Governo espera injetar R$ 36,2 bilhões na
economia
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Foto: Pilar Olivares/Reuters |
Wellton Máximo
O novo saque do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de até um salário mínimo (R$ 1.045)
beneficiará até 60,2 milhões de trabalhadores, disse hoje (8) o
secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.
Segundo ele, os trabalhadores devem retirar até R$ 36,2 bilhões nos próximos
meses, dinheiro que ajudará a economia em meio à pandemia de coronavírus.
De acordo com Sachsida, 30,7
milhões de trabalhadores poderão sacar todo o saldo da conta do FGTS. Isso
elevará para 66 milhões o número de trabalhadores brasileiros que irão zerar as
contas do fundo desde setembro do ano passado, quando o governo instituiu o
saque-imediato do FGTS. “Estamos devolvendo o dinheiro do trabalhador ao
trabalhador”, disse.
O novo saque beneficiará os
trabalhadores de menor renda. Segundo o Ministério da Economia, R$ 16 bilhões
serão liberados para 45,5 milhões de trabalhadores com até cinco salários
mínimos de saldo no FGTS. O dinheiro estará disponível de 15 de
junho a 31 de dezembro e voltará para a conta do fundo, caso o
trabalhador não faça a retirada.
Diferentemente do
saque-imediato, que previa até R$ 998 por conta ativa ou inativa, o novo saque
será limitado a R$ 1.045 por trabalhador, independentemente do número de contas
que ele tenha. Quem não fez o saque-imediato até 31 de março deste ano,
perdeu o prazo. O dinheiro voltou para o FGTS, e o trabalhador não poderá acumular
o direito antigo com o valor do novo saque.
PIS/Pasep
Em relação à extinção do antigo fundo do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep), que não recebe depósitos desde 1988 e ainda tem R$ 21,5 bilhões, o
presidente do Conselho Curador do FGTS, Julio Cesar Costa, esclareceu que os
cotistas continuam com os direitos preservados e terão até cinco anos para
sacarem sua parte.
“O saque continua amplo e
irrestrito, tanto para titulares como para herdeiros”, explicou Costa. Segundo
ele, o dinheiro do fundo do PIS/Pasep apenas migrou de lugar e foi para o FGTS,
onde receberá a mesma remuneração das contas dos demais trabalhadores. Ele
também esclareceu que a extinção do antigo fundo não envolve a arrecadação
atual do PIS e do Pasep, dinheiro que financia o seguro-desemprego, o abono
salarial e parte do capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES).
Costa lembrou que, nos últimos
anos, o governo promoveu diversas campanhas de saque do fundo do PIS/Pasep, mas
que a adesão foi fraca. “No ano passado, apenas R$ 1,6 bilhão foi sacado. Provavelmente
esses cotistas são pessoas idosas que não sabem que têm direito a esse
dinheiro”, declarou.
Impacto
Durante a entrevista coletiva
para explicar as medidas para o FGTS, o secretário especial de Fazenda do
Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, apresentou um comparativo entre as
medidas tomadas pelo Brasil em relação a outros países para enfrentar a crise
econômica provocada pelo novo coronavírus. Segundo ele, o Brasil mobilizou, até
agora, 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para atenuar os efeitos da pandemia,
número superior à média de 3,1% do PIB registrada em 34 países.
O valor aplicado pelo governo
brasileiro também está superior à média dos países emergentes, que mobilizaram
1,6% do PIB para combater o coronavírus. Em relação às principais economias
emergentes, o Brasil está apenas atrás do Chile, que está empenhando 4,7% do
PIB.
O levantamento, no entanto,
considera medidas como antecipação de gastos, adiamento de tributos e liberação
de linhas de crédito. Se forem consideradas apenas despesas novas e
desonerações de tributos, que têm impacto fiscal, o montante empenhado pelo
governo brasileiro cai para 2,97% do PIB, o equivalente a R$ 224,6 bilhões,
segundo números apresentados pelo próprio secretário Waldery Rodrigues no fim
da semana passada.
Título e Texto: Wellton
Máximo; Edição: Lílian Beraldo – Agência Brasil, 8-4-2020, 18h03
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