pois, mesmo
aqueles que já tive, morreram com as oito vidas passadas.

Pode parecer um sonho, mas a loucura também é um estado de espírito.
Toda essa louca sensação cria uma dependência chamada vulgarmente de paz, o que paradoxalmente, só se revela para aqueles que vivem
constantes desafios, conflitos e depressões.
Para que a paz então, se precisamos da efervescência das
paixões, das crises, das dores?
Para complementar a existência... naturalmente em seu curso,
porque a paz é o melhor complemento da vida mas, muitas vezes, ela é compulsória... vem com a morte.
Viver significa, grosso modo, estar disposto a lutar, a
aceitar desafios, a resistir às pressões, a sofrer e a procurar vencer e obter
a tão sonhada paz. Nesse longo tempo já vivido, não só eu mas milhares de
outros amigos e colegas, tenho certeza, pensam assim e querem “paz” para viver
com a qualidade de vida que temos
direito, senão iremos à loucura...
Paz para todos nós, participantes do Aerus, significa que todos os pagamentos que
nos são devidos sejam restituídos e
a regularização dos pagamentos mensais restabelecida;
tudo isso o mais rápidamente possível.
Como já disse num outro texto, “sutilezas à parte, quando querem
resolver um problema, resolvem numa rapidez de causar inveja a qualquer caudilho latino-americano do século XIX.” Basta de longas esperas,
de “aguardem”, de “sinalizações”, chega!!!
Hoje, nem com todas as letras poderia eu expressar em frases,
toda a essa amarga revolta contra
esse estado de coisas, que marcaram nossa época, cuja mãe, a sociedade de
consumo, gestou e pariu filhos chamados de desfaçatez,
infâmia e corrupção.
Por isso e para isso, só sendo louco!!!
Título e Texto: Jonathas
Filho, ainda sem camisa, de força... é claro! 14-11-2013
Relacionados:
ESPERE UM POUCO MAIS.
ResponderExcluirNão se turbe o vosso coração. Mais além tudo lhe será esclarecido e a Justiça será feita. Lembre-se sempre que, assim como nós, as pessoas que ora usufruem dos recursos temporários que foram ROUBADOS do AERUS também desencarnarão. E quando se depararem com o cenário que lhes está reservado no lado verdadeiro da vida, por culpa de seus atos errôneos, entrarão em desespero e implorarão a Deus para que lhes tirem de lá IMEDIATAMENTE para lugar melhor! O silêncio do ALTO às suas exigências e súplicas descabidas lhes trará ainda mais desespero e revolta... Depois das blasfêmias, palavrões, inconformismos, e finalmente, transcorrido um longo tempo de sofrimento, vencidos pelo cansaço e roídos pelo remorso, quando a revolta interior dos mesmos cessar, fazendo com que caiam na dura realidade, receberão aí sim a benção de uma resposta dos Espíritos Superiores: um longo pergaminho com letras luminosas, explicando que seus casos estarão sendo estudados individualmente com bastante carinho e responsabilidade, ressaltando sobre a importância da caridade, da honestidade, da humildade e de todas as qualidades que um ser humano deve ter; ressaltando que é muito grave se apropriar daquilo que não lhe pertence, etc, etc. A mensagem, bastante encorajadora e animadora, terminará no entanto com a seguinte frase desafiadora: "ESPERE UM POUCO MAIS..."