1. Dados hoje divulgados pelo Eurostat para o 2º trimestre deste ano mostram que as economias de
Espanha e de Portugal exibiram o melhor desempenho na zona Euro, com uma
variação trimestral do PIB de +0,6%.
2. No caso português, esta variação de +0,6% segue-se a uma
variação da mesma expressão mas de sinal contrário no 1º trimestre, embora, em
comparação homóloga, se traduza numa desaceleração: enquanto no 1º trimestre a
variação homóloga havia sido de +1,3%, agora foi apenas de 0,8%...
3. Não deixa de ser curioso notar que dois dos chamados “maus da
fita” da zona Euro, nos últimos anos, apareçam agora à cabeça do pelotão do
crescimento, numa altura em que as principais economias da mesma zona, Alemanha
e Itália com -0,2% e França com 0,0%, dão sinais de abrandamento da actividade.
4. Este apontamento de curiosidade não dá espaço, todavia, para
qualquer manifestação de “embandeiramento em arco” no caso português em
especial, pois as incógnitas quanto ao desempenho económico na segunda metade
do ano são mais que muitas...
5. ...a somar aos presumíveis impactos sobre a actividade dos
problemas geo-políticos, teremos, no plano doméstico, as sequelas do “tsunami”
BES, cuja dimensão, ainda por apurar, pode vir a desfigurar, um bom pedaço, o
“snapshot” estatístico...
6. Concluiremos assim, contra as expectativas dos estimados
Crescimentistas – para quem, é bom lembrar, qualquer melhoria da actividade
económica, em plena vigência de políticas neo-liberais, constituirá um cenário
misterioso e dantesco – que a primeira metade do ano acabou por não ser má...
7. ... cumprindo destacar a acentuada redução dos níveis de
desemprego que, segundo a informação mais recente se situa já abaixo de 14% da
população activa, depois do pico de 17,7% atingido no 1º trimestre de 2013...
8. Mas o 1º semestre já é história, temos agora de aguardar pelo
enigmático 3º trimestre, que pode muito bem vir a recompor o ânimo dos
Crescimentistas...
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 14-08-2014
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Caro Tavares Moreira:
Mais uma péssima notícia para os adeptos do quanto pior melhor.
Acontece que a economia e quem a faz tem muita força. E o que ela faria sem as más políticas públicas passadas, sobretudo estas, ou presentes, ainda muito condicionadas por aquelas, mas nem sempre.
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