Rodrigo Constantino
Tem muita gente que não gosta
de Bolsonaro. Ok, eu entendo. São pessoas que adotam uma visão mais estética de
mundo, ou que ainda assistem a Globo, ou que rejeitaram sua postura durante a
pandemia, ou que nutrem receio do estilo mais beligerante de ala do bolsonarismo.
Tudo certo aqui.
Mas é preciso reconhecer: o
governo Bolsonaro não é radical e tampouco representa qualquer ameaça à
democracia. Isso é claramente uma narrativa forçada da oposição. Trata-se, na
verdade, de um governo reformista com um quadro técnico, gente como Paulo
Guedes, Tarcísio, Marcos Pontes etc.
Do outro lado, há o Foro de
SP, o socialismo radical, a roubalheira, os revolucionários dos costumes, os
"progressistas" woke que querem "professores" ensinando
nossos filhos de cinco anos que não existe menino ou menina. Não dá para ser
indiferente entre Mantega e Guedes, entre Dirceu e Tarcísio.
E não tem aceno possível para
os mais moderados, pois todos sabem ser pura enganação. Colocar Alckmin ao lado
do "ladrão que quer voltar à cena do crime" diz mais sobre Alckmin do
que sobre o ladrão. Usar o vaidoso Meirelles como amuleto para o mercado não
passa de um truque.
E foi o ultrarradical Boulos
quem garantiu isso: "Alckmin foi posto como expressão de uma frente
democrática anti-Bolsonaro. Em nenhum momento, as ideias 'liberais' foram
incorporadas ao plano de governo". Plano este que, até aqui, Lula sequer
achou necessário apresentar.
Enquanto o petista se cerca de invasores de propriedade, Bolsonaro fechou a fundamental aliança com o governador mineiro Romeu Zema, reeleito no primeiro turno. Zema é da ala decente do Partido Novo, que rejeita a influência do tucano alaranjado João Amoedo. Zema é bom gestor, pragmático, e por consequência antipetista. O PT destruiu Minas Gerais, afinal de contas, como fez com o Brasil.
O eleitor tem todo o direito
de escolher a indiferença, a abstenção, o voto nulo, mas é preciso reconhecer:
para um moderado, para um liberal, ou até mesmo para um social-democrata
decente, não há base de comparação entre os dois nomes e o que eles
representam.
É comparar Argentina com
Estados Unidos, Venezuela com Suíça, Nicarágua com Inglaterra, Cuba com
Portugal. O projeto amplo liderado por Bolsonaro aponta na direção certa, com
uma agenda de reformas liberais. O "projeto" do PT é unicamente de
poder, de partilha da coisa pública entre comparsas, de pilhagem do estado, de
perpetuação no comando da nação.
Quem quer que se diga um
moderado e logo depois afirme que não escolhe nem Boulos nem Zema está dando um
claro atestado de incoerência.
Título e Texto: Rodrigo Constantino,
Gazeta do Povo, 4-10-2022, 11h29
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não aceitamos/não publicamos comentários anônimos.
Se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-