quarta-feira, 2 de julho de 2014

Vendas de automóveis crescem 40,5% em 2014. Mas é pouco, é muito pouco...

Tavares Moreira

1. Foram ontem notícia, em Portugal:
(i) o crescimento de 40,5% das vendas de automóveis no 1º semestre de 2014 em relação a igual período de 2013, e
(ii) a confirmação pelo Eurostat de uma nova queda da taxa de desemprego, em Maio último, para 14,3% da população activa (recorda-se que esta taxa atingiu um pico de 17,9% no 1º trimestre de 2013 e que, desde então, tem vindo a baixar).

2. Cumpre observar, “prima facie”, que devemos tomar esta informação com as maiores reservas, não lhes dando crédito por aí além, pois contrariam a existência de um contexto de crise profundíssima na qual, de modo AXIOMÁTICO, uma boa parte dos “media” e uma pletora de brilhantes comentadores continuam a ver o País megulhado...

3. Mas, mesmo admitindo, a muito custo e sem conceder, que esta informação merece algum crédito, importa assinalar que isto é de todo insuficiente para contrariar a dita crise profunda.

4. Para que a actividade económica consiga ganhar real “steam” e fugir à dita crise, torna-se certamente indispensável, quiçá urgente, adoptar o ousado programa inspirado nas ideias do Dr. Pangloss, recentemente anunciado ao País e que tem como eixos fundamentais os seguintes:

- Investir na cultura, na educação e na ciência, para assegurar o “futuro” do País;

- Promover a coesão social e teritorial;

- Defender o Estado Social (supostamente da devastação neo-liberal);

- Promover ( “ex nihilo”), o Crescimento e o Emprego.

5. Com um programa deste calibre, se eficientemente implementado, teríamos grandes possibilidades de, muito em breve, assistir a crescimentos das vendas de automóveis a ritmo superior a 100% e à evaporação o desemprego em escassos meses.

6. Não iria durar muito, como se perceberá, mas pelo menos ser-nos-ia proporcionado o deleite de reviver tempos bem gloriosos...
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 02-07-2014

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