domingo, 13 de julho de 2014

Copa do Mundo: sua real dimensão (III)

Paulo Drummond de Macedo Contreiras
Desculpem, vou insistir, na minha opinião a derrota da seleção do Brasil não foi vergonha, vexame, nem humilhação. Perdemos apenas um jogo de futebol. Vergonha, vexame e humilhação são as mazelas que o país carrega.


São suas faltas: falta saúde, falta educação, falta segurança, falta JUSTIÇA, (vide o caso dos aposentados do AERUS e dos aposentados RGPS urbano, vide caso da taxação em 25% dos aposentados que moram no exterior. Onde, na Constituição, está escrito qualquer coisa neste sentido??), faltam estradas, faltam portos, faltam ferrovias, falta saneamento básico, faltam presídios dignos, falta um transporte coletivo de qualidade. Enfim, falta tanta coisa que eu não saberia enumerar tudo o que falta. Isto explica porque somos o 85° no IDH.                                                                                     

Mas como a moeda que tem dois lados, nós temos também sobras: sobram estádios de futebol, os mais belos do mundo, os mais caros e mais superfaturados, sobram Ministros, a presidenta Dilma tem 40. Basta ver a foto de uma reunião do seu Ministério, simplesmente ridículo.

Sobram partidos políticos, hoje são 32 querendo participar do quinhão. Sobram médicos cubanos espoliados pelo governo de Cuba com a conivência do governo brasileiro, sobram fábricas de veículos das mais variadas nacionalidades, americanas, japonesas, alemãs, coreanas, francesas, italianas e outras que, se por um lado geram muitos empregos, por outro, com a desoneração fiscal, entopem as ruas de carros. São Paulo já parou, o Rio está quase. Enquanto isto, não se desonera imposto sobre remédios.                                                                                    

Voltemos ao futebol, razão de ser deste artigo: procura-se intensamente os motivos desta derrota da seleção na Copa do Mundo. Na minha opinião o Brasil começou a ser derrotado no dia em que derrotou a Espanha na Copa das Confederações. As manchetes diziam: “o Brasil deu um chocolate nos campeões do mundo”, “Brasil goleia a Espanha, que venha a Copa do Mundo”. Naquele dia a crônica esportiva calçou o sapato alto, não só a crônica esportiva como jogadores, comissão técnica, enfim, o país vestiu o sapato alto.

Nos achamos os melhores do mundo, o único país com cinco copas, os jogadores brasileiros são os melhores do mundo, cobiçados pelos grandes clubes europeus. A sexta taça é só uma questão de tempo. No ônibus da delegação estava escrito: "Preparem-se, o Hexa está chegando". Faltou Humildade e sobrou Soberba. Naquele momento não vi nenhum cronista esportivo fazer algum comentário que tínhamos ganho da Espanha porque ela vinha de uma semifinal com prorrogação, ou seja, uma partida com duração de duas horas e por isto mesmo já entrou em campo sem pernas. Como tínhamos o Neymar achávamos que a Copa estava meio ganha. Ninguém lembrou que o Barcelona com Neymar e Messi juntos não conseguiu derrotar o Atlético de Madri que se tornou o Campeão Espanhol. Futebol é isto: uma caixinha de surpresas.

Por tudo isto vamos respeitar o sofrimento dos jogadores. Certamente ninguém queria ganhar a Copa mais do que eles.

Quanto à derrota na disputa pelo 3° lugar, é muito difícil a recuperação psicológica depois de uma derrota por 7 a 1. Mesmo assim, não fizeram feio e ainda tiveram contra eles o juiz.

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