Novo valor entra em vigor a partir de 1º de
janeiro
Pedro Rafael Vilela
O presidente Jair Bolsonaro
editou medida provisória (MP) que aumenta o salário mínimo de R$ 998 para em R$
1.039 a partir desta quarta-feira (1º). O novo valor corresponde ao reajuste da
inflação do ano, que encerrou 2019 em 4,1%, segundo o Índice Nacional do Preços
ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE).
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil |
É a primeira vez na história
que o salário mínimo ultrapassa a faixa de R$ 1 mil desde o início do Plano
Real, em 1994. A MP foi publicada em edição extra do Diário Oficial da
União ainda nesta terça-feira (31).
Em relação à Lei Orçamentária
Anual (LOA) de 2020, aprovada pelo Congresso Nacional há duas semanas, o
valor ficou R$ 8 mais alto. Isso porque a previsão anterior do governo federal
para a inflação de 2019 era de 3,3%, mas o percentual acabou ficando em 4,1%,
de acordo com a última estimativa medida pelo IBGE.
Em nota, o Ministério da Economia
informou que o aumento do valor da carne nos últimos meses pressionou o
crescimento geral nos preços no final do ano, ampliando o percentual de
inflação apurado.
"Anteriormente, o governo
projetou o salário mínimo de R$ 1.031 por mês para 2020, conforme a Mensagem
Modificativa ao Projeto da Lei Orçamentária de 2020 (PLOA-2020). A recente alta
do preço da carne pressionou a inflação e, assim, gerou uma expectativa de INPC
mais alto, o que está refletido no salário mínimo de 2020. Mas como o valor anunciado
ficou acima do patamar anteriormente estimado, será necessária a realização de
ajustes orçamentários posteriores, a fim de não comprometer o cumprimento da
meta de resultado primário e do teto de gastos definido pela Emenda
Constitucional nº 95", informou a pasta.
Até o ano passado, a política
de reajuste do salário mínimo, aprovada em lei, previa uma correção pela
inflação mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e
serviços produzidos no país). Esse modelo vigorou entre 2011 e 2019. Porém, nem
sempre houve aumento real nesse período porque o PIB do país, em 2015 e 2016,
registrou retração, com queda de 7% nos acumulados desses dois anos.
O governo estima que, para
cada aumento de R$ 1 no salário mínimo, as despesas elevam-se em R$ 355,5
milhões, principalmente por causa do pagamento de benefícios da Previdência
Social, do abono salarial e do seguro-desemprego, todos atrelados ao mínimo.
Título e Texto: Pedro
Rafael Vilela; Edição: Bruna Saniele – Agência Brasil, 31-12-2010, 16h53
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