O PT sonha com uma censura ao próprio passado petista, mas o povo tem na memória o afago entre Lula e vários tiranos
Rodrigo Constantino
Além do maior escândalo de
corrupção do país, a ligação de Lula e do PT com ditaduras socialistas é seu
maior ponto fraco nesta campanha. Até porque os tucanos resolveram declarar
apoio ao petista e assinar cartinha pela “democracia” alegando que Bolsonaro
representaria uma ameaça às nossas liberdades, sem precisar apontar o motivo ou
onde seu governo tenha avançado de fato contra nossas instituições.
Já Lula e seu PT nutrem desde
sempre profundo apreço por regimes tirânicos. O TSE tem feito de tudo para
apagar isso da memória do eleitor, inclusive censurando jornais, como a Gazeta
do Povo, por simplesmente trazerem à tona o elo entre Lula e Daniel
Ortega, o ditador da Nicarágua que persegue cristãos. O PT sonha com uma
censura ao próprio passado petista, mas o povo tem na memória o afago entre
Lula e vários tiranos.
A Folha de S.Paulo publicou
nesta semana uma reportagem admitindo que a relação de Lula e do PT com ditaduras
é uma “pedra no sapato” da candidatura esquerdista, já que o petista “foi
próximo ideologicamente de líderes autoritários e firmou parcerias econômicas
com regimes” socialistas. Mas a Folha, como de praxe, tenta
suavizar a coisa, dourar a pílula, tapar o sol com a peneira. Lula não foi
próximo; ele ainda o é! E não se trata apenas de parceria econômica, mas de
laços umbilicais ideológicos.
Lula fundou o Foro de SP com Fidel Castro, com o intuito de “resgatar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu”, ou seja, o comunismo. Lula sempre idolatrou Fidel, o maior tirano assassino da história do continente. Até mesmo durante a campanha, quando teve a oportunidade de se afastar um pouco do genocida (esse sim, verdadeiro genocida), Lula insistiu em sua profunda admiração pelo “líder cubano”.
Na Venezuela, Lula gravou vídeos de apoio tanto a Chávez como a Maduro, e disse certa vez que Chávez dirigia uma Ferrari, enquanto ele dirigia um Fusquinha, mas ambos apontando para o mesmo destino. Gleisi Hoffmann, presidente do PT, sempre defendeu o regime venezuelano abertamente. Na coligação do PT temos o PCdoB, que, além de comunista até no nome, já lançou manifesto de apoio à Coreia do Norte, o regime mais cruel do planeta.
Podemos falar também das tais
ligações econômicas, claro. Quando o PT estava no poder, o BNDES virou
instrumento para transferir recursos dos pagadores de impostos brasileiros para
ditaduras socialistas como Cuba, Venezuela e Angola. Foram bilhões e bilhões de
reais, e, se os mineiros ainda não possuem um metrô em Belo Horizonte, podem
invejar os venezuelanos neste aspecto ao menos, pois Caracas construiu o seu
graças ao nosso dinheiro enviado por Lula.
Nas manifestações
esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os
pneus queimados e a violência “revolucionária”. Que democracia é essa?
A diplomacia petista nessa
época mirava na estratégia declarada sul-sul, ou seja, uma tentativa de reduzir
a influência norte-americana e ocidental como um todo. Lula se aproximou de
Ahmadinejad, o responsável à época pela ditadura iraniana. Lula se aproximou do
Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza. Lula foi ao Gabão e, ao
retornar, “brincou” que foi lá aprender a como ficar quase 40 anos no poder.
Isso tudo é só a ponta do iceberg. Se o brocardo popular “diga-me com quem andas que te direi quem és” serve como sabedoria, então o PT sempre escolheu andar com as piores amizades. E nada disso é novidade. Em meu livro Estrela Cadente: as Contradições e Trapalhadas do PT, publicado em 2005, antes mesmo do Mensalão, já falou da bandeira ética esgarçada e dessa relação próxima com os piores tiranos do planeta. O Foro de SP não é uma invenção de Olavo de Carvalho, mas algo concreto criado pelo petista que se diz democrata.
Olívio Dutra, ex-governador
petista do Rio Grande do Sul, chegou a receber no Palácio Piratini
representantes das Farc, o grupo narcoguerrilheiro colombiano que sequestrou
milhares de inocentes, além de ter estendido uma bandeira de Cuba na fachada do
prédio. Quando Lula chama os sequestradores de Abílio Diniz de “meninos”, portanto,
não é por acaso. O grupo responsável pelo sequestro também tinha cores
ideológicas comunistas, e por isso acaba sendo protegido pelos parceiros do
Foro de SP.
Isso no campo internacional,
mas dentro do Brasil o PT sempre apoiou o MST, que promove invasões criminosas,
e o MTST, seu braço urbano. Lula disse que Boulos e o MTST teriam papel
relevante em seu eventual novo governo. O PT tem “filósofos” que, além de odiar
a classe média “fascista”, entendem a “lógica do assalto”. Nas manifestações
esquerdistas, quase sempre há quebra-quebra, e Lula já chegou a defender os
pneus queimados e a violência “revolucionária”. Que democracia é essa?
Como fica claro, Lula e o PT
jamais demonstraram respeito pela democracia. Seu DNA é extremamente
autoritário, quiçá totalitário. Tanto que o PT sempre tratou adversários como
inimigos mortais, não como políticos ou partidos com divergências legítimas. Os
tucanos que resolveram apoiar Lula podem até fingir que estão preocupados com a
nossa democracia, mas ninguém acredita mesmo nessa lorota. Quem quer preservar
a democracia não se une a quem mira nos exemplos de Cuba e Venezuela, ou quem
liderou o Mensalão, esquema corrupto que usurpava a democracia representativa
para transferir todo o poder para um só partido.
O TSE pode detestar isso, mas continua sendo verdade: o candidato petista tem ligação próxima com as piores ditaduras do planeta. Quem é democrata mesmo jamais votaria em Lula contra Bolsonaro.
Título e Texto: Rodrigo Constantino, Revista Oeste, nº 135, 21-10-2022
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