Aparecido Raimundo de Souza
Num poema de Nauro Machado, intitulado “FUGA E
PERSEGUIÇÃO” lemos o seguinte:
“Configurações
dos mapas
tentam
apagar teu nome:
expulso
da geografia,
da
história universal.
Teu
reino não é deste mundo
de
pânico na medula,
de
animais devolutos
da
raiz da Criação.
Teu
reino não é deste mundo
de
sobressalto da hora,
de
contingência do espasmo
entre
arames da nervura.
Teu
reino não é destas bombas
de
gasolina - em tumor,
despejando
combustão
de
imundícies sobre a aurora.
Teu
reino não é supersônico
chácara
do paraíso,
ou
elástico suspensório
elevando
a dor ao vício.
Expulso
da geografia
da
história universal,
das
fábulas em família,
da
inocência dos lábios,
....................................................
Ninguém
mais te reconhece”.
E com razão! Ninguém mais te
reconhece. Essa poesia do grande poeta maranhense nos leva a acreditar que a
porra da linha do tempo está se fechando aos poucos, se confinando gradativamente,
se trancando, se enclausurando a cada dia nos limites da vida, a cada minuto,
aferrolhando as portas por onde todos, com certeza, passarão.
As pessoas estão se preparando
(ou pelo menos deveriam), para algo, e muitas delas nem sabem exatamente para
quê. Simplesmente se deixam seduzir pela
moderna revolução coca-cola com suas bobeiras de internet, Google, WhatsApp,
Instagram, Twitter, Linkedin, Facebook, e outras merdas existentes.
Há, pelos lados, e vindos de
várias direções, uma crescente insatisfação espiritual, uma necessidade
profunda de preencher vazios, buracos e reentrâncias. É como se um vácuo
interior dentro de cada um de nós buscasse alguma coisa de muito importante,
mas que, no fundo, não sabemos explicar. Seria o portal do mundo? Como mandar o
Epicentro Brasília para o inferno e, de roldão, todos os safados que estão no
poder? Estaríamos atrás de algum planeta
perdido? Ou será que simplesmente procuraríamos a harmoniosa presença de Deus?
Faz alguns anos, foi lançado
no ar, um dado de estática desgraça. Um dado com pontos marcados por trevas
esmigalhadas. Ele permanece no espaço aéreo até hoje. Seus sinais caem brumosos
e, se disseminam por diferentes partes do globo, se transformando, depois, em
igrejas. Cada movimento brusco do vento aparece, como surgidas do nada, novas
congregações. Como os pombos de Maomé, essas imundícies se reproduzem como
vermes de esgoto.
Em face desses desenfreios,
centenas e centenas de denominações (apenas a título de ilustrações citaremos
meia dúzia), Igreja Universal do Reino de Deus, Assembleia de Deus, Igreja dos
Santos dos Últimos Dias, Igreja Evangélica Vida, Igreja Batista Betel,
Purgatório da Busca do Cristo Jesus, enfim, milhares e milhares de templos
independentes que detém a magia do poder
e a força da manipulação inimitável e acima de qualquer suspeita. Se
fôssemos enumerar, uma por uma, escreveríamos um romance. Nessa sem travas imoderadas, nos deparamos com uma
multiplicação de seitas, que tentam se impor, no tapa, na força, no vem cá que
te curo em troca da grana dos seus bolsos. Os párias apresentam cartazes
coloridos e propagandas chamativas com letras impressas em garrafais. Alguns
representantes acreditam tanto nas crenças que vomitam (kikikikikikikiki) que
fazem suas pregações por detrás de espaços brindados. Naturalmente para não
pegarem um resfriado mais brabo.
Sem exceção, todas essas
pocilgas vendem um objeto raro: Jesus Cristo. Esse mercado gritante e apelativo
singrou por sendas obscuras visando, pelo ópio da filosofia religiosa, arrastar
multidões sedentas, ávidas e aflitas, seres que pretendem estar no lugar certo,
na hora precisa, sem atropelos e atrasos na virada inexorável do final de suas
vidas.
Os produtos – Fé, Jesus, Deus,
Bíblia – cresceram e se deflagraram se agigantando de forma homérica. Os
investidores entraram de sola, na raça e agora tropeçam em conflitos
constantes, nos moldes de como aplicarem, atualmente as suas boas e puras
almas, em títulos cujos valores nominais, a (SALVACÃO) possam realmente ser
pagas ou de algum jeito, resgatadas.
Se sairmos à procura,
encontraremos, passos adiante, cidadãos que desejam atrair todas as dioceses,
comunidades de cristãos, autoridades eclesiásticas e fieis para o enorme
liquidificador montado na primeira esquina, objetivando fazer delas uma
vitamina só, única, poderosa, insofismável: o ecumenismo. E o que é o
enocudosmeninos? Perdão, senhoras e senhores. ECUMENISMO.
Ecumenismo (ou eucumenismo) é
o processo de busca da unidade. O termo provém da palavra grega "oikos"
(casa), designando "toda a terra habitada". Num sentido mais
restrito, se emprega o termo para os esforços em favor da unidade entre igrejas
cristãs; num sentido lato. Pode designar a busca da unidade entre as religiões
ou, mesmo, da humanidade. Neste último sentido, se usa também o termo
"macro-ecumenismo".
O Dicionário Aurélio define
“ecumenismo” como o movimento que visa à unificação das igrejas cristãs
(católicas, ortodoxas e protestantes). A definição eclesiástica, mais
abrangente, diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da
superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs.
Muito bem. Os poderosos e engenhosos senhores dessas
igrejas querem uni-las numa imensa organização. Na teoria, vista grosso modo, é
um lindo poema de amor, como o de Nauro Machado. Contudo, na prática, um
absurdo. Na verdade, uma contradição. E por que contradição? A resposta é simples: existem diferenças
teológicas. Em meio a toda essa balbúrdia, surge a indagação: onde está Aquele
que criou o céu e a terra? Onde se encontra o Altíssimo real?
Cadê o Deus Vivo? São tantas
as decepções e as falsas doutrinas querendo sugar os seres humanos, como um
todo, que acabam fazendo surtir, em torno da confusão desordenada, o chamado
efeito contrário. E o que seria esse efeito? Algo que se coma com arroz e
feijão?
A nosso entendimento, o efeito
contrário nada mais seria que o despontamento desequilibrado ou anarquizado dos
ateus. Por via lógica, os atoas. Esses, inclusive, em números cada dia, mais
significativos. Aliás, os ateus e atoas, bem como os “atoados” e atolados, vêm
crescendo de forma assustadora. Até o Mingau (Mingau não, por tudo quanto é
mais sagrado...) o Papa. O Papa Francisco está em dúvida se deve deixar Roma e
se filiar ao mais poderoso que ele, o ilustre Pedir Maiscedo, amigo particular
e compadre de Salomão.
Na verdade, surge aqui uma
dúvida cruel. Não seria esse, senhoras e senhores o objetivo principal desses
conglomerados de templos, ou seja, confundir, desnortear, desorientar, atarantar
e roubar a fé e a alma dessas pobres e indefesas criaturas? Nesse caminhar dos acontecimentos, como
separar o cachorro da cadela, o boi da vaca, o galo da galinha, o joio do
trigo? O grande caso, a combatente verdade é que as sinagogas estão mais na condição
de oferta que necessariamente de procura.
Mas esperem um instante. Deus
não é o sol, não é a pedra, o mar, o infinito azul acima de nossas cabeças, a
lua, como também o relâmpago e o arco-íris?
Deus, esse ser divinizado que
todos procuram e buscam incansavelmente é um Ser Vivo, um Ser que amou o mundo
de tal maneira que entregou seu único filho para morrer por nós e
consequentemente nos presenteou com a coisa mais bonita que pode ter sido
criada até hoje. A Redenção.
A confiança em Deus, ou mais
precisamente em Jesus Cristo, senhoras e senhores, é um sentimento que deveria,
antes de qualquer coisa, ser puro e verdadeiro. Sem meios termos. Ou se
acredita Nele ou não se acredita. Não dá para permanecermos sentados em cima do
muro. Com o passar do tempo, as polpas da bunda começam a doer. Enquanto isso,
o dado lá de riba, continua espalhando suas sementes.
Uma aqui, outra ali, mais
outra acolá. A areia da ampulheta está se esvaindo... se... esvaindo... um
inevitável período de sombras difusas se aproxima. Um período negro, obscuro,
incerto, tenebroso, cruel, destruidor, avassalador... puta que pariu! Mais infinitamente feroz e selvagem que as
trolhas que nossos representantes no Congresso e Senado enfiam em nossos rabos
todos os dias, sem dó nem piedade.
Algumas indagações ficam no
alto das nossas cabeças, coçando como chifres em maridos traídos em primeira
viagem. Para que se preparam afinal, os povos e os gentios de toda a face da
terra? Para a Segunda vinda do Salvador? Para a quinta guerra mundial? Para uma
nova e mortífera bomba nos moldes e contornos da atômica sobre Hiroschima? Para
que se aprontam, afinal, meus queridos e amados, os cidadãos de toda a face
desse mundão sem porteira?
Seria para o enfrentamento de
novas doenças? Para a epidemia da AIDS, do câncer, do Ebola, do Zika Virus, da
dengue, do chikungunya? Quem sabe para a vinda do Anti-Cristo? Por qual motivo
(por favor, nos respondam...) ou por quais motivos toda essa caralhada de desvalidos se organizam com tanta e
ferrenha previedade? Que alguém, em nome do Altíssimo nos esclareça. Um fato é
certo. A humanidade inteira anda fodida, perdida, sem teto, sem chão, sem porto
seguro. Ponto pacífico.
Entretanto, nada disso importa
caros amados. Seja qual for a resposta, o motivo, o objetivo, obviamente não
faz nenhuma diferença. Cessante causa, tollitur effectus. Por essa razão, cada
um de nós precisamos ter dentro do coração a substância espiritual certa e
precisa. A composição honesta e correta, o conteúdo claro, aquele sumo, aquela
essência, sem manchas, para excluir, em definitivo, a sensação de ausência da
alma combalida e desgastada pelo cotidiano macabro desses filhos da puta que,
com falsas profecias, procuram enganar, ludibriar e denegrir a nossa boa fé. Fé
inquebrantável que ainda perdura como uma tênue luz prestes a se apagar lá do
outro lado do fim do túnel.
Não devemos esquecer jamais,
senhoras e senhores, do que está sinalizado em Mateus 24.5: “Porque virão em
meu nome dizendo: Eu sou o Salvador e enganarão a muitos”. Com essa confusão
mental assolando mais forte que abraço
de puta grávida de nove meses, sem eira nem beira, todos nós, abobados e
imbecilizados pela mídia, e não só por ela, pela total falta de
esclarecimentos, acabaremos entregando (como o Brasil fez anos atrás, enfiando
a sua dignidade nos colhões dos Estados Unidos), a alma espúria ao Pato Donald
Trump. Convenhamos senhoras e senhores. Dos males, o pior. Entre sentarmos na
boneca ou levarmos o brinquedo no traseiro, melhor não nos subjugarmos por mais
quatro (ou oito anos), nas próximas eleições as sandices do pernambucano de
Caetés, Luiz Inácio “Pula da Selva” e sua corja de picaretas.
AVISO AOS
NAVEGANTES:
SE O FACEBOOK, PARA LER E PENSAR, CÃO QUE FUMA OU OUTRO SITE QUE REPUBLICA
MEUS TEXTOS, POR QUALQUER MOTIVO QUE SEJA VIEREM A SER RETIRADOS DO AR, OU MEUS
ESCRITOS APAGADOS E CENSURADOS, PELAS REDES SOCIAIS, O PRESENTE ARTIGO SERÁ
PANFLETADO E DISTRIBUIDO NAS SINALEIRAS, ALÉM DE INCLUI-LO EM MEU PRÓXIMO LIVRO
“LINHAS MALDITAS” VOLUME 3.
Título, Imagens e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, jornalista, São Paulo, 8-1-2017
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Vou dizer o que penso igreja hoje virou comércio, Deus jamais cobra pra vc ter salvação, apenas que vc siga seus ensinamentos ja fui de várias igrejas, e nunca senti a presença de Deus, so FUI sentir a presença dele quando tive câncer no estágio três indo para o quatro em 2000 e foi nesse momento que pude sentir a presença dele porque busquei forças dentro de mim e onde descobri que ele esta em mim em vc na natureza , vento ele é o senhor do universo. E foi onde ofereceram a minha cura, mas teria que pagar pra receber, não paguei porque Deus não exige isso de vc, ele quer que vc creia e tenha fé ,e foi minha fé que me curou a 16 anos atrás.
ResponderExcluirObrigado pela participação!
ExcluirAtualmente você professa qual religião/igreja?
Não!! Deixei de confiar nos ensinamentos nas igrejas em geral,desde que passei por esse processo, não discrimino ninguém,cada tem sua fé, a minha é em Deus que criou a natureza, o universo o ser humano, mas criou pra seguir seus ensinamentos e não vender o nome dele comercializar. Carla
ExcluirNão participo de nenhuma igreja ou religião apenas creio em Deus e leio os ensinamentos e procuro seguir, sou falha mas procuro preservar a segunda chance de vida que recebi.
ResponderExcluirVivemos em um mundo conturbado nos dias de hoje . O número crescente de templos religiosos , em especial os evangélicos ( nada a criticar às crenças de cada um) , assim como o engajamento de centenas de adeptos ao islamismo "deturpado" por um sem número de militantes psicopatas ditos religiosos, aparenta ligação com a conturbação, falta de perspectiva , sentido da vida, ausência de projetos para o futuro, indiferença entre pessoas, incertezas diversas e ansiedade geral. O mundo aparenta estar piorando a saúde ( inclusive a mental).
ResponderExcluirMilhares , principalmente os mais jovens , ao que tudo indica, encontram alento , refúgio e esperança nas palavras de pastores , líderes religiosos diversos, versos do Alcorão e promessa mil de algo promissor e rico, caso venham a aderir e "contribuir" com essas Mega-organizações , muitas chamadas de "igrejas" .
Dos mais humildes ou ignorantes , é cobrada alguma importância que , muitas vezes é superior ao ganho desses indivíduos ; lhes é dada a certeza que encontrarão a paz interior , o emprego que buscam incessantemente , ou a casa própria , por exemplo.
É a exploração da boa fé . E não há como processar aqueles que se locupletam dos incautos .
Assim é com o Estado Islâmico; arregimentam jovens sem qualquer perspectiva de futuro promissor. É o que o mundo está atualmente experimentando e procurando gerenciar todos esses conflitos . Toda essa série de fatos , somados à ganância desenfreada do poder a qualquer custo, desencadeia ódio, fome , mazelas e todo tipo de infortúnio. E a principal causa deste infortúnio é o fanatismo em grau cada vez mais elevado . Onde isso vai dar é uma incógnita ! O que veremos em um futuro próximo pode ser sorte ou pode ser azar. Depende do que vier depois...
Abraços em todos.
Sidnei Oliveira