Se ele se diz “espantado” e “emocionado”
por receber o prêmio Nobel de literatura 2019, Peter Handke [foto] rapidamente se
desencantou em face às reações sectárias suscitadas por esta distinção que não
foi do agrado de alguns censores.
Incapazes de imaginar que se
possa ter uma outra leitura diferente da deles sobre as guerras que
ensanguentaram a ex-Jugoslávia,
Olivier Py e Sylvie Matton assinaram uma matéria no Le Monde, na qual se
insurgem contra o “Nobel da desonra” atribuído a um escritor que teria relativizado
os crimes de Milosevic.
Um ministro albanês confessou
a “sua vontade de vomitar”, enquanto um universitário de Saravejo não hesitou
em qualificar o escritor de “negacionista de primeiro plano”.
A consequência foi a que os
jornalistas só o interrogaram sobre este ponto, e não sobre a sua obra, que foi
o motivo por que obteve este Nobel.
De saco cheio dessa ‘caça à
raposa’, o escritor austríaco que vive na região parisiense anunciou, alguns
dias depois de receber o prêmio, que renunciava doravante a falar aos
jornalistas.
Fonte: Valeurs Actuelles,
nº 4326, de 24 a 30-10-2019
Tradução: JP
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