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O Brasil conhece muito bem o
“culto à personalidade” enormemente utilizado pela esquerda como técnica para
messianização dos seus líderes. O ex-presidente e condenado Lula, por exemplo,
foi sempre glorificado pela esquerda católica a tal ponto que recentemente Leonardo
Boff chegou a confessar que, em suas missas, quem fazia a homilia era Lula e,
falando sobre um carcereiro da prisão em Curitiba, afirmou que “ele se
converteu a Lula”. Não é à toa que, sob a organização de Mário Lopes,
publicou-se recentemente um livro intitulado: “Lula e a espiritualidade: oração, meditação e militância”.
Pois bem, para a nossa surpresa, após a posse de Joe Biden como presidente da América, o Padre Roger Araújo [foto], da Canção Nova, publicou um tweet em que dizia:
“Os EUA é uma nação de maioria
protestante. Dos 46 presidentes americanos este é Segundo presidente Católico e
praticante. De missa dominical, oração diária, confissão e direção espiritual.
Mantém uma excelente comunicação com os bispos americanos. Deus o abençoe!” (os
erros gramaticais pertencem o original, integralmente copiado aqui).
A tentativa de mistificação de
Biden foi tão escandalosa que não faltaram pessoas a recordarem ao padre que,
apesar de se declarar católico, o atual presidente dos EUA é favorável à
política de ampliação do aborto.
Diante da réplica, Padre Roger escreveu que “membros do partido democrata defendem o aborto. Ele (o presidente Biden) defende a constituição. 400 mil americanos morreram vítimas do pouco caso do presidente que sai e o único problema da humanidade para o conservadorismo doentio e o aborto” (mais uma vez, os erros gramaticais pertencem ao autor).
Uma fiel respondeu,
consternada, que “se o aborto não for o maior dos problemas, qual seria?”, ao
que o Padre respondeu:
“A hipocrisia… Jesus falou dela dezenas de vezes e nenhuma do aborto”.
Em outras palavras, para
isentar Joe Biden de apoio ao aborto, Padre Roger não se limita a negar os
fatos, mas chega a desfocar a discussão para o genérico campo da
hipocrisia, como se negar que um nascituro seja uma pessoa humana não
fosse a maior de todas as demonstrações de hipocrisia. (Todos sabem
que as organizações que promovem o aborto inventaram diversas estratégias
linguísticas com a única finalidade de se evitar a todo custo o uso da palavra
“criança” para os bebês no útero de suas mães.)
Se tivesse se encerrado por
aqui, o episódio já seria suficientemente vergonhoso, mas o Padre quis gravar
um vídeo em seu perfil do Instagram no qual responde ao escândalo dos fiéis
quanto às suas declarações.
No vídeo, ele disse que
pessoalmente defende a vida e é contrário ao aborto, mas não deixa de “aliviar
a barra” de Biden, tanto apresentando-o praticamente como um “homem de Igreja”
quanto diluindo as suas posições favoráveis ao aborto na generalidade dos
problemas políticos americanos.
Padre Roger critica a
agressividade das redes sociais, mas xinga os seus críticos de “esgoto da
internet”, “porcos”, “cães”, “nocivos”, “perigosos”, “extremistas”, “chulos” e
de outras gentilezas da mesma espécie. É a típica misericórdia bergogliana em
ação!
Ele literalmente usa o Papa
Francisco como escudo, respaldando tudo o que diz no mais escancarado argumento
de autoridade, o qual ele saca outras vezes, dando a carteirada de missionário
nos EUA e de conhecedor dos meandros da política americana, tanto na
perspectiva civil quanto na eclesiástica.
Em suma, Padre Roger utiliza
exatamente os mesmos esquemas psicológicos dos fanáticos esquerdistas: legitima
totalmente a conduta dos seus líderes, imantando-os com uma áurea de
catolicismo praticante; apresenta-se como pró-vida, mas “não radical”,
subliminarmente acusando todos os demais pró-vidas que não compartilham de sua
posição esquerdista de fundamentalistas e simultaneamente colocando-se à
serviço dos maiores promotores do aborto, favorecendo-lhes com o atenuamento de
suas ações políticas pela expansão da morte dos bebês e ridicularizando quem
reclamar como “hipócrita”, como “conservador doentio”, relativizando, assim, o
aborto pela via do escárnio: “o único problema da humanidade é o aborto!”; por
fim, vale-se do fingimento, pois acusa os outros de xingamento enquanto ele
mesmo os xinga com palavras polidas, mas maldosamente calculadas para desqualificar
– segundo as suas próprias palavras, o pior pecado é a hipocrisia, não é?
Embora tudo isso seja absurdo,
o que realmente impressiona é a histeria em que se encontra o Padre Roger.
Pelos seus textos e falas, ele realmente acredita que Biden é um católico
piedoso, um aliado da Igreja, que deve ser isentado de toda acusação de
abortismo ou de outras imoralidades… Desgraçadamente, este sacerdote está num
“universo paralelo”, na “ilha da fantasia”, desconectou-se da realidade e vive
flutuando em “bolhas de ideias”.
Enquanto isso, no mundo real,
com apenas dois dias de mandato, Biden já prometeu revogar a “aliança mundial contra o aborto” e, nas
primeiras 24h de governo, impôs cinco novas medidas em favor do movimento LGBT.
Se o Cardeal Hummes dizia em
2005 que Lula era “católico ao seu modo”, parece que o Padre Roger resolveu
seguir a mesma estrada e esvaziar o catolicismo num mero rótulo a colocar-se
sobre abortistas, LGBTS, feministas, comunistas, enfim, sobre toda a gama que
se orgulha de ser radical e ostensivamente anticatólica.
Título e Texto: FratresInUnum.com,
22-1-2021
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