domingo, 16 de maio de 2021

No Leme, o restaurante La Fiorentina fecha as portas definitivamente

O restaurante, queridinho da classe artística, encerrou suas atividades. O imóvel, objeto de disputa judicial entre o empresário Omar 'Catito' Peres e o Banco Cédula, tem destino incerto

Diário do Rio

Um recanto muito querido dos cariocas “naiteiros” deixou de existir. Conhecido por ficar de portas abertas até o dia amanhecer, o restaurante La Fiorentina, cujos pratos levavam nomes de artistas e celebridades, encerrou suas atividades em definitivo. Era um ícone da Zona Sul e da velha Copacabana, apesar de estar no Leme.

O estabelecimento funcionou na Avenida Atlântica, número 458, no Leme. Existiu ininterruptamente desde 1957. Era conhecido pelos típicos garçons mal-humorados, assim como por convidar seus clientes mais famosos a deixar suas assinaturas nas paredes e colunas do salão principal da casa. Sua pizza era muito apreciada pelos baladeiros. Aliás, era conhecido ponto de encontro de jornalistas, cantores e atores, assim como dos políticos mais boêmios, até porque costumava funcionar até as 5 da manhã.

O imóvel, com quase 410m2, é de propriedade do empresário Omar “Catito” Peres, que disse ao jornal O Globo, numa entrevista, que o restaurante estava em nome de uma de suas filhas. Porém, o empresário contraíra uma dívida com o Banco Cédula, que há tempos tentava executar e receber leiloando o imóvel, que estava avaliado por pouco mais de 9 milhões de reais. Especialistas afirmaram na época que um leilão anularia o contrato de locação vigente entre a empresa de sua filha e o empresário, e que o restaurante não teria direito de preferência à aquisição do imóvel.

Catito seria dono do Bar Lagoa, e também do Jornal do Brasil, que tentou reviver há alguns anos, infelizmente sem muito sucesso. Os funcionários do ‘revival jornalístico‘ estão na justiça tentando receber seus direitos, assim como os proprietários do imóvel onde funcionou o CPDOC do Jornal, na Rua Moncorvo Filho, no Centro. Segundo os autos da ação de despejo ajuizada contra sua empresa, Catito não teria pagado sequer o primeiro aluguel. O Jornal supostamente continuaria funcionando online, mas não faz mais publicações regulares, e, segundo o site Observatório da Imprensa, sua redação seria composta de um homem só.

Notícias nos últimos anos davam conta de constantes atrasos de pagamento de funcionários e fornecedores e os boatos de que o La Fiorentina fecharia se tornavam frequentes já antes da pandemia do novo coronavírus. Seus famosos leões de bronze foram finalmente recolhidos. Moradores, em grupos de facebook, sonham que o eventual novo ocupante do imóvel mantenha as assinaturas de celebridades em suas paredes.

Uma das coisas mais agradáveis na Fiorentina era sentar nas mesas da calçada, ao lado da estátua de bronze de Ary Barroso, um dos mais famosos frequentadores do restaurante, e que agora permanece lá, sozinho, solitário, esperando pelas cenas do próximo capítulo.

Atualização – 21:47h
Trocamos “é dono do Bar Lagoa“, por “seria dono do Bar Lagoa“, em virtude de informação recebida do próprio empresário de que teria já se desfeito do estabelecimento “há mais de um ano”.

No dia 26 de março do ano passado o DIÁRIO fez reportagem sobre o famoso – e delicioso – restaurante da Lagoa, iniciando uma parceria com a filha do empresário, Duda Peres, que à época deu descontos aos leitores que se identificassem como sendo do DIÁRIO.

Título, Imagem e Texto: Redação, Diário do Rio, 15-5-2021

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