Agência Brasil
A polícia e as forças de
segurança iranianas dispararam balas reais e gás lacrimogêneo para dispersar
manifestantes que protestavam contra as autoridades, que negaram inicialmente
ter abatido um avião ucraniano, informou hoje (13) a agência Associated Press
(AP).
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Teerã, 11-1-2020, foto: Atta Kenare/AFP |
Os veículos de comunicação
estatais do Irão não noticiaram imediatamente o incidente perto de Azadi, ou
Praça da Liberdade, em Teerã, na noite desse domingo (12). No entanto,
organizações não governamentais de defesa de direitos humanos já pediram ao Irã
que permita que as pessoas protestem pacificamente, conforme permitido pela
Constituição.
"Após traumas nacionais
sucessivos em curto período de tempo, as pessoas devem poder expressar o luto e
exigir responsabilidades em segurança", disse o diretor executivo da
organização não governamental (ONG) Centro para os Direitos Humanos no Irã, com
sede em Nova Iorque.
"Os iranianos não deviam
ter de arriscar a vida para exercer o direito constitucional de se reunir
pacificamente", acrescentou a ONG.
Vídeos enviados à organização
e posteriormente analisados pela AP mostram uma multidão correndo, depois de
uma granada de gás lacrimogêneo atingir os manifestantes.
As pessoas tossem e espirram
enquanto tentam escapar, com uma mulher a gritar, em farsi: "Eles
dispararam gás lacrimogêneo contra as pessoas! Praça Azadi. Morte ao
ditador!".
Outro vídeo mostra uma mulher
sendo carregada, em meio a marcas de sangue no chão. Pessoas ao seu redor
gritavam que ela foi baleada na perna.
"Ela sangra sem
parar!", disse uma pessoa.
Fotos e vídeos após o
incidente mostram poças de sangue na calçada.
clip de #iran - # rues de Téhéran; les gens scandent "Khamanei est un meurtrier ... son gouvernement n'est pas ligitmate ...mort à Vleayat faghih" #iranprotests est vivant pic.twitter.com/j4qtPMfW88— SAzari (@Sazari2015) 11 de janeiro de 2020
A Polícia antimotim, com
uniformes e capacetes pretos, reuniram-se na Praça Vali-e Asr, na Universidade
de Teerã, e em outros pontos da capital.
Membros da Guarda da Revolução
patrulhavam a cidade em motos, e outras forças da segurança à paisana também
foram mobilizados para as ruas. As pessoas olhavam para baixo, enquanto passavam
rapidamente pela polícia, aparentemente para tentar não chamar a atenção.
Na quarta-feira (8), a queda
do avião ucraniano, abatido por um míssil, causou a morte de todas as 176
pessoas que se encontravam a bordo, a maioria iranianas e canadenses.
Inicialmente, as autoridades
iranianas negaram qualquer culpa das Forças Armadas no acidente. Após três
dias, o Irã admitiu que o avião foi derrubado acidentalmente, diante das
crescentes provas e acusações apresentadas por vários líderes ocidentais.
Título e Texto: Agência
Brasil, 13-1-2020, 6h39
Ora, ora... tá certo, é para matar mesmo!
ResponderExcluir'Governo iraniano é tão bonzinho!', como diria a linda Kate Lyra...