Ninguém nega a existência dos problemas
graves. Mas ocultar as melhorias e acrescentar um alerta desnecessário, isso
não é fazer jornalismo, e sim campanha política
Rodrigo Constantino
O desemprego no trimestre até maio recuou para 9,8%, o menor índice em sete anos, e abaixo da expectativa dos especialistas. Apesar da pandemia, da reação insana de governadores e prefeitos, com aval supremo, e agora da guerra russa, o Brasil segue criando vagas de trabalho. Mas eis como a imprensa dá a boa notícia: “Emprego surpreende em maio, mas dúvidas persistem”. Já virou até piada nas redes sociais: é a imprensa do “mas”.
Essas manchetes adversativas
expõem a incansável militância de nossos principais veículos de comunicação,
que se tornaram partidos de oposição ao atual governo. O que importa não é mais
dar a notícia importante da forma mais imparcial possível, e sim criar
narrativas e atacar Bolsonaro. Tudo aquilo que é positivo vem seguido de um
alerta de “especialistas”, de um lado negativo. O copo está sempre meio vazio.
Nunca antes na história deste país se viu um esforço conjunto tão
impressionante da mídia para derrubar um presidente eleito.
Nossos militantes de redação
chegaram até a puxar da cartola a palavra “despiora” para se referir ao quadro
econômico em recuperação. Uma apresentadora da CNN Brasil foi a mais sincera de
todas, num possível ato falho, quando disse que teria de dar boas notícias,
“infelizmente”. Nossos jornalistas viraram torcedores, e, como o único intuito
é derrubar Bolsonaro, ainda que isso signifique voltar com a quadrilha petista
ao poder, a torcida é pelo pior, ou seja, contra o Brasil.
Os mesmos que repetiam que a economia deveria ficar para depois durante a pandemia, contra a recomendação prudente de Bolsonaro, agora usam qualquer dado econômico ruim para culpar o próprio governo federal por tudo, esquecendo da pandemia, da reação radical que pregaram contra ela, e do cenário mundial. É cinismo demais, que denota enorme desespero.
A inflação europeia, por
exemplo, é a mais alta em décadas, o mesmo nos Estados Unidos, e a da Argentina
é melhor nem falar! A inflação deve bater 70% neste ano! Por isso que o país
vizinho sumiu do mapa para a nossa imprensa: é um lembrete incômodo demais para
os militantes que demonizam Bolsonaro — e elogiavam o presidente lulista da
Argentina durante a pandemia!
Criaram narrativas falsas,
trataram como gente séria notórios picaretas, fingiram que uma CPI circense
falava em nome da ciência, pregaram caminhos insanos para reagir à pandemia e
agora se fazem de sonsos, como se não tivessem absolutamente nada a ver com
seus resultados terríveis.
E como a “terceira via” não
tem qualquer chance, esse esforço todo dos tucanos é para trazer de volta o
ladrão socialista do Foro de SP ao poder, ou seja, para transformar o Brasil
numa próxima Argentina. Tudo isso em nome da defesa da democracia, claro. Vão
“salvar” o Brasil com Lula! Afinal, Bolsonaro andou de moto sem capacete, e
isso não pode ser tolerado…
Se
houve alguma melhora, então joga a adversidade no ar e convida um
“especialista” pessimista para sua futurologia sombria
Eis o fato: o governo federal
vem fazendo o dever de casa. Não fosse a pandemia, a reação a esta pandemia por
governadores e prefeitos que, com aval supremo, saíram fechando a economia e
impedindo as pessoas de trabalharem, a guerra da Rússia na Ucrânia e o enorme
esforço de sabotagem por parte do ativismo judiciário e de abutres no
Congresso, podemos apenas imaginar como o cenário econômico estaria.
Luís Ernesto Lacombe, em
coluna na Gazeta do Povo, comentou sobre o homérico esforço da
imprensa brasileira em destruir qualquer esperança de melhora em nosso país
durante o atual governo, chamando a atenção para as manchetes adversativas. Ele
diz: “As manchetes nos jornais, nos portais de notícias são feitas para isso:
para exprimir oposição, contraste a tudo o que possa indicar esperança para o
Brasil, para a nossa economia, em especial”.
Lacombe acrescenta: “Na
torcida contra o país, mais do que contra o governo, os pessimistas do
consórcio de imprensa e as suas conjunções adversativas tentam diminuir, anular
qualquer indício de positividade”. Os militantes disfarçados de jornalistas
querem ver o circo pegar fogo. Precisam derrubar o capitão, e não se importam
de afundar junto o barco todo. É uma campanha pessimista do começo ao fim, para
espalhar mau humor e angústia, medo.
Devemos reagir a essa missão
destruidora afirmando o que vem dando certo, apesar da torcida do contra.
Lacombe conclui: “Conjunção adversativa em excesso, a toda hora. Ninguém quer
admitir que houve acerto em políticas econômicas implementadas, que estamos
apontando para o único e correto caminho. É proibido confiar, é proibido
acreditar no crescimento e na prosperidade. É ano de eleição, e economia
decide. Que nos livrem das conjunções adversativas, de suas armadilhas
pessimistas e depressivas. Que nos permitam sempre o espaço para o alento, o
otimismo, longe de um plano político sórdido e do ódio a um governo”.
Ninguém nega a existência dos
problemas graves. Mas ocultar do público as melhorias nestes anos de governo,
ignorar sempre o contexto, acrescentar um alerta desnecessário, isso não é
fazer jornalismo, e sim campanha política. Nossos maiores veículos de
comunicação se perderam totalmente nesse papel inadequado, criando narrativas
sem qualquer compromisso com a realidade, com os fatos. Chamaram a atenção, por
exemplo, para a disparada no registro de novas armas legais no país, graças a
Bolsonaro, espalhando medo e prevendo o pior, e agora ignoram qualquer elo
causal quando são forçados a divulgar que o Brasil registrou a menor taxa de
homicídios em dez anos!
Em todos os casos é a mesma
coisa: se houve alguma piora, então destaca o que está ruim sem contextualizar,
sem comparar com nossos vizinhos; se houve alguma melhora, então joga a
adversidade no ar, convida um “especialista” pessimista para sua futurologia
sombria, lembra que ainda há muito que melhorar. Chamar a isso de jornalismo é
simplesmente absurdo. Para a infelicidade dos militantes, porém, cada vez mais
gente se dá conta do truque. Não é por acaso que a credibilidade da mídia segue
ladeira abaixo…
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Revista Oeste, nº 119, 1-7-2022
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não aceitamos/não publicamos comentários anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-