Alexandre Garcia
Há uma mania dos brasileiros
de falarem mal do Brasil lá fora. Não seguem aquela sabedoria do "roupa
suja se lava em casa". Primeiro foi lá em Boston (EUA), o mesmo ministro
[Luís Roberto] Barroso [foto], e agora em Berlim (Alemanha). O ministro da Suprema
Corte do Brasil repetiu um conceito lá de Boston de que há um autoritarismo populista no Brasil.
Ele erra de cronologia, porque houve sim, 15 anos atrás, 20 anos atrás. Inclusive há esse populista autoritário que continua falando em desarmar as pessoas para que elas não reajam ao regime totalitário, a censurar a imprensa com controle dos meios de informação, a ameaçar direito de propriedade com o MST. Tudo isso continua.
Mas foi num evento também para
estudantes chamado: Brazil Summit Europe, organizado por uma escola, que a
grande oradora foi a ex-presidente Dilma Rousseff. Participaram também Ciro
Gomes, Simone Tebet e João Doria. Mas Dilma disse que o impeachment dela foi
uma fraude e isso ela acertou, porque fraudaram o parágrafo único do artigo 52
da Constituição que diz que o presidente condenado fica inabilitado para função
pública por 8 anos. Fraudaram isso fingindo que não estava escrito. Ela disse
que Bolsonaro é o "ovo de serpente" que foi chocado no impeachment
dela e que foi um golpe. Isso ela disse lá em Berlim, onde ainda há juízes.
E no domingo (24), o ministro
Barroso, ministro da Suprema Corte do Brasil, falando para estudantes, repetiu
aquele conceito do autoritarismo e disse que as Forças Armadas foram orientadas
a atacar o sistema eleitoral para desacreditá-lo. Não disse quem faz isso, mas
não precisa dizer, pois a gente entende o que ele quer dizer.
Nunca se viu um juiz da Suprema Corte emitindo juízo sobre o chefe no outro Poder como ele fez em Boston e como fez agora em Berlim. Certamente eu aplicaria aos estudantes lá de Berlim que o assistiam, uma paráfrase de um verso do Bilac: "estudante não verás nenhuma Suprema Corte como esta". Lá na Europa, claro que nenhum estudante verá um juiz da Suprema Corte emitindo opiniões assim por aí.
Ele também ressalvou que as
Forças Armadas nunca geraram nesses últimos anos nenhuma má notícia e que estão
rigorosamente com um comportamento exemplar e etc. Mas aí cometeu um
politicamente incorreto contra os latino-americanos. Ele disse que alertou para
um retrocesso "cucaracho" de voltar a tradição latino-americana de
colocar o Exército envolvido em política.
Lava Jato e eleições na
França
Só para concluir uma notícia
para vocês, inclusive eu vi na Gazeta do Povo, que delatores da Lava-Jato,
condenados e que devolvera dinheiro, estão querendo anular as condenações e
pegar o dinheiro de volta com base em decisões do ministro Gilmar Mendes.
Encerrando, para quem não sabe
ainda, porque acho que todos já sabem: ganhou a eleição francesa o globalista
de centro Emmanuel Macron. Ele ganhou da direita Marine Le Pen. A esquerda nem
participou do segundo turno, pois ficou para trás no primeiro.
Título e Texto: Alexandre Garcia,
Gazeta
do Povo, 24-4-2022, 22h20
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