Helena Matos
Sei que não devia ser eu a
estar aqui. Contudo e já que tive a desfaçatez de me candidatar e os
portugueses a sem razão de me escolherem, vou fazer o meu último discurso como
Presidente da República nesta data. Dentro de um ano espera-se que o país tenha
voltado a ser o que deve ser. Não interessam os números, não interessam os
resultados. Interessam os símbolos. E Portugal tem simbolicamente de ser o que
é: um país em que a esquerda governa. Isso é natural. Isso é a República.
Pode Portugal ser algo fora
disso? Pode. Mas para quê? Portugal não é um país para ser governado. Portugal
é um pretexto para que bilhem aqueles a quem o poder naturalmente pertence.
Para que aqueles em que encarnou a ética (republicana que só essa existe)
ofusquem. Para que ele sejam. Portugal tem de voltar à sua gente. Essa gente a
quem a rua, os salões, os gabinetes,as redacções pertencem. Pois só na sua
gente e com a sua gente o País se cumpre.
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