Dar o troco?

José Manuel

Acabo de receber um e-mail de um  amigo e colega do AERUS, que apesar de suas palavras indignadas, não posso concordar com o seu último parágrafo. Vejamos:

A MÍDIA DEU DESTAQUE A DECISÃO DA JUSTIÇA AO NOSSO FAVOR.

A MAIORIA DA POPULAÇÃO IMAGINA QUE JÁ ESTAMOS RECEBENDO.

E NA VERDADE TUDO FOI UM GRANDE TEATRO.

PAGAMOS POR TODA A VIDA DE TRABALHADOR PARA TER UMA APOSENTADORIA TRANQUILA.

NÃO VAMOS DESISTIR!

AGORA VAMOS DAR O TROCO NAS URNAS. (somos 10 mil + familiares e amigos).

O troco, quem vai dar é uma sociedade que já o devia ter dado há muito tempo e evitado que o país caísse nesse caos generalizado, nessa armadilha em que se encontra com data e  hora para descambar para algo mais grave.

Nós, do AERUS, apesar de sermos parte dessa sociedade que usará o seu dever cívico em outubro, temos uma missão muito mais complexa, que é a de fazer entender aos seus milhares de colegas aposentados ou não, e mostrar a esse judiciário omisso, que leis são para ser respeitadas, prazos foram feitos para serem cumpridos bem como as idades dos cidadãos respeitadas em toda a sua plenitude.

Nunca e com  toda a tranquilidade afirmo que  não acreditei nesse acordo propalado por esse governo. Se conseguiram levar o país aos mais baixos índices desde a década de 90, como poderiam querer fazer algo por seus cidadãos? Calote oficializado é o nome mais brando para o que fazem constantemente.

Os palácios da justiça, nababescos em suas aparências, mas pobres em resultados, precisam receber as nossa hostes indignadas e lembrar, com a presença de mídia, que desembargadores não servem só para ter seus nomes expostos em suas fachadas pomposas. Eles também servem para que se evite a enxurrada ilegal de recursos, para que uma justiça seja feita, em especial no nosso caso com a urgência que o caso pede.

Temos que acampar nesses palácios para exigir que se cumpra o que foi decidido e também lembrar que somos idosos e que para nós existe uma lei, que nos garante celeridade de justiça.

Não podemos mais permitir que um ex-ministro e ex-presidente da corte maior tenha mantido sob sua guarda ilegalmente durante seis meses, a nossa antecipação de tutela e por quase um ano, infringindo regulamentos do próprio judiciário um pedido de vista à defasagem tarifária da VARIG.

Isso também não é correto e o mundo precisa também de ter conhecimento deste caos jurídico.

Esses prazos perdidos, serão a nossa grande bandeira em  desrespeito ao estatuto do idoso, na corte interamericana de direitos humanos.

Nós chegaremos lá, e lá teremos as nossas indenizações por tudo o que nos fizeram.

Daqui para a frente, temos que sentar à mesa e com responsabilidade traçarmos as nossas estratégias e as nossas metas. As ruas estão saturadas de problemas sociais e no momento, maquiadas para que o exterior e à custa de 10.000 policiais bem armados, tenha uma visão falsa da nossa realidade.

Todas as nossas manifestações públicas são válidas, mas o nosso foco tem que ser traçado daqui para a frente e já não é sem tempo, junto com as nossas associações, levando representantes a quem de direito, neste caso o judiciário. Não custa lembrar, e as mais recentes notícias nos mostram que os movimentos sociais que assim agiram, tiveram as suas demandas atendidas com a rapidez que o momento pedia.

A seguir como exemplo de cidadania, e a partir desse momento exercido, como funciona, podem observar abaixo a notícia publicada sobre uma cirurgia da bebê Sofia:

O advogado Miguel Navarro conquistou o reconhecimento de tais direitos na Justiça, junto ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). Houve resistência da União em cumpri-los, o que levou o advogado, por meio de liminar, pedir a prisão do ministro da Saúde, Arthur Chioro, sob a acusação de prevaricação e desobediência à ordem liminar expedida pelo Tribunal Regional Federal (TRF). Após o pedido de prisão, o Ministério da Saúde anunciou o custeio do tratamento e depositou em conta judicial a quantia de R$ 2,2 milhões.

(fonte: jornal Cruzeiro do Sul, Sorocaba)

Infelizmente essa é a única linguagem que eles conhecem. Já passou da hora e em muito, de começarmos a estudar a sua neurolinguística para podermos atingir em cheio o nosso alvo.

Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante VARIG, 02-07-2014