Minha caríssima Cora Rónai:
Em sua coluna de hoje no jornal ‘O Globo’ você diz que “Quando
o avião pousou no Galeão, passamos pelos dois aviões abandonados da Varig Log. Bateu tristeza e muita saudade do tempo em
que tínhamos uma companhia aérea da qual podíamos sentir orgulho.”
Em sua coluna de hoje no jornal ‘O Globo’ você diz que “Quando
o avião pousou no Galeão, passamos pelos dois aviões abandonados da Varig Log. Bateu tristeza e muita saudade do tempo em
que tínhamos uma companhia aérea da qual podíamos sentir orgulho.”
Cora, é óbvio que os
funcionários da Varig exerceram inexcedível importância para que a empresa
representasse um orgulho para todos os brasileiros. Pois bem, como estão hoje
esses funcionários? Eu mesmo respondo a essa fúnebre pergunta. Todos estão
passando por extremas dificuldades.
A faixa etária está acima dos
65 anos. Recebem apenas oito por cento do que teriam direito. E o pior, muito
em breve não receberão mais NADA!
Os recursos do fundo de pensão
Aerus chegaram ao fim. É provável que já a partir do próximo mês esses cidadãos
brasileiros vejam o fim de seus benefícios. Como poderão sobreviver?
Por incrível que pareça esses dez
mil idosos poderão recuperar seus benefícios pois o STF deu parecer favorável à
Varig num processo chamado Defasagem Tarifária. Grande parte dos recursos desta
ação será destinada ao pagamento dos benefícios dos aposentados da Varig,
restaurando assim a dignidade de pessoas honestas que trabalharam a vida
inteira e agora passam pelas maiores agruras. No entanto, o governo Dilma
Roussef está fazendo uso de todos os recursos para protelar o pagamento desta
ação.
Depois de toda esta explicação
venho finalmente falar sobre o motivo que me leva a te enviar este e-mail.
Cora, o pagamento da ação de
Defasagem Tarifária depende de pressão sobre o governo federal.
A melhor e mais eficiente
forma de pressão é através da imprensa. Por essa razão venho apelar, venho
pedir, venho IMPLORAR sua ajuda. Você tem um ENORME prestígio e é uma das mais
respeitadas jornalistas do Brasil. Abrace nossa causa, Cora. Mencione nosso
drama em sua coluna. Tenho a certeza que se você fizer isso em breve nossas
preces serão ouvidas e o governo Dilma finalmente cumprirá a decisão do STF,
salvando assim as vidas de cerca de dez mil pessoas idosas, que não merecem o
verdadeiro inferno que estão vivendo no ocaso de suas vidas.
Desde já agradeço sua atenção
e estou esperançoso que você nos ajude.
Deus te abençoe,
Rubens de Freitas, 14-08-2014
Meu prezado Rubens de Freitas, irmão de lutas. Mastiguei, como um pedaço de pão que falta à minha mesa, palavra por palavra do texto clandestinamente belo e atual. O se ser clandestino aqui é o que SOMOS TODOS NÓS DESAMPARADOS PELO AERUS E POR CONSEQUÊNCIA PELO GOVERNO FEDERAL. Somos hoje, como diria Chico Buarque de Holanda, "um estorvo". Fomos representados tanto na sede do Aerus no Rio, quanto no Salão Verde em Brasilia, de chegar ao ponto de acreditar na MENTIRAS ABSURDAS CRIADAS EM TORNO DE UM "ACORDO" - que nunca foi debatido, exposto ou colocado na imprensa nacional. Até o nosso anfitrião Paulo Paim solidarizou-se com a tal vitória QUE NUNCA ACONTECEU. Tive oportunidades várias de endereçar e-mails ao Senador em questão, à então Senadora Ana Amélia, ao Senador Álvaro Dias, pedindo a eles que criassem uma "frente" junto aos seus pares no Senado e exigissem uma solução para o caso Aerus, pois já perdemos mais de mil colegas e da forma como estamos sendo tratados, o nosso dia de amanhã é incerto hoje ! Tenho escrito muito para os nossos tais "representantes de Goiás no parlamento" e nem se quer respondem os emails. Isso é decepcionante e vergonhoso ! Somos filhos da maior empresa de aviação deste país e ao mesmo tempo, herdeiros de uma comoção social sem precedentes. Que a jornalista Cora Rónai ouça nossos brados e junto aos demais colegas de profissão, nos diversos meios, leve avante nosso pedido de socorro. Não temos mais tempo e nem condições de esperar !!!! Aceite um abraço fraterno deste seu irmão de lutas, JOÃO SOBREIRA ROCHA - aposentado VARIG-aerus ( 34 anos de empresa, 67 de idade ), de Goiânia, aeroviário desiludido com tudo e com todos.
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