sábado, 22 de outubro de 2022

Lula e as ditaduras

O PT sonha com uma censura ao próprio passado petista, mas o povo tem na memória o afago entre Lula e vários tiranos


Rodrigo Constantino

Além do maior escândalo de corrupção do país, a ligação de Lula e do PT com ditaduras socialistas é seu maior ponto fraco nesta campanha. Até porque os tucanos resolveram declarar apoio ao petista e assinar cartinha pela “democracia” alegando que Bolsonaro representaria uma ameaça às nossas liberdades, sem precisar apontar o motivo ou onde seu governo tenha avançado de fato contra nossas instituições.

Já Lula e seu PT nutrem desde sempre profundo apreço por regimes tirânicos. O TSE tem feito de tudo para apagar isso da memória do eleitor, inclusive censurando jornais, como a Gazeta do Povo, por simplesmente trazerem à tona o elo entre Lula e Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que persegue cristãos. O PT sonha com uma censura ao próprio passado petista, mas o povo tem na memória o afago entre Lula e vários tiranos.

Folha de S.Paulo publicou nesta semana uma reportagem admitindo que a relação de Lula e do PT com ditaduras é uma “pedra no sapato” da candidatura esquerdista, já que o petista “foi próximo ideologicamente de líderes autoritários e firmou parcerias econômicas com regimes” socialistas. Mas a Folha, como de praxe, tenta suavizar a coisa, dourar a pílula, tapar o sol com a peneira. Lula não foi próximo; ele ainda o é! E não se trata apenas de parceria econômica, mas de laços umbilicais ideológicos.

Lula fundou o Foro de SP com Fidel Castro, com o intuito de “resgatar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu”, ou seja, o comunismo. Lula sempre idolatrou Fidel, o maior tirano assassino da história do continente. Até mesmo durante a campanha, quando teve a oportunidade de se afastar um pouco do genocida (esse sim, verdadeiro genocida), Lula insistiu em sua profunda admiração pelo “líder cubano”.

Na Venezuela, Lula gravou vídeos de apoio tanto a Chávez como a Maduro, e disse certa vez que Chávez dirigia uma Ferrari, enquanto ele dirigia um Fusquinha, mas ambos apontando para o mesmo destino. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sempre defendeu o regime venezuelano abertamente. Na coligação do PT temos o PCdoB, que, além de comunista até no nome, já lançou manifesto de apoio à Coreia do Norte, o regime mais cruel do planeta. 

Podemos falar também das tais ligações econômicas, claro. Quando o PT estava no poder, o BNDES virou instrumento para transferir recursos dos pagadores de impostos brasileiros para ditaduras socialistas como Cuba, Venezuela e Angola. Foram bilhões e bilhões de reais, e, se os mineiros ainda não possuem um metrô em Belo Horizonte, podem invejar os venezuelanos neste aspecto ao menos, pois Caracas construiu o seu graças ao nosso dinheiro enviado por Lula.

Nas manifestações esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os pneus queimados e a violência “revolucionária”. Que democracia é essa?

A diplomacia petista nessa época mirava na estratégia declarada sul-sul, ou seja, uma tentativa de reduzir a influência norte-americana e ocidental como um todo. Lula se aproximou de Ahmadinejad, o responsável à época pela ditadura iraniana. Lula se aproximou do Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza. Lula foi ao Gabão e, ao retornar, “brincou” que foi lá aprender a como ficar quase 40 anos no poder.

Isso tudo é só a ponta do iceberg. Se o brocardo popular “diga-me com quem andas que te direi quem és” serve como sabedoria, então o PT sempre escolheu andar com as piores amizades. E nada disso é novidade. Em meu livro Estrela Cadente: as Contradições e Trapalhadas do PT, publicado em 2005, antes mesmo do Mensalão, já falou da bandeira ética esgarçada e dessa relação próxima com os piores tiranos do planeta. O Foro de SP não é uma invenção de Olavo de Carvalho, mas algo concreto criado pelo petista que se diz democrata. 

Olívio Dutra, ex-governador petista do Rio Grande do Sul, chegou a receber no Palácio Piratini representantes das Farc, o grupo narcoguerrilheiro colombiano que sequestrou milhares de inocentes, além de ter estendido uma bandeira de Cuba na fachada do prédio. Quando Lula chama os sequestradores de Abílio Diniz de “meninos”, portanto, não é por acaso. O grupo responsável pelo sequestro também tinha cores ideológicas comunistas, e por isso acaba sendo protegido pelos parceiros do Foro de SP.

Isso no campo internacional, mas dentro do Brasil o PT sempre apoiou o MST, que promove invasões criminosas, e o MTST, seu braço urbano. Lula disse que Boulos e o MTST teriam papel relevante em seu eventual novo governo. O PT tem “filósofos” que, além de odiar a classe média “fascista”, entendem a “lógica do assalto”. Nas manifestações esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os pneus queimados e a violência “revolucionária”. Que democracia é essa?

Como fica claro, Lula e o PT jamais demonstraram respeito pela democracia. Seu DNA é extremamente autoritário, quiçá totalitário. Tanto que o PT sempre tratou adversários como inimigos mortais, não como políticos ou partidos com divergências legítimas. Os tucanos que resolveram apoiar Lula podem até fingir que estão preocupados com a nossa democracia, mas ninguém acredita mesmo nessa lorota. Quem quer preservar a democracia não se une a quem mira nos exemplos de Cuba e Venezuela, ou quem liderou o Mensalão, esquema corrupto que usurpava a democracia representativa para transferir todo o poder para um só partido.

O TSE pode detestar isso, mas continua sendo verdade: o candidato petista tem ligação próxima com as piores ditaduras do planeta. Quem é democrata mesmo jamais votaria em Lula contra Bolsonaro. 

Título e Texto: Rodrigo Constantino, Revista Oeste, nº 135, 21-10-2022

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