quarta-feira, 4 de abril de 2018

"As janelas" só aumentaram as incertezas

Cesar Maia
      
1. A possibilidade de troca de partidos para os deputados estaduais e federais só aumentou as incertezas em relação às eleições de 2018.
    
2. Nenhum partido chegará a 11% das cadeiras na Câmara de Deputados. Mesmo que a pulverização não alcance os 28 partidos com presença no parlamento, o menor número de partidos com representação na Câmara de Deputados produzirá uma pulverização concentrada.
    
3. Explique-se. Nenhum partido alcançando 11% dos deputados e o número de partidos com presença parlamentar sendo reduzido dos 28 atuais para 20, ou menos, teremos uma pulverização concentrada ou concentração pulverizada.
  
4. Com isso, a tarefa do próximo presidente de formar uma base de sustentação será mais difícil, pelo peso relativo dos pequenos e médios partidos. Comparando com os parlamentos europeus, todos os partidos daqui serão pequenos ou médios.
    
5. O "não voto", somando abstenção + votos brancos + votos nulos, estará na casa dos 40%. Isso aumenta a imprevisibilidade eleitoral, ou seja, o risco de deputados perderem o mandato.
    
6. A impossibilidade de doações empresariais, o menor período eleitoral, as restrições à propaganda, os riscos gerados por uma mais intensa fiscalização eleitoral e os constrangimentos ao populismo eletrônicos nas redes sociais ampliará ainda mais a imprevisibilidade.
    
7. Rigorosamente nenhum partido pode afirmar que elegerá 5 governadores, como na situação atual. E, somando-se a isso, igualmente a imprevisibilidade na eleição presidencial, a tarefa dos próximos presidentes dos poderes executivo e judiciário será começar a construir uma governança política no dia seguinte à eleição.
  
8. As pesquisas que devem ser publicadas para valer a partir de maio devem incluir novos elementos de convicção do eleitor, tanto de presença como de opções eleitorais. A oscilação do eleitor aumentará.
  
9. Mundo afora, as pesquisas do último mês de campanha têm apontado prognósticos com significativa diferença em relação aos resultados. Ou seja, os analistas, a imprensa, os candidatos e os eleitores devem usar com muito cuidado e prudência as pesquisas eleitorais.
Título e Texto: Cesar Maia, 3-4-2018

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