sexta-feira, 12 de junho de 2015

O discurso que Cavaco devia ter feito

Helena Matos
Sei que não devia ser eu a estar aqui. Contudo e já que tive a desfaçatez de me candidatar e os portugueses a sem razão de me escolherem, vou fazer o meu último discurso como Presidente da República nesta data. Dentro de um ano espera-se que o país tenha voltado a ser o que deve ser. Não interessam os números, não interessam os resultados. Interessam os símbolos. E Portugal tem simbolicamente de ser o que é: um país em que a esquerda governa. Isso é natural. Isso é a República.

Pode Portugal ser algo fora disso? Pode. Mas para quê? Portugal não é um país para ser governado. Portugal é um pretexto para que bilhem aqueles a quem o poder naturalmente pertence. Para que aqueles em que encarnou a ética (republicana que só essa existe) ofusquem. Para que ele sejam. Portugal tem de voltar à sua gente. Essa gente a quem a rua, os salões, os gabinetes,as redacções pertencem. Pois só na sua gente e com a sua gente o País se cumpre. 
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias, 11-6-2015

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